Orientações Diocesanas de Pastoral Programa e Calendário Diocesano Açores, 2018-2019

Orientações Diocesanas de Pastoral Programa e Calendário Diocesano Açores, 2018-2019

Orientações Diocesanas de Pastoral
Programa e Calendário Diocesano Açores, 2018-2019

"Comunidade evangelizada em comunhão missionária"

 

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Aprovação do Programa Pastoral 2018 – 2019
«Comunidade evangelizada em comunhão missionária»
A diocese de Angra, em todos os seus membros, está chamada
a sintonizar com o único objectivo da Igreja que é deixar-
se evangelizar, adquirindo, deste modo, a frescura que o
Evangelho oferece à vida da Igreja, a edifica na comunhão
eclesial que tem o seu fundamento na Comunhão divina e que
deve informar toda a vida e a missão dos discípulos de Jesus
Cristo inseridos em comunidades cujos membros experimentam
a unidade e promovem a corresponsabilidade e a participação.
Passados mais de cinquenta anos da celebração do Concílio
Ecuménico Vaticano II e iluminados pela sua doutrina e
pelo Magistério da Igreja, sente-se a necessidade de dar um
novo impulso na participação de todos os cristãos na vida e na
missão da Igreja.
Reconhecemos que se exige uma formação renovada e adequada
para capacitar todos os cristãos para o exercício de uma
caminhada comum (sinodalidade), agindo segundo o Evangelho
e o discernimento pastoral que nos vem dos documentos
conciliares e dos diversos Papas do Post-Concílio.
A riqueza dos ensinamentos do Papa Francisco e sobretudo
o testemunho que oferece a toda a Igreja devem suscitar
em todos nós, cristãos, um desejo de corresponder às exigências
que a hora actual coloca à vida e à missão da Igreja. Eis
o desfio que deve ser assumido pelos sacerdotes, diáconos,
consagrados(as) e leigos.
Que o lema para este ano «comunidade evangelizada em
comunhão missionária» oriente a caminhada da comunidade
diocesana, através de cada um dos serviços diocesanos, paróquias,
ouvidorias, movimentos e grupos e seja uma forte in6
terpelação para a vivência da comunhão, da unidade e de cada
cristão se reconhecer membro activo na missão da Igreja.
A missão faz parte integrante da identidade de cada cristão.
Aprovamos o programa pastoral para o ano de 2018-2019.
+ João Lavrador, Bispo de Angra
e Ilhas dos Açores
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Introdução ao Programa
Pastoral Diocesano 2018/19
«Comunidade evangelizada em comunhão missionária»
A Diocese, tal como todas as comunidades cristãs, paróquias,
movimentos e grupos eclesiais, periodicamente deverão
aprofundar o seu ser e a sua missão.
Passados mais de cinquenta anos da celebração do Concílio
Ecuménico Vaticano II e com um riquíssimo Magistério
Pontifício no post concílio, ajudados pela celebração de variadíssimos
sínodos de Bispos e de inúmeras iniciativas pastorais
de recepção do Concílio a nível da diocese, de Ouvidoria e de
paróquia, sente-se a necessidade de equacionarmos a vitalidade
e a adequada resposta evangelizadora por parte de todos os
cristãos da nossa diocese.
A Igreja reconhece que a sua missão é testemunhar o Evangelho
de Jesus Cristo no meio do mundo.
O Papa Paulo VI referindo-se à missão evangelizadora da
Igreja afirma que «evangelizar constitui, de facto, a graça e a
vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade»
(EN, 14). E, acrescenta-se que «Ela existe para evangelizar,
ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça,
reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de
Cristo na santa missa, que é o memorial da sua morte e gloriosa
ressurreição» (Ib., 14).
Prossegue ainda o referido Papa sublinhando que «evangelizadora
como é, a Igreja começa por se evangelizar a si
mesma». De facto, «comunidade de crentes, comunidade de
esperança vivida e comunicada, comunidade de amor fraterno,
ela tem necessidade de ouvir sem cessar aquilo que ela
deve acreditar, as razões da sua esperança e o mandamento
novo do amor» (Ib., 15).
Evangelizada, a Igreja é igualmente enviada a evangelizar.
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Na verdade, «enviada e evangelizadora, a Igreja envia também
ela própria evangelizadores» (Ib., 15). Aliás, «é ela que
coloca em seus lábios a Palavra que salva, que lhes explica a
mensagem de que ela mesma é depositária, que lhes confere
o mandato que ela própria recebeu e que, enfim, os envia a
pregar»(Ib., 15).
Há algo de fundamental a acrescentar e diz respeito à fidelidade
quanto à mensagem. Assim é enviada a pregar, «não as
suas próprias pessoas ou as suas ideias pessoais, mas sim um
Evangelho do qual nem eles nem ela são senhores e proprietários
absolutos, para dele disporem a seu bel-prazer, mas de
que são os ministros para o transmitir com a máxima fidelidade
» (Ib., 15).
S. João Paulo II exortou à urgência de encetar uma nova
evangelização. Diz ele: «Só uma nova evangelização poderá
garantir o crescimento de uma fé límpida e profunda, capaz
de converter tais tradições numa força de liberdade autêntica»
(ChL, 34).
E, acrescenta-se referindo que «é urgente, sem dúvida, refazer
em toda a parte o tecido cristão da sociedade humana»
(Ib, 34). E, olhando para vastas regiões e países em profundo
secularismo, apresenta-se o caminho sublinhando que «a condição
é a de se refazer o tecido cristão das próprias comunidades
eclesiais que vivem nesses países e nessas nações» (Ib.,
34).
Interpela-se fortemente a Igreja de hoje ao dizer que «esta
nova evangelização, dirigida, não apenas aos indivíduos
mas a inteiras faixas de população, nas suas diversas situações,
ambientes e culturas, tem por fim formar comunidades
eclesiais maduras, onde, a fé desabroche e realize todo o seu
significado originário de adesão à pessoa de Cristo e ao Seu
Evangelho, de encontro e de comunhão sacramental com Ele,
de existência vivida na caridade e no serviço» (Ib., 34).
Já o Papa Francisco convidando a um renovado encontro
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com Jesus Cristo realça que «sempre que procuramos voltar à
fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam
novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão,
sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado
para o mundo actual» (EG., 11). Aliás, «na realidade, toda
a acção evangelizadora autêntica é sempre “nova”» (Ib., 11).
Importa reflectir empenhadamente, em toda a nossa Igreja
diocesana, incluindo todos os baptizados, sacerdotes, diáconos,
religiosos(as), consagrados e leigos, sobre a responsabilidade
comum de evangelizar o mundo de hoje.
Porém não podemos esquecer que a força, a criatividade e
a frescura da evangelização nos vem do encontro com Jesus
Cristo. É isto mesmo que, dirigindo-se à Igreja, nos diz Paulo
VI quando refere que «ela tem sempre necessidade de ser
evangelizada, se quiser conservar frescor, alento e força para
anunciar o Evangelho» (EN, 15).
Vejamos, entretanto, algumas notas que nos são oferecidas
pelo Concílio Ecuménico Vaticano II para uma actualização
da missão evangelizadora.
1. Todo o Povo de Deus é chamado a Evangelizar
A primordial consciência de sermos Povo de Deus que,
pelo baptismo, constituídos em sacerdotes, profetas e servidores,
e, deste modo, testemunhas do Evangelho, é fundamental
para que a missão da Igreja seja adequada às exigências do
tempo em que vivemos e à realidade da Igreja que somos chamados
a ser.
De facto, «os que crêem em Cristo, regenerados não pela
força de germe corruptível mas incorruptível por meio da Palavra
de Deus vivo (cfr. 1 Ped. 1,23), não pela virtude da carne,
mas pela água e pelo Espírito Santo (cfr. Jo. 3, 5-6), são
finalmente constituídos em “raça escolhida, sacerdócio real,
nação santa, povo conquistado... que outrora não era povo,
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mas agora é povo de Deus” (1 Ped. 2, 9-10)» (LG, 9).
Segundo o pensamento conciliar faz parte da condição deste
novo Povo de Deus «a dignidade e a liberdade dos filhos
de Deus, em cujos corações o Espírito Santo habita como num
templo» (LG, 9). Mais ainda, «a sua lei é o novo mandamento,
o de amar assim como o próprio Cristo nos amou (cfr. Jo.
13,34)» (Ib., 9). E, adianta-se que «por último, tem por fim o
Reino de Deus, o qual, começado na terra pelo próprio Deus,
se deve desenvolver até ser também por ele consumado no
fim dos séculos, quando Cristo, nossa vida, aparecer (cfr. Col.
3,4) e “a própria criação for liberta do domínio da corrupção,
para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rom. 8,21)»
(Ib., 9).
Na verdade, reconhece-se que «este povo messiânico, ainda
que não abranja de facto todos os homens, e não poucas
vezes apareça como um pequeno rebanho, é, contudo, para
todo o género humano o mais firme germe de unidade, de esperança
e de salvação» (Ib., 9).
De facto, «estabelecido por Cristo como comunhão de vida,
de caridade e de verdade, é também por Ele assumido como
instrumento de redenção universal e enviado a toda a parte
como luz do mundo e sal da terra (cfr. Mt. 5, 13-16)».
É urgente retomarmos, a nível de Igreja diocesana, a consciência
de Povo de Deus que vive na comunhão e que reconhece
a exigência da missão.
Aparentemente parece estarmos perante algo de teórico,
quando a maioria dos nossos fiéis se limita a reproduzir as acções
do passado e a recorrer aos serviços religiosos prestados
pelos «sacerdotes». Por isso, se pretendemos renovar a acção
das nossas comunidades e dar-lhe nova expressão com capacidade
para uma nova evangelização, teremos forçosamente
de aprofundar a consciência de Povo de Deus que deve caminhar
na experiência da comunhão, da unidade, e da missão
partilhada.
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2. Povo de Deus que vive a comunhão
A eclesiologia de comunhão é o principio central e fundamental
da reflexão conciliar. De facto, «a comunhão dos
cristãos com Jesus tem por modelo, fonte e meta a mesma
comunhão do Filho com o Pai no dom do Espírito Santo: unidos
ao Filho no vínculo amoroso do Espírito, os cristãos estão
unidos ao Pai» (ChL, 18).
A primeira de todas as tarefas a realizar na comunidade
diocesana é formar para a comunhão. Na verdade, a Igreja
coloca as suas raízes e alicerça-se na comunhão Trinitária e é
d’Ela que se alimenta de tal modo que os frutos que produz
devem fazer transparecer a comunhão.
Percorrendo o Novo Testamento e de modo muito particular
o modelo da Igreja nascente tal como nos é descrita nos
Actos dos Apóstolos, transparece nitidamente a consciência
de ser Igreja em comunhão. Mais ainda, a evangelização tem
no contexto da comunhão a capacidade de penetrar no mundo
sedento de amor e de unidade.
Deste modo, «a realidade da Igreja-Comunhão é, pois, parte
integrante, representa mesmo o conteúdo central do “mistério”,
ou seja, do plano divino da salvação da humanidade»
(ChL, 19).
Isto implica não entender a comunhão tão só como categoria
sociológica ou psicológica, mas, sobretudo reconhecer que
«a Igreja-Comunhão é o povo “novo”, o povo “messiânico”,
o povo que “tem por cabeça Cristo ... por condição a dignidade
e a liberdade dos filhos de Deus... por lei o novo mandamento
de amar como o próprio Cristo nos amou... por fim o
Reino de Deus... (e é) constituído por Cristo numa comunhão
de vida, de caridade e de verdade» (Ib., 19).
Realmente, «os laços que unem os membros do novo Povo
entre si — e antes de mais com Cristo — não são os da “carne”
e do “sangue”, mas os do espírito, mais precisamente, os
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do Espírito Santo, que todos os baptizados recebem (cf. Jl 3,
1)» (Ib., 19).
Todos os baptizados, pela unção do Espírito Santo, participantes
da comunhão em Cristo são chamados a viverem a
mesma comunhão fraterna na sua vida comunitária.
O Papa Francisco acrescenta à comunhão eclesial o seu
dinamismo missionário quando refere que «a intimidade da
Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão
“reveste essencialmente a forma de comunhão missionária”»
(EG, 23). Aliás, «fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje
a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os
lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias
e sem medo» Ib., 23). Realmente, «a alegria do Evangelho é
para todo o povo, não se pode excluir ninguém» (Ib., 23).
Dadas as circunstâncias da nossa sociedade e da cultura
actual caracterizadas pelo individualismo e pela exaltação da
liberdade individual, corroendo deste modo a verdadeira comunhão
e unidade, exige-se um esforço pastoral que promova
a autêntica comunhão e a vivência comunitária, alicerçadas na
centralidade da Eucaristia.
3 . Povo de Deus que partilha a diversidade
de carismas e ministérios
S. João Paulo II define a comunhão eclesial como comunhão
orgânica na diversidade e complementaridade. De facto,
«a comunhão eclesial configura-se, mais precisamente, como
uma comunhão “orgânica”, análoga à de um corpo vivo e operante:
ela, de facto, caracteriza-se pela presença simultânea da
diversidade e da complementaridade das vocações e condições
de vida, dos ministérios, carismas e responsabilidades» (ChL,
20). E, acrescenta-se que «graças a essa diversidade e complementaridade,
cada fiel leigo encontra-se em relação com todo
o corpo e dá-lhe o seu próprio contributo» (Ib., 20).
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Importa recordar as palavras do Papa Francisco que nos
interpelam dizendo que «a evangelização é dever da Igreja».
Quando fala da Igreja é de todos os baptizados, discípulos
de Jesus Cristo, tanto ministros ordenados, como consagrados
e leigos. Assim, «este sujeito da evangelização, porém, é
mais do que uma instituição orgânica e hierárquica; é, antes de
tudo, um povo que peregrina para Deus» (EG,111).
De facto, «trata-se certamente de um mistério que mergulha
as raízes na Trindade, mas tem a sua concretização histórica
num povo peregrino e evangelizador, que sempre transcende
toda a necessária expressão institucional» (Ib. 111). Daí
que nos desafia o Papa, apresentando-nos a sua proposta que
nos convida a que «nos detenhamos um pouco nesta forma de
compreender a Igreja, que tem o seu fundamento último na
iniciativa livre e gratuita de Deus» (Ib. 111).
Especifica, então, referindo que «a Igreja é enviada por Jesus
Cristo como sacramento da salvação oferecida por Deus».
Em todos os seus membros, «através da sua acção evangelizadora,
ela colabora como instrumento da graça divina, que
opera incessantemente para além de toda e qualquer possível
supervisão» (Ib. 112).
