Orientações Diocesanas de Pastoral