E, acrescenta-se realçando que «esta salvação, que Deus
realiza e a Igreja jubilosamente anuncia, é para todos, e Deus
criou um caminho para Se unir a cada um dos seres humanos
de todos os tempos» (Ib. 113). Daí sublinhar-se que escolheu
convocá-los como povo, e não como seres isolados; e ainda,
que ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado,
nem por suas próprias forças. Na verdade, «Deus atrainos,
no respeito da complexa trama de relações interpessoais
que a vida numa comunidade humana supõe» (Ib. 113).
Caminhar na promoção dos carismas e ministério no interior
da comunidade cristã exige reconhecer que «em todos os
baptizados, desde o primeiro ao último, actua a força santificadora
do Espírito que impele a evangelizar» (Ib., 119).
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O grande agente da evangelização que promove a comunhão
na diversidade é a acção do Espirito Santo. Afirma-o o
Papa Francisco quando diz que «a diversidade deve ser sempre
conciliada com a ajuda do Espírito Santo; só Ele pode
suscitar a diversidade, a pluralidade, a multiplicidade e, ao
mesmo tempo, realizar a unidade» (Ib., 131).
Na verdade, «o povo de Deus é santo em virtude desta unção,
que o torna infalível «in credendo», ou seja, ao crer, não
pode enganar-se, ainda que não encontre palavras para explicar
a sua fé» (Ib. 119). Conscientes de que o Espírito guia-o
na verdade e condu-lo à salvação, reconhecemos que «como
parte do seu mistério de amor pela humanidade, Deus dota a
totalidade dos fiéis com um instinto da fé – o sensus fidei –
que os ajuda a discernir o que vem realmente de Deus» (Ib,
119).
Como refere o Papa Francisco «em virtude do Baptismo
recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo
missionário» (Ib., 120).
4. Povo de Deus na participação e corresponsabilidade
Edificar a comunhão entre todos os membros da comunidade
cristã valoriza e promove a sua participação e a corresponsabilidade
na vida e na missão da Igreja.
Lembremos as exigências que a Igreja coloca na participação
de todos os fiéis na vida da Igreja através dos organismos
de participação e corresponsabilidade: os conselhos pastorais
e económicos.
Não se trata de algo acidental ou secundário que poderia
ficar ao arbítrio de cada responsável. Muito pelo contrário, é
um direito e dever de cada cristão que revele as capacidades
necessárias para cumprir esta missão.
Devemos advertir que estaria prejudicada a missão evangelizadora
da Igreja que não se abrisse à comunhão, à parti15
cipação e à corresponsabilidade de todos os seus fiéis, sejam
ministros ordenados, consagrados e leigos.
Ilumina-nos nesta nossa caminhada evangelizadora com
a participação de todos os fiéis baptizados as palavras de S.
Paulo II que recordando o Sínodo dos Bispos sobre os leigos
afirma que «o recente Sínodo pediu, nesse sentido, que
se favorecesse a criação dos Conselhos Pastorais diocesanos,
a que se deveria recorrer conforme as oportunidades» (ChL,
25). Especifica-se referindo que «trata-se, na verdade, da principal
forma de colaboração e de diálogo, bem como de discernimento,
a nível diocesano» (Ib. 25).
De facto, «a participação dos fiéis leigos nestes Conselhos
poderá aumentar o recurso à consulta, e o princípio da colaboração
— que em determinados casos também é de decisão
— e encontrará uma aplicação mais vasta e mais incisiva»
(ChL, 25).
E, acrescenta-se sublinhando que «a participação dos fiéis
leigos nos Sínodos diocesanos e nos Concílios particulares,
provinciais ou plenários, está contemplada no Código de Direito
Canónico; poderá contribuir para a comunhão e para a
missão eclesial da Igreja particular, tanto no seu próprio âmbito,
como em relação com as demais Igrejas particulares da
Província eclesiástica ou da Conferência Episcopal» (Ib. 25).
E desafia as Conferências Episcopais de modo a que estas
sejam «chamadas a descobrir a forma mais oportuna de desenvolver,
a nível nacional ou regional, a consulta e a colaboração
dos fiéis leigos, homens e mulheres: assim se poderão
examinar bem os problemas comuns e melhor se manifestará
a comunhão eclesial de todos» (Ib. 25).
Ao referir-se à paróquia, embora à sua dimensão, as exigências
são as mesmas. Segundo o Papa S. João Paulo II, «a
Paróquia está fundada sobre uma realidade teológica, pois ela
é uma comunidade eucarística» (Ib., 26).
Clarifica, então, afirmando que «isso significa que ela é
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uma comunidade idónea para celebrar a Eucaristia, na qual se
situam a raiz viva do seu edificar-se e o vínculo sacramental
do seu estar em plena comunhão com toda a Igreja» (Ib. 26).
Na verdade, «essa idoneidade mergulha no facto de a Paróquia
ser uma comunidade de fé e uma comunidade orgânica,
isto é, constituída pelos ministros ordenados e pelos outros
cristãos, na qual o pároco — que representa o Bispo diocesano
— é o vínculo hierárquico com toda a Igreja particular»
(Ib. 26).
Dirigindo-se aos Bispos, o Papa Francisco convida a que
«na sua missão de promover uma comunhão dinâmica, aberta
e missionária, deverá estimular e procurar o amadurecimento
dos organismos de participação propostos pelo Código de Direito
Canónico e de outras formas de diálogo pastoral, com o
desejo de ouvir a todos» (EG, 31).
Daí que no âmbito da paróquia se promova a corresponsabilidade
de todos os membros da comunidade cristã através da
valorização dos respectivos organismos de participação.
Neste contexto devemos encetar decididamente a promoção
de comunidades inteiramente ministeriais, nas quais se
valorizem as diversas vocações e ministérios, sejam ordenados,
de consagração e laicais.
5. Povo de Deus em formação permanente
A formação cristã é uma exigência fundamental para caminhar
em comunidades cristãs que se edificam a partir da
participação e corresponsabilidade de todos os cristãos.
Dirigindo-se aos leigos, a Christifideles Laici, afirma que
«a formação dos fiéis leigos deverá figurar entre as prioridades
da Diocese e ser colocada nos programas de acção pastoral, de
modo que todos os esforços da comunidade (sacerdotes, leigos
e religiosos) possam convergir para esse fim» (ChL, 57).
Atendendo a esta exigência, os diversos sectores da vida
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pastoral diocesana têm oferecido um conjunto de iniciativas
de formação. Agora, sentindo a necessidade de maior coordenação
e de maior exigência foi criada a Vigararia Episcopal
para a Formação Cristã e foi reactivado o Instituto Católico
de Cultura.
Por decisão do Conselho Presbiteral irão ser instaladas as
«escolas de formação cristã» em cada Ouvidoria.
Poderíamos dizer que as estruturas estão criadas mas também
reconhecemos que se torna necessário o empenho de todos
os cristãos para que se torne efectiva e com resultados
efectivos na diocese e nas paróquias.
Se «a formação dos fiéis leigos tem como objectivo
fundamental a descoberta cada vez mais clara da própria
vocação e a disponibilidade cada vez maior para vivê-la
no cumprimento da própria missão» (ChL, 58), ela deve
atingir a todos, sacerdotes, consagrados e leigos, para se
manifestar efectivamente a comunhão, a participação e a
corresponsabilidade de todos os membros da comunidade
cristã.
Esta formação deve ser integral e atender às dimensões
espirituais, doutrinal, moral, valores humanos, presença na
sociedade, na cultura e relação da Igreja com o mundo. De
facto, cada cristão deve ter consciência que «ao amadurecer
a síntese orgânica da sua vida, que, simultaneamente, é expressão
da unidade do seu ser e condição para o cumprimento
eficaz da sua missão» (Ib. 60).
O Papa Francisco, valorizando o papel evangelizador da
Paróquia refere que esta «é presença eclesial no território, âmbito
para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o
diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração
» (EG, 28).
Aliás, «através de todas as suas actividades, a paróquia
incentiva e forma os seus membros para serem agentes da
evangelização» (Ib. 28). Para tal, ela deve considerar-se «co18
munidade de comunidades, santuário onde os sedentos vão
beber para continuarem a caminhar, e centro de constante envio
missionário» (Ib. 28). Porém, deveremos «reconhecer que
o apelo à revisão e renovação das paróquias ainda não deu
suficientemente fruto, tornando-as ainda mais próximas das
pessoas, sendo âmbitos de viva comunhão e participação e
orientando-as completamente para a missão» (Ib. 28).
É também o Papa Francisco a desafiar as comunidades paroquiais
a uma renovação profunda de modo a que se tornem
aptas à evangelização do mundo de hoje e não à sua perseveração.
É este o trabalho de renovação, de refontalização e de auscultação
do que o Espírito Santo pede à nossa Igreja diocesana
e paroquial para que se lance verdadeiramente na missão
evangelizadora.
6. Povo de Deus inteiramente missionário
A insistência de que a missão da Igreja é tarefa de cada um
e de cada comunidade cristã tem despertado os fiéis cristãos
para a palavra de Jesus Cristo que convida os Seus discípulos
para serem continuadores da Sua missão de testemunharem
a Boa Notícia da Salvação no meio do mundo e, por isso, o
reconhecimento que a missão evangelizadora faz parte do ser
de cada baptizado.
O Papa Francisco recorda-nos que «a alegria do Evangelho,
que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma
alegria missionária» (EG, 21).
Sentem-na os discípulos da primeira hora e todos os baptizados
que se encontram com Jesus Cristo e que se experimenta
na esperança de sentir que o Evangelho está a frutificar mas
que exige sempre «a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de
si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre
mais além» (Ib., 21).
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Por isso, «fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja
saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares,
em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem
medo»(Ib., 23). Na verdade, «a alegria do Evangelho é para
todo o povo, não se pode excluir ninguém»(Ib., 23).
Ao colocar-se numa actitude missionária exige-se de cada
cristão e de cada comunidade que reconheça que «a pastoral
em chave missionária exige o abandono deste cómodo critério
pastoral: “fez-se sempre assim”»(Ib. 33).
Daí o convite do Papa Francisco a que sejamos ousados e
criativos nesta tarefa de repensar os objectivos, as estruturas,
o estilo e os métodos evangelizadores das respectivas comunidades.
Como afirma o Papa Francisco, «se a Igreja inteira assume
este dinamismo missionário, há-de chegar a todos, sem excepção
», então, eis o seu exigente convite ao interpelar dizendo
que «saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus
Cristo» (Ib. 49).
Na verdade, o Espírito Santo actua em todos os discípulos
de Jesus Cristo e habilita-os para a evangelização. Deste
modo, «em virtude do Baptismo recebido, cada membro do
povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cf. Mt 28, 19)»
Ib., 120).
Na verdade, «cada um dos baptizados, independentemente
da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua
fé, é um sujeito activo de evangelização, e seria inapropriado
pensar num esquema de evangelização realizado por agentes
qualificados enquanto o resto do povo fiel seria apenas receptor
das suas acções» (Ib.120).
Eis o caminho a percorrer por todos os baptizados da nossa
diocese, em cada uma das comunidades cristãs e na presença
dos cristãos no meio do mundo de modo a que o Evangelho
de Jesus Cristo seja testemunhado a todas as pessoas sem excepção.
20
7. O chamamento à santidade
Ao referirmo-nos à Igreja como mistério de comunhão, ao
reconhecermos que a nova evangelização do mundo de hoje
é tarefa de todos os cristãos, não poderemos deixar de referir
a exigência da santidade como a primeira e universal vocação
de todos os baptizados.
O Concilio Vaticano II refere-se à santidade dizendo que
«todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam
pastoreados, são chamados à santidade» (LG, 39). E, ainda,
acrescenta-se que «todos os fiéis se santificarão cada dia
mais nas condições, tarefas e circunstâncias da própria vida
e através de todas elas, se receberem tudo com fé da mão do
Pai celeste e cooperarem com a divina vontade, manifestando
a todos, na própria actividade temporal, a caridade com que
Deus amou o mundo» (Ib., 41).
Poderíamos percorrer muitos documentos do Magistério
da Igreja onde se refere a exigência da santidade como o fundamento
para a acção evangelização da Igreja. Nada poderá
ser tão eficiente na missão da Igreja do que o testemunho da
santidade.
Para o Papa Francisco «a santidade é o rosto mais belo da
Igreja» (GE, 9). Esta constatação «deveria entusiasmar e animar
cada um a dar o melhor de si mesmo para crescer rumo
àquele projecto, único e irrepetível, que Deus quis, desde toda
a eternidade, para ele» (Ib.13).
O cristão deve conceber a sua missão como caminho de
santidade. Na verdade, «cada santo é uma missão; é um projecto
do Pai que visa reflectir e encarnar, num momento determinado
da história, um aspecto do Evangelho» (Ib. 19).
De facto, «esta missão tem o seu sentido pleno em Cristo e
só se compreende a partir d’Ele. No fundo, a santidade é viver
em união com Ele os mistérios da sua vida» (Ib, 20).
Segundo a exortação do Papa Francisco, unindo a oração,
21
a interioridade e acção missionária, refere-se que «precisamos
dum espírito de santidade que impregne tanto a solidão como
o serviço, tanto a intimidade como a tarefa evangelizadora,
para que cada instante seja expressão de amor doado sob o
olhar do Senhor» (Ib., 31).
Reconhecemos, deste modo que «desta forma, todos os
momentos serão degraus no nosso caminho de santificação»
(Ib., 31).
Tal como adverte o santo Padre, não tenhamos medo de
caminhar na santidade. Ponhamos os ideais altos que a santidade
aponta e vivamos a esperança e a força evangelizadora
que ela motiva. A fecundidade da missão evangelizadora dos
discípulos de Jesus Cristo no meio do mundo está relacionada
com a aventura da santidade.
A santidade tem uma implicação comunitária. Cada comunidade
deve ser o espaço de crescimento na santidade e cada
cristão deve oferecer à comunidade o seu caminho de comunhão
com Deus que deve traduzir-se sempre numa integração
comunitária mais profunda.
Proposta Pastoral:
1. A nível Paroquial
1.1. promover os conselhos pastorais e económicos de
modo a viverem a corresponsabilidade e participação na vida
e missão da Igreja.
1.2. Implementar a formação dos membros do Conselho
Pastoral com o itinerário de formação a eles detinado.
1.3. promover actividades que envolvam os afastados
da vivência cristã e participação na comunidade paroquial.
1.4. proporcionar maior integração dos jovens e dos
movimentos apostólicos para uma renovada acção pastoral.
2. A nível de Ouvidoria
2.1. criar a escola de formação cristã.
22
2.2. aplicar o plano de formação para o clero da Ouvidoria.
2.3. desenvolver acções de sensibilização para a formação
cristã.
2.4. calendarizar algumas acções que valorizem o diálogo
da fé cristã com os meios profissionais, culturais e associativos
Serviços Pastorais:
Pastoral Social
Encontro de todas as instituições que trabalham no domínio
da pastoral social – Conselho da Pastoral Social
Encontro dos intervenientes na plataforma de diálogo social
(organismos da promoção social do Governo Regional e
serviço pastoral social)
Realização do I Encontro Regional da Pastoral Social
Pastoral da Família
Continuar com a promoção de equipas de pastoral familiar
em cada paróquia/ouvidoria
Dar cumprimento ao pedido dos jovens de maior acompanhamento
no seu percurso humano e espiritual e proporcionar
momentos de reflexão em família
Atenção privilegiada às situações de fragilidade familiar
Pastoral de Jovens
Aplicação nas paróquias, nos movimentos e nos grupos das
conclusões do I Congresso Diocesano de jovens e do sínodo
dos Bispos sobre os jovens
Integração dos jovens nos organismos de corresponsabilidade
e de participação na paróquia
Desenvolver algumas acções pastorais dedicadas aos jovens
Promover o voluntariado
23
Pastoral Vocacional
Fomentar a cultura vocacional nas diversas paróquias e
movimentos
Valorizar o pré-seminário nos três centros, em cada uma
das Vigararias Pastorais
Realizar acções de despertar vocacional, nomeadamente na
semana dos seminários e na semana das vocações.
Relação da pastoral vocacional com a pastoral juvenil, escolar
e catequese paroquial
Pastoral Escolar
Promover o encontro entre a pastoral escolar e as comunidades
paroquiais
Proporcionar acções de encontro entre a pastoral escolar e
outras áreas de leccionação na escola
Promover espaços de debate sobre questões que interliguem
a fé e a cultura
Promover acções de apoio e sensibilização para a frequência
escolar de todas as crianças e jovens em idade escolar.
Estabelecer o contacto com a pastoral juvenil
24
Calendário Diocesano 2018/2019
01 – Sábado - Festas do Senhor Santo Cristo – Caldeira – São
Jorge (1-3)
02 – Domingo -
03 – Segunda Feira - Simpósio do Clero – Fátima (03 – 06)
04 – Terça Feira - Encontro Nacional de Pastoral Social (04-
06) - Fátima
05 – Quarta Feira -
06 – Quinta Feira -
07 – Sexta Feira -
09 – Domingo -
10 – Segunda Feira -
11 – Terça Feira - Apresentação do Programa Pastoral – Vigararia
do Ocidente – Madalena
12 – Quarta feira - Apresentação do Programa Pastoral – Vigararia
do Centro – Seminário de Angra
13 – Quinta feira - Apresentação do Programa Pastoral – Vigararia
Nascente – Centro Pastoral Pio XII – Ponta Delgada
– Encontro do CPM e Pastoral da Família no CP Pio XII
14 – Sexta Feira - Festa nas Paróquias dedicadas a Santa Cruz
– Abertura das pré-inscrições para o Curso Geral de
Catequese – Terceira
15 – Sábado – Jornadas Missionárias (15-16) Fátima
– Encontro do CPM e Pastoral da Família no CP Pio
XII - Ponta Delgada
16 – Domingo - Visita Pastoral à Ouvidoria da Ribeira Grande
(17-20)
17 – Segunda Feira -
18 – Terça Feira -
19 – Quarta Feira - Início do ano letivo no Seminário de
Angra
– Congresso Internacional de Catequese – Roma (19-
24)
25
20 – Quinta Feira -
21 – Sexta Feira - 300 anos do voto de São Mateus do Pico
22 – Sábado -
23 – Domingo -
24 – Segunda Feira -
25 – Terça Feira - Conselho Episcopal – Angra
– Celebração de abertura do ano lectivo no Seminário
de Angra
26 – Quarta Feira -
27 – Quinta Feira - Jornadas Nacionais de Comunicação Social
– Fátima (27-28)
28 – Sexta Feira -
29 – Sábado - Encontro Matrimonial na Igreja dos Bairros
Novos – Ponta Delgada
– Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
30 – Domingo -
Outubro
01 – Segunda Feira – Curso de sensibilização para novos
Catequistas para as Ouvidorias de Vera Cruz, Povoação, Nordeste
e Vila Franca do Campo – Salão de S. Miguel Arcanjo
em Vila Franca (1-2)
02 – Terça Feira - Curso de sensibilização para novos Catequistas
para as Ouvidorias de Ponta Delgada, Ribeira Grande,
Capelas e Lagoa no Centro Pastoral Pio XII (2-3)
03 – Quarta Feira - Sínodo dos Jovens (3-28)
– Vigília de Oração dos Religiosos do Centro – Angra
04 – Quinta Feira - Festa de São Francisco de Assis – Família
Franciscana
05 – Sexta Feira - Encontro de delegados da pastoral juvenil
– Centro Pastoral Pio XII, Ponta Delgada
– Romaria da Legião de Maria
– Reencontro para Cursilhistas – Santa Catarina, Angra
(5-7)
26
06 – Sábado -
07 – Domingo -
08 – Segunda Feira -
09 – Terça Feira -
10 – Quarta Feira - Encontro de Pastoral de Saúde Mental –
Ponta Delgada
– Celebração de Abertura do ano da pastoral universitária
– Ponta Delgada
11 – Quinta Feira -
12 – Sexta Feira -
13 – Sábado -
14 – Domingo - Apresentação do plano de atividades dos Religiosos
da Vigaria Nascente – Ponta Delgada
15 – Segunda Feira -
16 – Terça Feira - Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral
– Visita Pastoral à Ouvidoria do Nordeste (16 – 26)
17 – Quarta Feira -
18 – Quinta Feira - S. Lucas. Dia dos Bens Patrimoniais da
Igreja
19 – Sexta Feira – Animadores do Encontro Matrimonial na
Igreja dos Bairros Novos – Ponta Delgada
20 – Sábado - Vigília das Missões - Rabo de Peixe
– Jornadas Nacionais da Pastoral Familiar – Fátima
– Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
21 – Domingo - Semana Nacional da Educação Cristã (21-
28)
– Dia das Missões. Início do Ano Missionário
– I Conferencia no âmbito dos 60 anos do Santuário do
Senhor Santo Cristo – Ponta Delgada
– Assembleia Geral e encontro de responsáveis do
Movimento dos Romeiros na Escola Secundária da Lagoa
– Participação e animação dos Religiosos na Eucaristia
em Rabo de Peixe
27
22 – Segunda Feira -
23 – Terça Feira -
24 – Quarta Feira -
25 – Quinta Feira - Cursilho de Homens – Angra (25-28)
26 – Sexta Feira - Jornada Diocesana da Comunicação Social
– Ponta Delgada - (C. P. Pio XII)
– Jornadas Nacionais de Catequese (26-28) Fátima
27 – Sábado -
28 – Domingo - Dedicação da nova Igreja do Salão – Faial
29 – Segunda Feira -
30 – Terça Feira - Encontro dos Padres mais novos – Seminário
de Angra
31 – Quarta Feira -
Novembro
01 – Quinta Feira - Todos os Santos
– Ordenação Diaconal e Instituição no Ministério de
Leitor, Sé de Angra
– Encontro dos Religiosos da Ouvidoria de Ponta Delgada
no Colégio de S. Francisco Xavier
– Cursilho de Mulheres – Angra (1-4)
02 – Sexta Feira - Fiéis Defuntos
– Congresso Internacional Repensar Portugal, a Europa e a
Globalização – 100 anos do Padre Manuel Antunes, s.j. – Lisboa (2-6)
03 – Sábado - Aniversário da Criação da Diocese (1534)
– Festa da Família promovida pelo Encontro Matrimonial
na Paróquia da Relva
04 – Domingo - Dia da Igreja Diocesana
05 – Segunda Feira -
06 – Terça Feira - Abertura do Curso Geral de Catequistas –Terceira
07 – Quarta Feira -
08 – Quinta Feira -
09 – Sexta Feira - Aniversário da fundação do Seminário
10 – Sábado - Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
28
11 – Domingo - Semana dos Seminários (11 – 18)
12 – Segunda Feira - Curso de Iniciação para catequistas –
Flores
– Retiro para sacerdotes organizado pelos Padres do
Prado – Fátima (12-16)
13 – Terça Feira -
14 – Quarta Feira -
15 – Quinta Feira - Ação de formação para agentes da Pastoral
Social – CP Pio XII
16 – Sexta Feira -
17 – Sábado -
18 – Domingo - Domingo do Pobre
– Dia do Catequista da Ilha de S. Miguel - Maia
19 – Segunda Feira - Semana Bíblica de São Miguel (19- 23)
– Vila Franca do Campo
– Assembleia geral da CIRP (Religiosos) – Fátima
(19-20)
20 – Terça Feira - Visita Pastoral às Flores (II) – (20 -25)
21 – Quarta Feira -
22 – Quinta Feira -
23 – Sexta Feira -
24 – Sábado -
25 – Domingo - Solenidade de Cristo Rei
– II Conferencia no âmbito dos 60 anos do Santuário
do Senhor Santo Cristo – Ponta Delgada
26 – Segunda Feira -
27 – Terça Feira - Visita Pastoral à Ouvidoria da Ribeira
Grande (27 - 2)
28 – Quarta Feira -
29 – Quinta Feira -
30 – Sexta Feira -
Dezembro
01 – Sábado - Beata Maria Clara do Menino Jesus (IFHIC)
29
02 – Domingo - Encontro de Reflexão de Advento para os Religiosos
da Vigararia Nascente - Centro Missionário (Dehonianos)
– Recoleção do Advento para Catequistas da Teceira –
Porto Judeu
03 – Segunda Feira - Recolecção de Advento – Clero da Vigararia
do Nascente – Centro Pastoral Pio XII
04 – Terça Feira - Recolecção de Advento – Clero da Vigararia
do Centro – Seminário de Angra
05 – Quarta Feira -
06 – Quinta Feira - Recolecção de Advento – Clero da Vigararia
do Ocidente – Madalena
07 – Sexta Feira - Noite de Comunidade preparada pelo Encontro
Matrimonial na Igreja Matriz de Ponta Delgada
– Encontro Inicial do Movimento Encontro de Jovens
Shalom (7-9) São Miguel
08 – Sábado - Festa no Santuário de Nª. Sª. da Conceição
(7-8)
09 – Domingo - II Domingo do Advento
10 – Segunda Feira - Conselho de Pastoral Social – Angra
Pastoral Familiar (Casais e Catequese) - CP Pio XII
11 – Terça Feira - Conselho Episcopal – Angra do Heroísmo
12 – Quarta Feira - Curso de Iniciação para Catequistas –
Flores
13 – Quinta Feira -
14 – Sexta Feira - Encontro Inicial do Movimento Encontro
de Jovens Shalom (14-16) Terceira
15 – Sábado -
16 – Domingo - III Domingo do Advento
17 – Segunda Feira -
18 – Terça Feira -
19 – Quarta Feira -
20 – Quinta Feira -
21 – Sexta Feira -
30
22 – Sábado -
23 – Domingo - IV Domingo do Advento
24 – Segunda Feira -
25 – Terça Feira - Solenidade do Natal do Senhor
26 – Quarta Feira -
27 – Quinta Feira -
28 – Sexta Feira -
29 – Sábado - Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
30 – Domingo - Festa da Sagrada Família promovida pelo
Encontro Matrimonial
31- Segunda Feira -
– 2019 –
Janeiro
01 – Terça Feira - Solenidade de Nossa Senhora Mãe de Deus
e Dia Mundial da Paz
02 – Quarta Feira -
03 – Quinta Feira -
04 – Sexta Feira -
05 – Sábado - Celebração do Dia da Infância Missionária na
Terceira – Ribeirinha
06 – Domingo - Solenidade da Epifania
–Visita às Clarissas pelos Religiosos de São Miguel
07 – Segunda Feira - Visita pastoral à Ouvidoria da Lagoa
(7-17)
08 – Terça Feira -
09 – Quarta Feira - Encontro de Reitores dos Santuários
Diocesanos – Vila Viçosa
10 – Quinta Feira -
11 – Sexta Feira -
12 – Sábado -
13 – Domingo - Festa do Batismo do Senhor
– Dia da Infância Missionária em São Miguel - Vila
Franca do Campo
31
14 – Segunda Feira -
15 – Terça Feira - Festa de Santo Amaro – em todas as ilhas
16 – Quarta Feira -
17 – Quinta Feira - Visita pastoral à Ouvidoria de Vila do
Porto (18-22)
– Ação de formação do Instituto Católico de Cultura/
Ouvidoria de Ponta Delgada (17-19)
18 – Sexta Feira - Oitavário de Oração pela Unidade dos
Cristãos (18-25)
19 – Sábado -
20 – Domingo - Dia da Palavra de Deus
– Festa de S. Sebastião na Matriz de Ponta Delgada
21 – Segunda Feira - Jornada Bíblica em São Miguel – Ribeira
Grande (21- 25)
22 – Terça Feira -
23 – Quarta Feira -
24 – Quinta Feira -
25 – Sexta Feira - FDS Açores organizado pelo Encontro Matrimonial
no Centro Pastoral Pio XII (25-27)
26 – Sábado - Encontro de Referentes da Pastoral da Cultura – Fátima
– Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
27 – Domingo - Dia do Catequista na Terceira - Vila Nova
– Retiro Espiritual e Assembleia Geral dos Romeiros
na Escola Secundária da Ribeira Grande
– Semana da Vida Consagrada (27-3)
28 - Segunda Feira - Retiro anual do Clero – Centro Pastoral
Pio XII – Ponta Delgada (28 – 01)
– Festa de São Tomás de Aquino – Seminário
29 – Terça Feira -
30 – Quarta Feira -
31 – Quinta Feira -
Fevereiro
01 – Sexta Feira - Vigília de Oração dos Religiosos – Angra
32
02 – Sábado - Dia do Consagrado na Vigararia Nascente –
Igreja de Nª. Sª. de Fátima – Ponta Delgada
03 – Domingo - Dia da Universidade Católica Portuguesa
04 – Segunda Feira - Retiro anual do Clero – Angra (04
-08)
– Curso de iniciação de Catequistas em Rabo de Peixe
(04 -09)
05 – Terça Feira -
06 – Quarta Feira -
07 – Quinta Feira -
08 – Sexta Feira - Festa de São João de Deus (OHSJD)
09 – Sábado -
10 – Domingo - Celebração com o Cabido da Catedral – Angra
11 – Segunda Feira - Festa de Nª. Sª. Lurdes - Angra (Sé)
– Dia Mundial do Doente
12 – Terça Feira - Visita Pastoral à Ouvidoria de Vila Franca
do Campo (12 – 24)
– Início do II semestre no Seminário
13 – Quarta Feira -
14 – Quinta Feira – Dia dos Namorados
15 – Sexta Feira – Curso de Formação de Catequistas para a
Adolescência no Centro Pastoral Pio XII (15-17)
16 – Sábado - Conselho Nac. da Pastoral Familiar – Fátima
17 – Domingo -
18 – Segunda Feira - Aniversário natalício de D. João Lavrador
(1956)
19 – Terça Feira -
20 – Quarta Feira -
21 – Quinta Feira - Congresso Internacional «A Morte –
Leituras da Humana Condição» – Guimarães (21-24)
22 – Sexta Feira -
23 – Sábado - Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
24 – Domingo -
33
25- Segunda Feira -
26 – Terça Feira - Conselho Episcopal – Angra
27 – Quarta Feira -
28 – Quinta Feira -
Março
01 – Sexta Feira - Recolecção da quaresma – Clero da Vigararia
do Ocidente – Horta
02 – Sábado -
03 – Domingo -
04 – Segunda Feira -
05 – Terça Feira -
06 – Quarta Feira - Início da Quaresma
– Recolecção da quaresma – Clero da Vigararia do
Centro – Seminário de Angra
07 – Quinta Feira - Recolecção da quaresma – Clero da Vigararia
Nascente – Centro Pastoral Pio XII – P. Delgada
08 – Sexta Feira -
09 – Sábado - Início das Romarias Quaresmais
10 – Domingo - Recoleção da quaresma para Catequistas da
Terceira – Casa da Saúde do Espírito Santo
– Reflexão Quaresmal para os Religiosos da Vigararia
Nascente na Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição
11 – Segunda Feira - Retiro do Episcopado (11- 15) - Fátima
12 – Terça Feira - Dia da Disciplina de EMRC
13 – Quarta Feira -
14 – Quinta Feira -
15 – Sexta Feira -
16 – Sábado - Retiro do Movimento da Mensagem de Fátima
em São Miguel – Água de Pau
– Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
17 – Domingo - II Domingo da Quaresma
18 – Segunda Feira -
34
19 – Terça Feira - São José. Dia do Pai
– III Conferência no âmbito da comemoração dos 60
anos de elevação a Santuário Diocesano do Senhor Santo
Cristo dos Milagres – Igreja de São José – Ponta Delgada
20 – Quarta Feira - Jornadas de Teologia (20-22) – Seminário
de Angra
21 – Quinta Feira -
22 – Sexta Feira -
23 – Sábado - Visita Pastoral à Ouvidoria de Ponta Delgada
(23/3 – 12/4)
24 – Domingo - Dia da Cáritas
– «24 Horas para o Senhor»
25 – Segunda Feira - Anunciação do Senhor.
– Aniversário da fundação das Irmãs MRSCJ – Terceira
e S. Jorge
– Festa de Acies – Legião de Maria
26 – Terça Feira -
27 – Quarta Feira -
28 – Quinta Feira -
29 – Sexta Feira -
30 – Sábado -
31 – Domingo - IV Domingo da Quaresma
Abril
01 – Segunda Feira -
02 – Terça Feira -
03 – Quarta Feira -
04 – Quinta Feira -
05 – Sexta Feira -
06 – Sábado - Romaria Escolar
07 – Domingo - Dia Diocesano do Doente
08 – Segunda Feira -
09 – Terça Feira -
10 – Quarta Feira -
35
11 – Quinta Feira - Feriado Municipal da Lagoa
12 – Sexta Feira -
13 – Sábado - Noite de Comunidade de preparação
para a Páscoa organizada pelo Encontro Matrimonial
no Santuário do Senhor Santo Cristo
14 – Domingo - Celebração dos Ramos. Jornada Mundial da
Juventude
15 – Segunda Feira - Celebração da renovação das promessas
sacerdotais – Clero da Vigararia do Nascente – Matriz de
Ponta Delgada
16 – Terça Feira - Celebração da renovação das promessas
sacerdotais – Clero da Vigararia do Ocidente – Matriz da Horta
17 – Quarta Feira - Celebração crismal e renovação das promessas
sacerdotais – Clero da Vigararia do Centro – Sé de
Angra
– Jubileus sacerdotais diocesanos – Angra (Sé)
18 – Quinta Feira - Ceia do Senhor
– Termo das Romarias
19 – Sexta Feira - Paixão do Senhor
– Via Sacra organizada pelo Encontro Matrimonial na
Matriz de Ponta Delgada
20 – Sábado - Vigília Pascal
21 – Domingo - Páscoa da Ressurreição
22- Segunda Feira - 60º Aniversário de elevação
a Santuário Diocesano do Senhor Santo Cristo
dos Milagres da Igreja de Nossa Senhora da Esperança
23 – Terça Feira - Festa de São Jorge – Feriado Municipal
das Velas
24 – Quarta Feira - Acantonamento de Páscoa do Pré Seminário
(24-25)
– Festa de S. Bento Menni – IHSCJ – Terceira e S.
Miguel
36
25 – Quinta Feira – Festa de São Marcos
26 – Sexta Feira -
27 – Sábado - FDS Linguagens do Amor – Encontro Matrimonial
- Centro Pastoral Pio XII (27-28) Ponta Delgada
28 – Domingo -
29- Segunda Feira - CEP (29 -02) – Fátima
30 – Terça Feira -
Maio
01 – Quarta Feira -
02 – Quinta Feira -
03 – Sexta Feira -
04 – Sábado - FDS Viver na diferença – Encontro Matrimonial
– Centro Pastoral Pio XII (4-5)
05 – Domingo - Dia da Mãe
– Dia do Romeiro – Paróquia da Relva
– Semana de Oração pelas Vocações
06 – Segunda Feira - Conselho Episcopal – Angra
07 – Terça Feira - Conselho Presbiteral (07-09) – Angra
08 – Quarta Feira - Colégio de Consultores – Angra
09 – Quinta Feira - Conferência de Ouvidores – Angra
10 – Sexta Feira - Encontro dos Serviços de Pastoral – Angra
11 – Sábado - Vigília de oração pelas Vocações – S. Miguel
e Terceira
12 – Domingo - Dia Mundial de oração pelas Vocações
Ministério do Acolitado – Terceira
– Início da Semana da Vida (12-19) – Ação a realizar
na Paróquia dos Ginetes pela Pastoral Familiar
13 – Segunda Feira - Festas de Nª. Sª. de Fátima
14 – Terça Feira -
15 – Quarta Feira - Visita Pastoral à Ouvidoria de Ponta Delgada
(15-22)
– Dia Internacional da Família
37
16 – Quinta Feira -
17 – Sexta Feira -
18 – Sábado -
19 – Domingo - Peregrinação Nacional do Movimento Encontro
Matrimonial em Fátima (19-20)
20 – Segunda Feira -
21 – Terça Feira -
22 – Quarta Feira - Solenidade do Beato João Baptista Machado
23 – Quinta Feira - Santa Rita de Cássia – em todas as ilhas
24 – Sexta Feira - Festas do Senhor Santo Cristo em Ponta
Delgada (24 a 27)
25 – Sábado - Encontro do Pré Seminário no Santuário do
Senhor Santo Cristo
26 – Domingo - Assembleia Regional da CIRP – Angra
27 – Segunda Feira - Feriado Municipal de Ponta Delgada
28 – Terça Feira -
29 – Quarta Feira -
30 – Quinta Feira -
31 – Sexta Feira -
Junho
01 – Sábado - Celebração da Confirmação – Graciosa (1-2)
– Jornadas da Pastoral da Cultura – Fátima
02 – Domingo - Ascenção do Senhor
– Dia Mundial das Comunicações Sociais
03 – Segunda Feira - Encontro Ibérico das Comunicações
Sociais (3-5)
04 – Terça Feira -
05 – Quarta Feira -
06 – Quinta Feira -
07 – Sexta Feira - Jornada da Pastoral Social – Ponta Delgada
08 – Sábado -
09 – Domingo - Pentecostes. Sacramento da Confirmação - Sé
– Dia do Apostolado dos Leigos
38
10 – Segunda Feira - Dia da Região Autónoma dos Açores e
de Portugal
– Passeio-Convívio dos Religiosos da Vigararia Nascente
11 – Terça Feira -
12 – Quarta Feira -
13 – Quinta Feira - Santo António
– Conselho Episcopal – Angra
14 – Sexta Feira -
15 – Sábado -
16 – Domingo - Santíssima Trindade
17 – Segunda Feira - Colóquio: O culto a Santo Cristo na sua
imagem (17-19) – Ponta Delgada
18 – Terça Feira -
19 – Quarta Feira - Encerramento do ano lectivo no Seminário
– Angra
– IV Conferência organizado pelo Santuário do Senhor
Santo Cristo - Ribeira Grande.
20 – Quinta Feira - Solenidade do Corpo de Deus. Angra e
Povoação - Feriado municipal no Corvo
21 – Sexta Feira - Feriado Municipal na Povoação
– Celebração da Confirmação – São Jorge (21-23)
22 – Sábado - Conselho Nac. da Pastoral Familiar – Fátima
23 – Domingo -
24- Segunda Feira - São João Baptista (Feriado em Angra,
Vila Franca, Santa Cruz das Flores, Horta e Vila do
Porto)
25 – Terça Feira -
26 – Quarta Feira -
27 – Quinta Feira -
28 – Sexta Feira - Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
29 – Sábado - São Pedro e São Paulo - Feriado na Ribeira
Grande e Lajes do Pico
– Encontro do Pré Seminário no CP Pio XII
39
– Aniversário da Ordenação Episcopal de D. João Lavrador
(2008)
30 – Domingo - Ordenações de presbíteros
– Aniversário da Ordenação Episcopal de D. António
Sousa Braga (1996)
Julho
01 – Segunda Feira -
02 – Terça Feira -
03 – Quarta Feira -
04 – Quinta Feira -
05 – Sexta Feira -
06 – Sábado -
07 – Domingo -
08 – Segunda Feira -
09 – Terça Feira -
10 – Quarta Feira -
11 – Quinta Feira -
12 – Sexta Feira -
13 – Sábado -
14 – Domingo -
15- Segunda Feira -
16 – Terça Feira - Festas de Nossa Senhora do Carmo
17 – Quarta Feira - Acampamento do Pré Seminário (17-18)
18 – Quinta Feira - Feriado Municipal no Nordeste
19 – Sexta Feira - V Conferência no âmbito dos 60 anos do
Santuário do Senhor Santo Cristo – Ponta Delgada
20 – Sábado -
21 – Domingo -
22- Segunda Feira - Santa Maria Madalena. Madalena, Pico
23 – Terça Feira -
24 – Quarta Feira -
25 – Quinta Feira -
26 – Sexta Feira - Santa Ana e São Joaquim - Dia dos Avós
40
27 – Sábado -
28 – Domingo -
29 – Segunda Feira -
30 – Terça Feira -
31 – Quarta Feira -
Agosto
01 – Quinta Feira -
02 – Sexta Feira -
03 – Sábado -
04 – Domingo -
05 – Segunda Feira - Festas do Senhor Bom Jesus no Pico
(5-7)
06 – Terça Feira -Transfiguração do Senhor – Titular da Catedral
de São Salvador – Angra
07 – Quarta Feira -
08 – Quinta Feira -
09 – Sexta Feira -
10 – Sábado - Dia das Migrações (10-11)
– Peregrinação Nacional dos Migrantes – Fátima
11 – Domingo - Feriado Municipal da Praia da Vitória
12 – Segunda Feira -
13 – Terça Feira -
14 – Quarta Feira -
15 – Quinta Feira - Festas de Nª. Sª. da Assunção – todas as
ilhas
16 – Sexta Feira - Feriado Municipal de São Roque – Pico
17 – Sábado -
18 – Domingo -
19 – Segunda Feira -
20 – Terça Feira -
21 – Quarta Feira -
22 – Quinta Feira -
23 – Sexta Feira -
41
24 – Sábado -
25 – Domingo - Missa por alma dos bispos diocesanos falecidos
26- Segunda Feira -
27 – Terça Feira -
28 – Quarta Feira -
29 – Quinta Feira -
30 – Sexta Feira -
31 – Sábado -
42
Conselho Presbiteral (2018)
A 43ª sessão plenária do Conselho Presbiteral da Diocese
de Angra decorreu entre os dias 24 e 26 do mês de Abril de
2018, no Palácio de Santa Catarina, em Angra do Heroísmo.
Esta Assembleia, presidida pelo Bispo Diocesano, Senhor D.
João Evangelista Pimentel Lavrador, contou com 12 membros
em função do cargo, 18 membros eleitos e um membro convidado.
O Prelado Diocesano começou por acentuar a natureza deste
Conselho, enquanto órgão privilegiado de comunhão presbiteral,
na participação e na corresponsabilidade. Recordou os
sacerdotes falecidos no último ano e deu a conhecer o estado
daqueles que se encontram em situação de fragilidade.
Procedeu-se à eleição do Secretariado Permanente deste
Conselho para o próximo quinquénio e foi realizada uma consulta
para a nomeação do Colégio de Consultores.
O Conselho refletiu acerca do Instrumento de Trabalho na
sua generalidade, referente aos temas abaixo indicados:
PASTORAL SOCIAL. Acentuou-se a necessidade de
formação, proximidade às situações concretas e coordenação
das várias ações através do Serviço Diocesano da Pastoral Social,
que deverá envolver as instituições públicas, procurando
dinamizar as estruturas e projetos existentes. Valorizou-se o
Conselho de Pastoral Social como plataforma de diálogo e
de programação conjunta no domínio da ação da Igreja nesta
área. Por sua vez, a Comissão Diocesana de Justiça e Paz deverá
ter uma função essencial na denúncia das situações e nos
modelos de intervenção. Trata-se de um desafio permanente e
prioritário, particularmente junto dos mais fragilizados, que se
deve traduzir em ações concretas.
PASTORAL DOS JOVENS. O Conselho refletiu acerca
das dificuldades sentidas neste sector e a necessidade de inte43
gração dos jovens nas comunidades cristãs, através da coordenação
de todos os agentes e serviços pastorais juvenis. Há
que aproveitar as diversas iniciativas, processos e eventos de
modo a promover uma pastoral consolidada, nomeadamente
o Primeiro Congresso Diocesano, o Sínodo dos Bispos para a
Juventude e a Exortação Pós-Sinodal, dos quais deverão surgir
um itinerário e plano da pastoral dos jovens.
FORMAÇÃO BÁSICA DO POVO DE DEUS. O Conselho
sente-se corresponsabilizado com o Vigário da Formação
que, com a sua equipa já formada, deverá coordenar uma formação
sistemática e planificada com os Serviços Diocesanos,
com as Vigararias Territoriais, com o Instituto Católico de
Cultura, a qual se estenderá ao âmbito de Ouvidoria, através
da implementação da Escola de Formação Cristã da Ouvidoria.
O Conselho faz eco da mais recente Exortação do Papa
Francisco, que nos faz crescer como presbitério: "Move-nos
o exemplo de tantos sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos
que se dedicam a anunciar e servir com grande fidelidade,
muitas vezes arriscando a vida e, sem dúvida, à custa da sua
comodidade. O seu testemunho lembra-nos que a Igreja não
precisa de muitos burocratas e funcionários, mas de missionários
apaixonados, devorados pelo entusiasmo de comunicar a
verdadeira vida. Os santos surpreendem, desinstalam, porque
a sua vida nos chama a sair da mediocridade tranquila e anestesiadora"
(Papa Francisco, Gaudete et Exsultate, 138).
Angra do Heroísmo, 26 de Abril de 2018
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Conselho Pastoral Diocesano (2018)
O Conselho Pastoral Diocesano, constituído por leigos, religiosos,
diáconos e presbíteros de todas as ilhas dos Açores,
reuniu em Ponta Delgada, de 8 a 10 de junho do ano 2018,
em décima terceira Assembleia Plenária, sob a presidência do
Bispo Diocesano, D. João Lavrador, tendo como temas de reflexão
os seguintes:
Pastoral Social.
Pastoral dos Jovens.
Formação Básica do Povo de Deus na Diocese.
I. Os trabalhos iniciaram-se com a intervenção do Bispo
Diocesano, que realçou que a vida Pastoral da Igreja tem de
ser feita e vivida por todos. Há uma reflexão importante dos
leigos que tem que ser ouvida e atendida, dado que estamos
numa Igreja Ministerial em que todos contamos. Lembrou,
ainda, que o Conselho Pastoral Diocesano é um órgão de expressão,
da comunhão da Igreja, que é ativa e missionária,
porque é motivada pelo Espírito e por isso, deve estar pronta
para atuar através de cada um dos nossos ambientes.
II. Tendo em conta as sínteses dos diversos setores e locais
da Diocese e a reflexão dos membros do Conselho, realçouse:
No domínio da Pastoral Social, o biénio dedicado a este
tema, que em alguns locais ficou pela sensibilização e noutros,
conseguiu-se dar passos efetivos no sentido da sua implementação.
Durante este biénio foi lançado o inquérito às
paróquias, por Ouvidoria, sobre as necessidades sociais e as
respostas existentes para fazer face às mesmas. Concretizouse,
também, o diálogo entre os Serviços Diocesanos para a
Pastoral Social e as entidades do Governo dos Açores para
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este setor, sendo criado, ainda, o Conselho Pastoral Social.
A transversalidade da Pastoral Social deve refletir-se em
toda a ação pastoral da Igreja, privilegiando a assistência, o
acompanhamento das situações e das pessoas, a promoção humana
e a autonomização.
Na linha de preparação do próximo Sínodo dos Bispos sobre
“Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, a Pastoral
dos Jovens será marcada pelo Congresso Diocesano da Juventude,
sob o lema "Para uma Igreja+", numa lógica de "9 ilhas,
mas uma única Igreja" pois "os jovens não são um problema:
são um desafio". Entre as linhas propostas para a Pastoral da
Juventude estão a proximidade, a atenção, a escuta, a interação,
o conhecimento nos contextos reais, deixar-se provocar
pelas questões/dilemas/dificuldades dos jovens. Nos passos a
dar, propõe-se: formação de animadores; criação de grupos de
Jovens, na medida das possibilidades; valorização da catequese
da adolescência tendo em vista a Pastoral Juvenil; aposta na
disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, na Pastoral
Universitária, no voluntariado jovem e nas novas tecnologias,
como instrumentos de aproximação e evangelização.
As respostas da Diocese à Formação do Povo de Deus passam
pela Vigararia para a Formação, tendo em conta o Instituto
Católico de Cultura, que dinamizarão a Escola de Formação
Cristã das Ouvidorias. A resposta às necessidades específicas
de cada Ouvidoria/Paróquia, pela Vigararia da Formação, deve
passar pela preparação de um Plano Formativo com um itinerário
abrangente, fruto da junção de esforços, a transmitir com
o apoio das novas tecnologias de informação e comunicação,
a partir das realidades humanas e das reais necessidades das
Ouvidorias em matéria de formação.
III. O Santo Padre declarou o mês de outubro de 2019 como
"Mês Missionário Extraordinário" e a Conferência Episcopal
Portuguesa propôs um Ano Missionário, a partir de outubro de
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2018, sob o lema "Todos, tudo e sempre em Missão" durante
o qual todos os cristãos são convidados a fazer a experiência
de missão.
O Senhor D. João apelou a uma mobilização da Diocese,
nos seus Movimentos, Serviços, Comunidades e Pastores, no
sentido de criar condições para que as pessoas se animem,
para se formarem em ordem a um compromisso cristão na
Igreja e no mundo.
O Conselho Pastoral Diocesano, encerrando os seus trabalhos,
saúda todas as comunidades cristãs nos seus Conselhos
Pastorais de Paróquia e Ouvidoria e todos os que trabalham
pelo Povo de Deus.
Ponta Delgada, 10 de junho de 2018
O Conselho Pastoral Diocesano
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Vigararia Episcopal para a Formação (2018)
A Equipa da Vigararia Episcopal para a Formação reuniuse
na Casa Episcopal a 14 de Junho de 2018 para delinear o
itinerário formativo diocesano. Não se trata de um itinerário
extenso nem para vários anos. Destina-se meramente ao próximo
ano pastoral. As conclusões foram as seguintes:
1. Durante o próximo ano Pastoral, tendo em conta a temática
do Plano Pastoral Diocesano: “Uma comunidade evangelizada
em comunhão missionária”, é ponto assente que, serão
tratados três grandes temas através dos Conselhos Pastorais
de Paróquia, Zona e Ouvidoria de modo a criar uma maior
consciência de Igreja enquanto Povo de Deus, Corpo de Cristo
e Templo do Espírito Santo. Pretende-se criar a consciência
de uma comunidade que se evangeliza formando-se, para dar
razões da sua esperança hoje. Trata-se também de uma comunidade
em comunhão organizada numa formação para a
missão.
2. Os três temas, destinados a serem aprofundados no próximo
Ano Pastoral, estão a ser preparados pelo Vigário Episcopal
para a Formação e serão inseridos nas Orientações Diocesanas
de Pastoral para facilitar a sua divulgação.
2.1. Nas paróquias: Trabalhar e responder aos três temas
que vêm para os Conselhos Pastorais Paroquiais, bem como
trabalhar e responder à temática e questionário que chegarem
aos Conselhos Presbiteral e Pastoral.
2.2 Ao nível das Ouvidorias: Lançamento da formação
cristã nas Ouvidorias.
Como foi pedido e votado no Conselho Presbiteral e pedido
no Conselho Pastoral, realizados este ano, devem ser
criadas as Escolas de Formação Cristã em cada Ouvidoria,
para que em cada ilha se possa Integrar o que já vem de trás
na formação e coordenar o que se faça de novo no próximo
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ano pastoral, com o apoio dos Vigários Episcopais territoriais,
dos Ouvidores, do Instituto Católico de Cultura e dos Serviços
Diocesanos de Apoio à Pastoral, sob a coordenação do Vigário
Episcopal para a Formação
Ligar as respostas dos temas dos Conselhos Pastorais Paroquiais
com as reuniões do Conselho Pastoral de Ouvidoria
sobre os três temas e sobre o assunto do Conselho Pastoral
Diocesano.
Acompanhar os que no território da Ouvidoria venham a
fazer o curso à distância, sobre o Concílio Vaticano II ministrado
pela Universidade Católica Portuguesa com a Diocese
(Instituto Católico de Cultura).
2.3. Ao nível das Vigararias Territoriais:
Acompanhar e ajudar a coordenar nas Ouvidorias das Vigararias
Territoriais, as acções que venham a ser feitas.
2.4. Os movimentos diocesanos laicais deverão comunicar
as actividades que pretendam realizar aos respectivos Vigários
Episcopais territoriais.
3. Nas Ouvidorias (Ao nível presbiteral):
3.1. Trabalhar os oito temas sacerdotais que nas zonas pastorais
e nas Ouvidorias serão estudados.
3.2. Trabalhar e por em comum em Ouvidoria a temática
dos Conselhos Presbiteral e Pastoral para o próximo ano.
4. Promotores dos Serviços de Apoio à Formação:
4.1. Os Serviços de Apoio à Pastoral Diocesana (Pelos pedidos
dos que os solicitarem).
4.2. O Instituto Católico de Cultura no apoio que der nos
Cursos de Apoio à distância e a consulta de elementos informativos
e recursos formativos fornecidos pelo Site do Instituto.
4.3. O Seminário Diocesano, pelas Jornadas Teológicas
anuais e pelo apoio que dá no que lhe é pedido diretamente ou
nas intervenções através da colaboração do ICC.
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4.4. Os Serviços promotores de jornadas de formação.
Estarmos atentos às instituições e serviços que realizem jornadas
tais como: Seminário, Serviço da Comunicação Social,
Serviço de apoio à Cultura e Instituto Católico de Cultura.
5. O Conselho Pastoral e o Conselho Presbiteral deverão
ter em conta na sua preparação a linha de inspiração da temática
deste ano pastoral em ordem à eventual realização de um
Sínodo Diocesano.
6. Tudo será acompanhado e coordenado pela Vigararia
para a Formação para o Povo de Deus com a colaboração da
Equipa da Vigararia Episcopal para a formação.
Angra do Heroísmo, 14 de Junho de 2018
A Equipa da Vigararia Episcopal da Formação
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Congresso Diocesano dos Jovens (2018)
Com alegria, entusiasmo, sentido de Igreja e em comunhão,
imbuídos pelo espírito doSínodo dos Bispos
sobre os Jovens, reunimo-nos em São Miguel, de 28 de
Junho a 1 de Julho de 2018, como jovens da Diocese de
Angra naquele que foi o seu I Congresso Diocesano de
Juventude.
"Por uma Igreja +", foi o desafio lançado para a vivência
e reflexão deste Congresso que pretendeu escutar-nos, pensar
connosco, para nos levar a um compromisso em Igreja.
Juntos, vivemos este I Congresso Diocesano de Juventude
como um encontro feliz de jovens de toda a Diocese onde
pudemos partilhar ideias, alegria, sonhos e projectos e fazer a
experiência da unidade d nossa Igreja.
A nossa reflexão destacou como prioridades e focos de especial
atenção: a Família, a Espiritualidade, Grupo de Jovens,
Redes Sociais e a Escola.
À família pedimos:
1. Maior acompanhamento no nosso percurso humano e
espiritual;
2. Momentos de reflexão em família e para a família;
3. Participação na Eucaristia.
À Igreja:
1. Mentalidade mais aberta
2. Liberdade e criatividade de participação
3. Compreensão das realidades juvenis
4. Maior investimento nos Grupos de Jovens
5. Espiritualidade
6. Proximidade
7. Aplicação das siglas "PPP" – Participação - Protagonismo
- Paciência e "PDA" – Proximidade - Diálogo - Acção.
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Aos Padres:
1. Maior envolvimento, proximidade e presença
2. Maior disponibilidade, abertura e acolhimento sem julgamento
Assim, propomos:
À Diocese:
a) Maior representatividade e responsabilização dos jovens
nas diversas instâncias da Diocese
b) Encontro Diocesanos Reguares
c) Festivais música/artes
d) Formação de líderes e animadores de Pastoral Juvenil
3) Aposta no desporto, cultura, artes e natureza;
f) Apostar e preparar agentes para um acompanhamento
afectivo e efectivo aos jovesn (padres, religiosos e leigos, com
espaços e horas)
Às Ouvidorias:
a) Criação do "Dia C" (Dia de "Cristo") - levar Jesus à
rua)
b) Retiro e eventos de espiritulidade
c) Intercâmbios entre Grupos de Jovens
d) Peregrinações
e) Maior representatividade e responsabilização dos jovens
nas diversas instâncias das Paróquias
e) Promover encontros intergeracionais
Da análise das propostas apresentadas, provenientes tanto
da fase do "escutar os jovens" (Questionário) como na do
"pensar com os jovens" (reflexões do Congresso), emergiram
dimensões centrais que nos permitem concluir que para termos
uma melhor Pastoral Juvenil na nossa Diocese a IGREJA
deverá SER+:
Aberta; Acolhedora; Ajustada aos jovens; Cativante; Inclu52
siva; Ouvinte; Próxima e Disponível.
Saudamos com alegria toda a nossa Igreja Diocesana, à
qual confiamos estes nossos desafios e sonhos: junto queremos
ser +.
Abraçamos com ternura todos os jovens açorianos, em
particular os jovens que buscam o sentido da vida, aqueles
que vivem qualquer tipo de exclusão e sofrimento ou que por
qualquer motivo se ausentaram da Comunidade, a quem dirigimos
uma mensagem de confiança e esperança, contando
com todos par, juntos, dazermos desta nossa Igreja uma Igreja
mais activa, mais alegre, mais jovem e aberta à missão: uma
Igreja + é aquela onde todos são importantes e necessários, e
onde os carismas se convertem em serviço.
Tal como o Pe. Nuno Fidalgo, cuja Ordenação Sacerdotal
ocorreu em pleno Congresso, sentimos a intrpelação a uma
vida de entrega, através de um "Sim" generoso que nos coloque
disponíveis a Jesus e à sua Igreja.
Em comunhão com o nosso Pastor, Dom João, confiamos o
nosso ser jovem e Igreja à intercessão de Maria, Mãe e Rainh
dos Açores, Mãe dos Jovens, e à inspiração do Espírito Santo
de Deus.
Ponta Delgada, 01 de Julho de 2018
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Para a Formação do Povo de Deus
Apresentação
Após os Conselhos Presbiteral e Pastoral, a Equipa da
Vigararia Episcopal para a Formação do Povo de Deus, reuniu-
se no passado dia 14 de Junho, para delinear o itinerário
formativo para o ano pastoral 2018/2019. Tendo em conta a
temática do Plano Pastoral Diocesano: «Uma comunidade
evangelizada em comunhão missionária», ficou assente que
serão tratados três grandes temas através dos Conselhos Pastorais
de Paróquia, Zona e Ouvidoria, de modo a criar uma
maior consciência de Igreja, enquanto Povo de Deus, Corpo
de Cristo e Templo do Espírito Santo.
Fiquei encarregado de organizar as reflexões sobre estes
três temas conciliares, fornecendo três esquemas que podem
ser tratados nas reuniões dos Conselhos Pastorais de Paróquia
e de Ouvidoria, sempre com a colaboração dos párocos e ouvidores,
ajudando assim à formação dos nossos leigos no sentido
de conhecerem e realizarem a sua missão na Igreja e no
mundo. Poderá ser também oportunidade para o lançamento
das tão desejadas Escolas de Formação Cristã de Ouvidoria,
abrindo os encontros a todos os que desejarem participar.
A pastoral que realizamos nas nossas comunidades depende
do modelo de Igreja, que pastores e fiéis leigos possuem
da mesma. Ora o modelo da Igreja para o nosso tempo, foi
o modelo que o Concílio Vaticano II nos legou. O Concílio
Ecuménico Vaticano II (1962-65), considerado o maior acontecimento
da Igreja Católica no século XX, foi, na expressão
do teólogo alemão Karl Rahner, um «Concílio da Igreja sobre
a Igreja», Já, na primeira sessão, o Cardeal Suenens, propôs
a revisão de todos os esquemas apresentados pela Comissão
Preparatória do Concílio, em função de dois polos: a Igreja ad
intra, isto é, a sua natureza, a sua constituição, os seus mem54
bros e a Igreja ad extra, isto é, frente aos grandes problemas
que preocupam o mundo actual, como sejam: a justiça social,
a paz, o respeito pela vida, a evangelização dos povos, etc.
Assim, o Concílio vai desenvolver-se à volta de dois grandes
polos: a Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição
Pastoral Gaudium et Spes, nas quais a Igreja procura
reflectir, à luz de Cristo, o Verbo Encarnado, sobre a sua identidade
e sobre a sua missão.
A Constituição Lumen Gentium, a partir da qual vamos
elaborar os três esquemas de reflexão para este novo ano pastoral,
torna-se como que o grande tronco do Concílio e representa,
no campo da eclesiologia, uma autêntica «revolução».
Surge um novo modo de ser e de compreender a Igreja. A
consciencialização da Igreja como mistério ligado ao mistério
de Cristo e não como sociedade perfeita, deu um novo rumo e
apontou caminhos interessantes que, infelizmente, não foram
explorados ao longo destes mais de cinquenta anos. Há muito
a ser feito. Temos muito trabalho pela frente. Oxalá a simplicidade
deste trabalho, juntamente com a ajuda do Instituto
Católico de Cultura que fornecerá, em parceria com a Universidade
Católica Portuguesa, um Curso à distância sobre o
Concílio Vaticano II, ajudem a criar nas nossas paróquias, Ouvidorias
e zonas uma vontade decidida de formação de todo
o Povo de Deus, em ordem à missão, tão necessária no nosso
tempo e na nossa Igreja local.
O Vigário Episcopal para a Formação
P. Ângelo Valadão
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Tema 1
A Igreja, Povo de Deus
Este 1.º tema deve ser tratado durante a 1ª parte do Ano Pastoral pela
incidência que tem com o Ano Litúrgico, sobretudo a preparação do Advento
e do Natal. As profecias messiânicas que alimentaram a esperança
do Antigo Povo de Deus, cumprem-se com a vinda de Jesus e porque o
Mistério da Encarnação é o início da Igreja o Novo Povo de Deus.
Introdução
Desde a revelação neotestamentária até ao século IV, a
Igreja foi denominada o «Novo Povo de Deus». No entanto,
a teologia posterior relegou esta noção para segundo plano.
Dizer «Povo de Deus» consiste em apresentar a Igreja como
povo peregrino através da história rumo à meta final, acentuando
assim uma nota importantíssima da Igreja que é a sua
«historicidade».
A noção de «Povo de Deus», colhida na Sagrada Escritura
e na Patrística foi-se aprofundando e esclarecendo nas últimas
décadas antes do Concílio Vaticano II. Muitos teólogos,
quer católicos, quer evangélicos estiveram empenhados nesta
tarefa de investigação. Na corrente da eclesiologia católica
destacamos dois nomes que participaram na preparação e realização
do Concílio: o dominicano Yves Congar e o jesuíta
Henri de Lubac.
Congar procurou fazer a passagem de uma «Teologia da
Contra Reforma», que se desenvolvera a partir do século XVI,
para uma teologia em que a noção de Igreja fosse mais dinâmica
e histórica. Para ele, o Povo de Deus é, na expressão de
S. Paulo, o «Israel de Deus» (Gl 6, 16) ou o que diz o profeta
Oseias: «Eu a farei para mim, uma terra bem semeada, terei
compaixão de Lô-Ruhamá e direi Lô-Ami: tu és o Meu Povo
e ele me responderá: Tu és o meu Deus» (Os 2, 25).Oseias
utilizará a metáfora de casamento ou aliança de vida e fideli56
dade entre Deus e o seu Povo, que já o livro do Êxodo repete
várias vezes: «Eles serão o Meu povo e Eu serei o seu Deus».
S. Pedro transfere esta declaração para os baptizados: «Vós,
porém, sois geração escolhida, sacerdócio real, nação santa,
povo adquirido por Deus, a fim de proclamardes as maravilhas
daquele que vos chamou das trevas à Sua luz admirável,
vós, que outrora não éreis o Seu povo, mas que agora sois o
povo de Deus» (1 Pe 2, 9-10). Assim, o conceito de «Povo
de Deus», presta-se admiravelmente para ver a Igreja como
continuação da Assembleia de Deus (Kaal Yavé) do Antigo
Testamento, realizada plenamente no «Novo povo de Deus»,
renascido da Cruz e da Ressurreição de Jesus Cristo.: «A Kaal
Yavé do Antigo Testamento é conduzida por Deus no curso da
História da Salvação até ao seu pleno cumprimento na Nova
Aliança. O nascimento do Novo Povo de Deus é fruto da plenitude
da acção salvífica de Deus em Cristo. É o Povo de aquisição
em virtude da obra redentora de Cristo» (Mystere de
L`Eglise – Y.Congar).
Para Congar, a condição histórica deste Povo, no seu itinerário
pelo mundo, comporta três grandes valores: 1. Caminha
em direcção a uma meta. Esta meta é o Reino de Deus, na sua
plenitude final, que nos deve animar a viver a esperança comprometida
na transformação do mundo, segundo o plano de
Deus. 2. Esta peregrinação do Povo de Deus pelos caminhos
dos homens, confere à Igreja a característica de ser «santa»,
pelo seu princípio transcendente, mas ao mesmo tempo «pecadora
», porque submetida a todas as vicissitudes do mundo.
3. Este Povo deve viver no mundo para servi-lo. A Constituição
Pastoral Gaudium et Spes encarregou-se de expressar este
espírito do Vaticano II, entendendo o mundo como o teatro
da acção humana nas investigações científicas, na cultura, no
compromisso com a justiça social, o desenvolvimento e a paz
(Cf Y Congar, Le Concile de Vatican II, 114-116).
Embora fazendo uma analogia entre o Antigo e o Novo
57
Povo de Deus, Congar afirma a superioridade do Novo Povo,
em virtude do conteúdo salvífico e sobrenatural da Igreja,
como «Corpo de Cristo». Este conceito teológico é essencial
para exprimir a «condição cristã do Povo de Deus»: «As promessas
do A.T, foram cumpridas em Jesus Cristo, Filho de
Deus feito homem que quer que o Povo de Deus se constitua
como Corpo de Cristo. Quer que se entre no Corpo de Cristo
pelo Espírito de Cristo (1ª Cor 12, 13), (Y. Congar, Le Concile
de Vatican II,120-121).
O Teólogo francês Henri de Lubac contribuiu consideravelmente
para a renovação da teologia, no século XX. Embora
não sendo um especialista em questões eclesiológicas, como
Congar, o tema da Igreja está presente em todos os seus livros.
Na sua obra «O Catolicismo. Os aspectos sociais do Dogma»,
publicado em 1938, H. de Lubac elabora uma teologia dos
aspectos sociais e históricos do cristianismo, onde existem
frequentes alusões à noção de Povo de Deus. À ideia muito
difundida de «salvação individual» contrapõe os aspectos
sociais da salvação, aos quais está intimamente ligada a
noção de Povo de Deus, como poderemos ver no capítulo
II da Lumen Gentium, nº9. Na linha da Patrística, de
quem foi fiel investigador. H, de Lubac vê os acontecimentos
da História da Salvação do Antigo Testamento como
uma prefiguração, uma tipologia do Novo Povo de Deus:
«A Lumen Gentium ao propor a imagem bíblica de Povo
de Deus, sublinha o enraizamento da noção de Igreja no
Antigo Testamento. Nos Padres, esta ideia desenvolve-se
nas relações entre o Antigo e o Novo testamento. Para eles,
a Igreja é o Novo Israel, o Novo Povo de Deus. A Lumen
Gentium vai procurar esta mesma relação. Não faz mais do
que recordar sempre que as realidades antigas são transfiguradas
no Espírito de Cristo» (cf M. Pelchat, L`Eglise
Mystere de Communion, 281 – comentários às obras de H.
de Lubac).
58
Esta introdução pode-nos ajudar na compreensão dos capítulos
I e II da Lumen Gentium, onde a noção bíblica de Povo
de Deus reclama para ser «Povo Cristão», o complemento de
«Corpo de Cristo» e «Templo do Espírito Santo», porque a
Igreja é, na afirmação de S.Cipriano de Cartago, citada no nº 4
da Lumen Gentium: «um povo unido pela unidade do Pai, do
Filho e do Espírito Santo».
A Igreja, «Povo de Deus», na Constituição
Dogmática Lumen Gentium
O capítulo I da LG introduz-nos no «mistério da Igreja».
O conceito teológico de mistério (mystêrion) na sua acepção
bíblica e patrística é retomado pelo Concílio, como o desígnio
de Deus escondido desde toda a eternidade e, na plenitude
dos tempos revelado em Jesus Cristo, que é a salvação de
toda a humanidade. Este mistério realizou-se de uma vez para
sempre com a Páscoa de Jesus e o Dom do Espírito Santo e
torna-se presente na Igreja que, por sua vez, é a continuação
no tempo e no espaço do Mistério que é Cristo.
Nos números 2 a 4, do capítulo I, denominado «o Mistério
da Igreja», a Constituição Dogmática coloca a origem da
Igreja no Mistério Trinitário. A Igreja está no desígnio universal
de salvação do Eterno Pai (LG, 2), realiza-se na missão
redentora do Filho Jesus Cristo (LG 3) e é santificada pelo
Espírito Santo (LG 4).
Para uma maior compreensão do mistério da Igreja, o nº
6 da LG recorre a várias imagens bíblicas, destacando-se a
de «Corpo de Cristo», à qual é consagrado todo o nº 7 e a de
«Povo de Deus» que ocupará todo o capítulo II da referida
Constituição Conciliar.
O nº 8 que encerra o capítulo I é como que um espaço de
transição e relaciona todo este capítulo, sobretudo o nº 7, com
59
os capítulos seguintes, que tratam respectivamente do «Povo
de Deus» (capítulo II), da «Constituição Hierárquica da Igreja
» (capítulo III) e dos «Leigos» (capítulo IV). Enquanto o
capítulo I considera o corpo eclesial a partir do mistério trinitário,
isto é, a dimensão invisível e sobrenatural da Igreja,
o segundo apresenta o seu desenvolvimento histórico, a sua
dimensão visível e social. No entanto, estas duas dimensões
da Igreja não se opõem, nem se dissociam: «Cristo, mediador
único, estabelece e sustenta continuamente a sua Igreja sobre
a terra, como um todo visível, comunidade de fé, esperança e
amor, por meio da qual difunde a todos a verdade e a graça.
Porém, a sociedade organizada hierarquicamente e o Corpo
Místico de Cristo, o agrupamento visível e comunidade espiritual,
a Igreja terrestre e a Igreja ornada com dons celestes
não se devem considerar como duas entidades, mas como uma
única realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano
e divino» (LG 8).
Por isso, o Concílio procurou fazer uma analogia entre o
Mistério da Encarnação e a união da dimensão visível e invisível
da Igreja, que não se devem considerar duas entidades:
«A Igreja apresenta por esta razão uma grande analogia com
o mistério do Verbo Encarnado. Pois, assim como a natureza
humana serve ao Verbo divino de instrumento vivo de salvação,
a Ele indissoluvelmente unido, de modo semelhante
a estrutura social da Igreja serve ao espírito de Cristo, que a
vivifica, para o crescimento do Corpo» (LG 8).
O capítulo II da LG considerado por muitos como o melhor
e mais inovador de todo o documento conciliar sobre a Igreja,
procura fazer no nº 9 a caracterização de «Povo de Deus»,
enraizada na longa história veterotestamentária: «Em todos os
tempos e em todas as nações foi agradável a Deus aquele que
o teme e pratica a justiça. No entanto, aprouve a Deus salvar e
santificar os homens não individualmente, excluída qualquer
60
ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que o conhecesse
na verdade e o servisse na santidade. Foi por isso que
escolheu Israel para ser o seu povo, estabeleceu com ele uma
aliança e instruiu-o progressivamente manifestando-se a si
mesmo e os desígnios da sua vontade na história desse povo e
santificando-o para si. Mas tudo isso aconteceu como preparação
da Aliança nova e perfeita, que seria concluída em Cristo
(…) Esta nova Aliança institui-a Cristo no Seu Sangue, chamando
um povo, proveniente de judeus e pagãos, a juntar-se
na unidade, não segundo a carne, mas no Espírito» (LG 9).
Vejamos algumas das características deste Povo, a partir
da leitura completa do nº 9 da LG, ajudada pelo Catecismo da
Igreja Católica nº 782:
- É o Povo de Deus que Ele adquiriu para si.
- Vem-se a ser membro deste Povo, não pelo nascimento
físico, mas pelo nascimento «da água e do Espírito», isto é
pela fé em Cristo e pelo Baptismo.
- Este Povo tem por Cabeça Jesus Cristo o Ungido, o Messias:
porque a mesma unção, o Espírito Santo, flui da Cabeça
por todo o Corpo, este é o «Povo Messiânico».
- A condição deste Povo é a dignidade da liberdade dos
filhos de Deus: nos seus corações, como num templo, habita
o Espírito Santo.
- A sua lei é o mandamento novo de amar como o próprio
Cristo nos amou.
- A sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo.
- O seu destino, finalmente, é o Reino de Deus, o qual,
começa na terra pelo próprio Deus, se deve dilatar cada vez
mais, até ser também por Ele consumado no fim dos séculos.
Este «Povo de Deus» actualiza as três funções de Cristo:
sacerdote, profeta e rei. Deste modo o Povo de Deus é também
sacerdotal, profético e real. Ao entrar no Povo de Deus pela fé
e pelo Baptismo, participa-se na vocação única deste povo: na
61
sua vocação sacerdotal: «Cristo Senhor, sumo-sacerdote escolhido
de entre os homens, fez do povo novo um reino de sacerdotes
para o Seu Deus e Pai. Na verdade, pela regeneração e a
unção do Espírito Santo, os baptizados são consagrados para
serem uma casa espiritual, sacerdócio santo» (LG 10).
Depois de fazer uma distinção na sua essência e não apenas
em grau, entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio
ministerial, embora ordenados um para o outro, pois ambos
participam do sacerdócio único de Cristo, o nº 11 da LG apresenta
o exercício do sacerdócio do Povo de Deus nos sete sacramentos
e na prática das virtudes.
No nº 12 a LG apresenta a função profética do Povo de
Deus:«O povo santo de Deus participa também da missão
profética de Cristo». Sobretudo pelo sentido sobrenatural da
fé, que é o de todo o povo, leigos e hierarquia, quando este
«adere indefectivelmente à fé confiada aos santos uma vez por
todas» e, aprofundando o conhecimento da mesma, se torna
testemunha de Cristo no meio deste mundo».
Finalmente, o Povo de Deus participa na função real de
Cristo. Jesus Cristo exerce a sua realeza atraindo a si todos os
homens pela sua morte e ressurreição. Cristo Rei e Senhor do
universo, fez-se servo de todos, pois não veio para ser servido,
mas para servir e dar a vida como resgate pela multidão. Para
o cristão «reinar é servir» (LG 36) em especial nos «pobres e
nos que sofrem, nos quais a Igreja reconhece a imagem do seu
Fundador pobre e sofredor» (LG 8). O Povo de Deus realiza a
sua «dignidade real», na medida em que viver de acordo com
esta vocação de servir com Cristo.
- A necessidade da Igreja para a salvação é afirmada, mas
ultrapassando fórmulas demasiado absolutas ou exclusivistas:
«Não se poderão salvar aqueles que, não ignorando a Igreja
católica, fundada por Deus, por meio de Jesus Cristo, como
necessária, contudo ou não querem entrar nela ou nela não
querem perseverar» (LG 14).
62
- A Igreja Católica tem apreço pelos valores autenticamente
cristãos dos baptizados não-católicos. Apreço que é alargado
aos seguidores de outras religiões não cristãs e mesmo aos
ateus «que não chegaram ainda ao conhecimento explícito de
Deus e se esforçam, não sem o auxílio da graça por levar uma
vida recta»(LG 16).
- O nº 17 da LG apresenta a vocação missionária de
todo o Povo de Deus, de toda a Igreja que «recebeu dos
Apóstolos este mandato solene de Cristo de anunciar a
verdade e a salvação e de a levar até aos confins da terra
» (LG 17).
Teologia pós conciliar de Bruno Forte
– «eclesiologia de comunhão»
O teólogo italiano Bruno Forte, no seu livro «A Igreja
da Trindade» (1996), apresenta uma eclesiologia de
comunhão, com uma dimensão profundamente trinitária:
«A Igreja vem da Trindade, caminha para Ela e está
estruturada à sua imagem. Tudo o que o Concílio disse
da Igreja pode compendiar-se nesta memória da origem,
da forma e do destino trinitário da comunhão eclesial»
(A Igreja da Trindade – Ensaio sobre o Mistério da Igreja
comunhão e missão, Bruno Forte, Salamanca 1996,
80).
Ele desenvolve, a partir do mistério trinitário, os três conceitos
eclesiológicos que estão presentes na Constituição Dogmática
Lumen Gentium, isto é, a Igreja como Povo de Deus,
Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo.
Povo de Deus – a Igreja do Pai (cf LG 2)
A Igreja, Povo de Deus foi querida pelo Pai e, por isso
foi prefigurada desde o princípio do mundo, preparada
pela história do Povo de Israel e constituída na plenitude
dos tempos pelas missões do Filho e do Espírito Santo:
63
«A Igreja é de Deus, porque o sentido da sua existência
é celebrar na história a glória do Pai, conduzindo até
Ele o universo inteiro. Por tudo isto a Igreja é o Povo de
Deus convocado pelo seu chamamento, constituído graças
à aliança com Ele e destinada à visão do seu rosto»
(Ibidem, 83).
Conclusão
A imagem de Povo de Deus aplicada à Igreja pelo Concílio,
foi sem dúvida uma grande novidade. Fruto do trabalho da
investigação teológica, das últimas décadas antes do Concílio,
a noção de Povo de Deus, foi buscar à Sagrada Escritura e aos
Padres da Igreja o seu fundamento teológico.
Com esta noção, a Igreja pode readquirir a imagem dos
primeiros séculos, que não fora negada, mas relegada para segundo
plano, sobretudo a partir do século XVI com a teologia
da Contra Reforma, que acentuava uma «Igreja hierarquiológica
» (expressão de Y Congar), piramidal.
A imagem e a noção de Povo de Deus, aplicada à Igreja é
fundamental para a compreensão da sua historicidade, do seu
enraizamento no Antigo Israel e da novidade trazida pelo Mistério
de Cristo Redentor, que faz da Igreja um «Novo Povo»,
no qual há uma dignidade comum que nos é dada pelo Baptismo,
uma vocação comum à santidade e uma responsabilidade
comum na construção do Reino de Deus.
Numa palavra, é fundamental para definir e apresentar a
verdadeira Igreja de Jesus Cristo em que não há lugar para
individualismos. Só em comunidade somos Igreja. Como afirmava
S. Cipriano, «um cristão só, não é cristão»
64
Propostas para reflexão
1. Achamos que esta imagem e noção da Igreja como «Povo
de Deus», quando bem assimilada e vivida, vai modificar a
vida das nossas comunidades cristãs? Em quê?
2. Numa Igreja ainda profundamente clerical, como a dos
Açores, o que podemos fazer para que ela seja mais «Povo de
Deus»? Em que pode mudar a nossa pastoral?
3. Como estamos a viver a nossa função sacerdotal, profética
e real como Povo de Deus, em Igreja?
4. Estamos dispostos a colaborar uns com os outros na
construção da Igreja Povo de Deus, deixando de parte o individualismo
e os «grupinhos» ou «capelinhas», que tanto prejudicam
as nossas comunidades?
65
Tema 2
A Igreja, Corpo de Cristo
O tempo litúrgico da Quaresma e proximidade do Tríduo Pascal é indicado
para nos conduzir melhor nesta reflexão. A Quaresma é o tempo
forte da preparação espiritual para a celebração do Mistério Pascal de
Cristo, do qual brota a Igreja como seu Corpo Místico. Não podemos esquecer
que foi do «lado do Senhor, aberto na cruz» que nasceu a Igreja,
como Sua Esposa e foi da «água e do sangue», que jorraram daquela
ferida aberta, que nasceram os dois sacramentos constitutivos da Igreja:
o Baptismo e a Eucaristia.
Introdução
A imagem de «Corpo de Cristo», aplicada à Igreja é exclusivamente
neotestamentária e paulina. A Tradição Patrística
teve em conta a importância desta imagem e utilizou-a com
frequência, bem como os grandes autores da Escolástica da
Alta Idade Média, entre os quais S. Tomás de Aquino. No entanto,
ela foi relegada para segundo plano durante vários séculos,
em que se deu mais atenção à dimensão visível e institucional
da Igreja. No entanto, esta noção teológico eclesial de
«Corpo de Cristo» que teve a sua síntese na Encíclica Mystici
Corporis do Papa Pio XII (1943), esteve na base da renovação
da Eclesiologia nas primeiras décadas do século XX e abriu
para a reflexão de outros conceitos complementares aplicados
à Igreja, como o de «Povo de Deus», «Mistério», «Sacramento
de Cristo», que encontrarão no magistério do Vaticano II,
sobretudo na Constituição Dogmática Lumen Gentium, a sua
plena integração
A noção eclesiológica de «Corpo Místico de Cristo»
na Lumen Gentium
Vamos deter-nos na análise do Capítulo I da LG (o Mistério
da Igreja) e no nº 7, exclusivamente dedicado a esta imagem
da Igreja, constitutiva da sua própria natureza. Este número
66
contém oito parágrafos, que desenvolvem os seguintes pontos
doutrinais:
Pelo Espírito Santo, o Ressuscitado faz dos cristãos membros
do Seu Corpo Místico.
O «Corpo Místico de Cristo» é o resultado da graça da redenção
que nos foi dada pelo Mistério Pascal de Cristo. O
Filho de Deus ao encarnar, incorpora a Si toda a humanidade e
vencendo a morte pela sua ressurreição, faz do homem «uma
nova criatura» (Gl 6, 15): «O Filho de Deus vencendo, na natureza
humana a Si unida, a morte com a sua morte e ressurreição,
remiu o homem transformou-o em nova criatura. Pois,
comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de todos os
seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o
Seu Corpo» (LG 7).
Pelos Sacramentos, de uma forma especial pelo Baptismo
e pela Eucaristia, ficamos ligados misticamente a Cristo – Cabeça
da Igreja.
É no seio da Igreja – Sacramento, que os Sacramentos significam
e realizam a comunidade única do Corpo de Cristo,
porque fazem com que os fiéis participem da sua morte e ressurreição:
«É nesse Corpo que a vida de Cristo se difunde nos
que creem, unidos de modo misterioso e real, por meio dos
Sacramentos, a Cristo padecente e glorioso» (LG 7)
No entanto, esta participação e assimilação dos fiéis ao
Corpo de Cristo, torna-se mais evidente pelo Baptismo: «Pelo
Baptismo somos assimilados a Cristo: todos fomos baptizados
no mesmo Espírito para formarmos um só Corpo (1ª Cor
12,13). Por este rito sagrado é representada e realizada a união
com a morte e ressurreição de Cristo: fomos sepultados, pois
com Ele, por meio do Baptismo na morte (Rm 6, 4); se, porém,
nos tornamos com Ele, um mesmo ser por morte semelhante
à Sua, por semelhante ressurreição o seremos também
(Rm 6, 4-5)» (LG 7).
O outro Sacramento que nos liga intimamente a Cristo é a
67
Eucaristia, que, tal como o Baptismo, são os dois sacramentos
pascais, por excelência: «Ao participar realmente do Corpo
do Senhor, na fracção do pão eucarístico, somos elevados à
comunhão com Ele e entre nós. Porque há um só pão, nós,
que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos
todos de um único pão (1 Cor 10, 17). E deste modo nos
tornamos todos membros desse corpo, sendo individualmente
membros uns dos outros (Rm 12, 5)» (LG 7).
Para além de nos unir a Cristo, a Eucaristia eleva-nos também
à comunhão uns com os outros. Assim, ela é um sinal realizador
da unidade eclesial. Sem Eucaristia não há comunidade
de vida com Cristo e com os irmãos. Para Henri de Lubac,
a Eucaristia é o «coração da Igreja», porque só ela pode fazer
com que o corpo eclesial se torne e se mantenha na realidade
o Corpo de Cristo: «Se a Igreja é, por conseguinte, a plenitude
de Cristo, Cristo na sua Eucaristia é verdadeiramente o coração
da Igreja» (H.de Lubac, Meditation sur L`Eglse, 137).
Para o mesmo teólogo, a relação entre a Igreja e a Eucaristia
exerce-se numa causalidade recíproca: «É a Igreja que faz a
Eucaristia, mas também é a Eucaristia que faz a Igreja. No
primeiro caso, trata-se da Igreja, no sentido activo, no exercício
do seu poder de santificação; no segundo caso, trata-se da
Igreja no sentido passivo, da Igreja dos santificados» (Ibidem
113).
Os membros do Corpo Místico de Cristo, apesar
de numerosos, constituem em Cristo um só corpo
O Apóstolo Paulo apresenta-nos de uma forma admirável
uma analogia entre o corpo humano e o Corpo de Cristo,
como podemos ler em 1 Cor 12, 1-30. Da doutrina exposta
em todo o capítulo podemos fazer esta síntese: como o corpo
tem diversos membros, com funções diferentes, embora todos
contribuam para o bem do mesmo corpo, assim também o Espírito
Santo, que anima o Corpo de Cristo, distribui dons dife68
rentes, pelos diversos membros do Corpo, em ordem a serviços
(ministérios) diferentes, para a edificação do único Corpo
de Cristo: «Também na edificação do Corpo de Cristo existe
diversidade de membros e funções. É um mesmo Espírito que
distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as necessidades
dos ministérios para utilidade da Igreja» (LG 7).
Cristo é a Cabeça do Seu Corpo Místico
Este e os restantes parágrafos do nº 7 da LG descrevem
os princípios transcendentais que unem e animam o Corpo
Místico e lhe comunicam a sua dignidade sobrenatural. Como
afirma Y. Congar: «o Corpo é o que é, porque ele é de Cristo»
(Le Concile de Vatican II, 158).
Segundo o Apóstolo Paulo, Cristo é a Cabeça do Corpo
Místico, porque é a «imagem de Deus invisível», o «primogénito
de toda a criação, para o Qual tudo foi criado» (cf Cl
1, 15-18). Porque para além de reinar sobre todo o universo,
«enche o Seu Corpo com as riquezas da Sua glória» (cf Ef
1, 18-23). Daqui que os últimos quatro parágrafos do nº 7 da
LG são a apresentação dos frutos sobrenaturais que dimanam
destas razões, pelas quais Cristo exerce no seu Corpo a gratia
capitis (graça capital).
Conforma os membros do Corpo com a Cabeça
Segundo a expressão de Paulo, Cristo é «formado» nos seus
fiéis (Gl 4, 19). Esta formação ou conformação dos membros
com a Cabeça realiza-se mediante a «morte para o pecado e a
ressurreição com Ele para uma vida nova», vivendo a esperança
no meio das tribulações, que fazem parte da peregrinação
neste mundo até atingirmos a meta, isto é, sermos glorificados
com Ele: «Todos os membros se devem conformar com Ele,
até que Cristo se forme neles. Por isso, somos assumidos nos
mistérios da sua vida, configurados com Ele, com Ele mortos
e ressuscitados, até que reinemos com Ele. Ainda peregrinos
na terra, seguindo as suas pegadas na tribulação e na perse69
guição, associamo-nos aos seus sofrimentos como o corpo à
cabeça, sofrendo com Ele, para com Ele sermos glorificados»
(LG 7).
Faz crescer o Seu Corpo
O Apóstolo Paulo afirma na sua carta aos Efésios 4, 11-
16 que os dons em ordem aos ministérios, que alimentam o
crescimento e realizam a coesão do Corpo Místico de Cristo,
dependem da Cabeça: «Cristo distribui continuamente no Seu
Corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios, com
os quais, graças ao seu poder, nos prestamos mutuamente serviços
em ordem à salvação, de maneira que, professando a
verdade na caridade, cresçamos em tudo para Aquele que é a
nossa Cabeça» (LG 7).
Este crescimento do Corpo é obra do Espírito Santo
Segundo a revelação bíblica, o Espírito Santo que habita na
Cabeça e nos membros é quem vivifica, une e dirige o «Corpo
Místico de Cristo». Ele é, por analogia com o nosso princípio
vital, a «alma da Igreja»: «Para que sem cessar nos renovemos
n`Ele, deu-nos o Seu Espírito, o qual sendo um e o mesmo na
Cabeça e nos membros, unifica e move o Corpo inteiro, a ponto
de os Santos Padres compararem a sua acção à que o princípio
vital, ou alma, desempenha no corpo humano» (LG 7).
A Igreja é também a «Esposa de Cristo», que Ele ama
como o seu próprio Corpo
Este último parágrafo do nº 7 da Lumen Gentium é como
que a conclusão das várias imagens bíblicas que o Concílio
aplica à Igreja, ao longo do nº 6 e está profundamente ligada
à de Corpo de Cristo esplanada em todo o nº 7. É também o
Apóstolo Paulo que aplica à Cabeça da Igreja o título de «Esposo
», que ama a «Sua Esposa», como o Seu próprio Corpo
(Ef 5, 23-30): «Cristo ama a Igreja como esposa, fazendo-se
70
modelo do homem que ama a sua mulher, como o próprio
corpo; e a Igreja, por sua vez, é sujeita à sua Cabeça. (…) Ele
enche a Igreja, que é o Seu Corpo e plenitude, com os dons
divinos, para que ela se dilate e alcance a plenitude de Deus»
(LG 7).
Teologia pós conciliar de Bruno Forte: a «Eclesiologia
de Comunhão»
Tal como no primeiro tema: A «Igreja, Povo de Deus», era
denominada pelo teólogo italiano Bruno Forte como «Igreja
do Pai» assim também, a «Igreja, Corpo de Cristo» é denominada
«Igreja do Filho».
Corpo de Cristo – a Igreja do Filho (LG 3)
Para este teólogo, a Igreja do Filho é o «Corpo de Cristo»,
que tem a sua origem na última Ceia em que Jesus institui a
Eucaristia, como um acto manifestativo das suas intenções a
respeito da Igreja e a sua constituição apostólica: «A última
Ceia apresenta-se como o acto fontal da Igreja, memória actualizada
da Nova e definitiva Aliança que reúne o Israel dos
últimos tempos. Isto explica como a Ceia do Senhor (cf 1 Cor
11, 20) apareceu tão depressa como o centro do culto da comunidade
cristã (…) Ao partir do pão (Act 2, 42-46) a Igreja
nascente faz memória do seu Senhor em obediência ao seu
mandato, expressa-se na comunhão com Ele e na comunhão
fraterna como um único Corpo, produzido pelo único pão (cf
1 Cor 10, 17) e orienta-se para Ele esperando a sua vinda (cf
1 Cor 11, 26» (Bruno Forte, A Igreja da Trindade, 128). Ele
relaciona este acontecimento com a constituição apostólica da
Igreja. O Senhor confia aos Doze, o mandato de celebrar a
Ceia como dirigentes da comunidade messiânica: «fazei-o em
memória de Mim». No mesmo contexto, confia a Simão Pedro
a tarefa de «fortalecer os irmãos». Assim, a Igreja da qual
faz parte integrante o ministério apostólico confiado aos Doze
71
e a Pedro, nascendo da Eucaristia instituída na última Ceia,
pode definir-se como «comunidade eucarística», que quer significar
a comunhão que deve existir entre o Novo Povo de
Deus e o Ressuscitado, bem como a comunhão fraterna entre
todos os membros que «comem o seu Corpo» e «bebem o
Seu Sangue». Esta união íntima na comunhão com o Senhor e
os irmãos constitui a essência da Igreja, que S. Paulo chama:
«Corpo de Cristo».
Conclusão
Este segundo tema, a «Igreja, Corpo de Cristo», imagem
que pertence à própria natureza da Igreja, revela-nos a sua
dimensão invisível, sobrenatural e que complementa a dimensão
visível e social da Igreja como «Povo de Deus». Estes
dois conceitos teológicos que tiveram a sua consagração no
Concílio Vaticano II, trazem grandes consequências pastorais
para a vida das nossas comunidades cristãs , se as quisermos
pôr em prática, como pastores e fiéis leigos.
Destaquemos algumas:
- O sacerdócio comum e a corresponsabilidade de todos os
membros do «Corpo Místico de Cristo».
- O apelo à santidade e à configuração de todos os membros
do Corpo com a sua Cabeça, que é Cristo.
- A centralidade da Eucaristia na vida da Igreja. Por ela
nos unimos intimamente a Cristo e aos irmãos. Na Ceia Eucarística,
a Igreja revela-se verdadeiramente como «Corpo de
Cristo».
72
Propostas para reflexão
1. Damos importância a esta dimensão invisível e sobrenatural
da Igreja como «Corpo de Cristo», do qual Ele é a cabeça
e nós os membros? Como manifestamos isso nas nossas
vidas?
2. Sentimo-nos corresponsáveis no crescimento deste Corpo,
pondo a render as nossas qualidades, ao serviço da Igreja
local, na qual está presente o «Corpo Místico de Cristo»?
3. Como são as nossas celebrações eucarísticas? São momentos
fortes de comunhão com Cristo e com os irmãos?
4. Temos espírito de comunhão com Cristo e uns com os
outros, ou estamos divididos?
73
Tema 3
A Igreja, Templo do Espírito Santo
O tempo litúrgico da Páscoa é, sem dúvida, o mais indicado para a
reflexão deste tema, dado que o tempo pascal é, por excelência, o tempo
do Espírito Santo, como dom de Jesus ressuscitado e coroamento do
Mistério Pascal
Introdução
Este tema constitui, com o do «Corpo de Cristo», a dimensão
espiritual, invisível, sobrenatural da Igreja, que é a mais
importante. Se assim não fosse a Igreja era uma sociedade
como as outras. Há uma profunda relação entre os três temas
eclesiológicos que estamos a tratar. A imagem da Igreja como
«Povo de Deus» é complementada pelas de «Corpo de Cristo
» e «Templo do Espírito Santo». Por isso, há uma grande
interligação entre o nº 4 e o nº 7 da Lumen Gentium que nos
falam da missão santificadora do Espírito Santo (nº 4) e do
Corpo Místico de Cristo (nº 7) e com o capítulo II sobre o
Povo de Deus, sobretudo o nº 12 que fala dos carismas, isto é,
dos dons que o Espírito Santo concede a alguns para benefício
de todos.
A Igreja, «Templo do Espírito Santo»,
na Lumen Gentium
Pela leitura do nº 4 da Lumen Gentium, é impossível falar
da consumação da obra de Cristo sem mencionar a missão do
Espírito Santo. Ele é o «enviado» e, por isso, todas as suas
funções são entendidas como uma missão que Ele recebe do
Pai e do Filho: «Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito
para que esteja sempre convosco (…) o Espírito Santo
que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo
74
o que Eu vos disse» (Jo 14, 16.26).
O Espírito Santo que Jesus promete enviar, após a sua
partida para o Pai, manifesta-se visivelmente no dia de Pentecostes,
no qual a Igreja inicia a sua missão no mundo: «consumada
a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na
terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para
que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis
tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito» (LG 4).
A missão principal do Espírito é a santificação da Igreja. O
texto conciliar exprime essa santificação, aplicando ao Espírito
Santo, os textos de Jo 4, 14; 7, 38-39 sobre o Espírito de
Vida, que como «fonte de água viva jorra para a vida eterna.
Ele é também o Espírito Vivificador, isto é, Aquele que «dá a
vida aos que estão mortos pelo pecado» (Rm 8, 11). O Espírito
«habita em nós, como num templo» (1 Cor 3, 16; 6, 19),
ora dentro de nós e dá testemunho da nossa filiação divina»
(cf Gl 4, 6; Rm 8, 15-16. 26). O nº 4 da LG destaca ainda a
função do Espírito em «unificar» e «assistir infalivelmente à
Igreja» para que ela guarde o depósito da revelação que Cristo
lhe confiou: «A Igreja que Ele conduz à verdade total e unifica
na comunhão e no ministério, enriquece-a e guia-a com
diversos dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os
seus frutos» (LG 4). Finalmente o Concílio atribui ao Espírito
Santo a «perenidade sempre jovem» da Igreja: «Pela força do
Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e
leva-a à união perfeita com o Seu esposo. Porque o Espírito e
a Esposa dizem ao Senhor Jesus: Vem!» (LG 4).
Teologia pós conciliar de Bruno Forte - «Eclesiologia de
comunhão»
Na perspectiva teológico-trinitária da eclesiologia, que é
característica de Bruno Forte, o «Povo de Deus», presente
desde sempre no desígnio do Pai, constituído como «Corpo
de Cristo», pela obra redentora do Filho é a Igreja «Templo do
Espírito Santo» (1 Cor 6, 19).
75
«Templo do Espírito Santo» - A Igreja do Espírito Santo
LG 4
Bruno Forte desenvolve o tema da «eclesiologia de comunhão
», como acção ampla e profunda do Espírito Santo na
Igreja, que Ele unifica na comunhão e no serviço, sustém no
tempo e a renova e santifica com os seus dons. O Espírito
Santo é que faz a comunhão com a vida divina, tornando-nos
participantes da vida de Deus, que se manifestou no Filho e se
exprime na comunhão dos crentes entre si.
A eclesiologia do Evangelho de S. João, que influencia
profundamente a teologia de B. Forte, apresenta a Igreja
como «comunidade fraterna» que tem a sua origem na «comunhão
com Deus». A relação vital do discípulo com Cristo
é significada na alegoria da videira (Jo 15, 1ss). O evangelista
João vê a fraternidade cristã como fruto directo da comunhão
com a vida divina, realizada mediante o encontro com o Senhor
Jesus, que nos configura com Ele. Ora esta comunhão
com Cristo, que se expressa na comunhão com os irmãos só
pode realizar-se com a presença e acção do Espírito Santo:
«O vínculo permanente, graças ao qual a vida do Mestre se
prolonga na vida dos discípulos é constituído pelo Espírito»
(B. Forte, A Igreja da Trindade, 164). Assim, os dois aspectos
da Koinonia (comunhão) – a participação na vida de Deus e a
vida fraterna – são inseparáveis e reclamam-se mutuamente.
A igreja primitiva já tem essa consciência quando nos relata a
vida fraterna dos primeiros cristãos decorrente da assiduidade
à «fracção do pão e às orações» (Act 2, 42). Este sumário aparece
logo após o acontecimento pentecostal em que o Espírito
lança a Igreja para o mundo, para que ela seja o «sacramento»
da sua acção, a manifestação visível e o resultado da sua presença
eficaz no Novo povo de Deus (cf B. Forte, A Igreja da
Trindade, 169).
Finalmente, B. Forte atribui a «comunhão dos santos», à
acção do Espírito que santifica a Igreja. A Igreja é santa, por76
que está em comunhão com o Espírito Santificador, com os
«dons santos», com os «santos» que ainda peregrinam neste
mundo e com os que «já atingiram a meta». Para o teólogo
italiano, o lugar onde a Igreja experimenta particularmente a
«comunhão dos santos» no tempo e na eternidade é na oração
litúrgica: «A Igreja, comunhão dos santos, encontra na liturgia
a sua mais elevada expressão e a fonte sempre nova onde se
regenera na verdade e na paz da sua mais profunda identidade
apostólica de nação santa, de povo escolhido para ser sinal entre
os povos, já que, orando em Deus, experimenta a presença
vivificante do Espírito que clama em nós: Abba Pai! E que,
mediante Cristo nos une ao Pai e entre nós, na comunhão do
tempo e da eternidade» (Ibidem, 200) .
Conclusão
Toda a comunhão com Cristo e em Cristo na Igreja operase
e aprofunda-se sob o influxo do Espírito Santo. Enviado
do alto, une os membros do Corpo de Cristo entre si e com
a sua Cabeça, e permanece neles de tal modo – como a alma
que anima o corpo – que os torna seu «próprio templo». O
Espírito que desce e permanece sobre os fiéis é o Espírito do
Senhor que lhes comunica a vida e a santidade do Filho, introduzindo-
os na relação única de Jesus com o Pai. Isto é a
santidade. Muitos ainda olham para a santidade como própria
de super- heróis, logo de poucos. Pelo contrário, ela é a realidade
universal a que são chamados todos os filhos da Igreja.
A recente Exortação Apostólica do Papa Francisco: «Gaudete
et exultate . Alegrai-vos e exultai», afirma precisamente esta
verdade.
Outra dimensão expressiva da condição da Igreja como
«Templo do Espírito Santo, unida às outras duas anteriores:
«Povo de Deus» e «Corpo de Cristo» é a existência no seu
seio da multiplicidade de carismas. Estes dons, umas vezes
77
manifestos de forma extraordinária, a maior parte das vezes
de forma simples e humildes, são graças do Espírito Santo
com uma utilidade eclesial, mais directa ou indirecta, «ordenados
à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades
do mundo».
No horizonte da santidade e comunhão os serviços e funções
assumidas não brotam da iniciativa de cada um. São
sempre expressão de um dom discernido à luz do Espírito.
Carregam por isso um apelo e um envio, uma vocação e uma
missão, que só nesta perspectiva podem ser assumidos e vividos.
Propostas para reflexão
1. Apesar da devoção que nós açorianos dedicamos à Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade, já descobrimos a importância
da presença do Espírito Santo na vida da Igreja?
2. Como vivemos o espírito de «comunhão» que é sinal da
presença do Espírito Santo nas nossas vidas?
3. Para nós o que é ser santo?
4. Procuramos ser fiéis ao Espírito Santo, pondo a render
os dons (carismas) que Ele nos concede para benefício dos
outros, do mundo e da Igreja?
78
Formação permanente dos presbíteros
A "formação permanente" invoca a ideia de que a experiência
unitária de discipulado daqueles chamados ao sacerdócio
jamais se interrompe. O sacerdote, não somente "aprende
a conhecer Cristo", mas, sob a acção do Espírito Santo, ele
encontra-se inserido no interior de um processo de gradual e
contínua configuração a Jesus, no seu ser e no seu agir, que
constitui um permanente desafio ao crescimento interior da
pessoa.
Importa alimentar de maneira constante a "chama" que dá
luz e calor ao exercício do ministério, recordando que a "alma
e forma da formação permanente do sacerdote é a caridade
pastoral".
A formação permanente destina-se a assegurar a fidelidade
ao ministério sacerdotal, num caminho de contínua conversão,
para reavivar o dom recebido com a ordenação. Tal percurso é
a continuação natural daquele processo de construção da identidade
presbiteral que teve início no Seminário e se cumpriu
sacramentalmente na ordenação sacerdotal, com vista a um
serviço pastoral que a faz amadurecer ao longo do tempo.
Temas para os encontros
I - Em comunhão com Cristo
II - Comunhão na corresponsabilidade
III- Unidade de missão e diversidade de ministérios
IV - A experiência da própria fraqueza
V - Humildade e obediência
VI - Atração do poder e da riqueza
VII - Desafio do celibato e dedicação total ao ministério
VIII - Fraternidade sacerdotal

Coordenação:
Vigário Geral da Diocese de Angra
Paginação e Design:
União Gráfica Angrense Unipessoal, Lda.
3.500 exemplares
Angra do Heroísmo – Terceira – Açores
Julho 2018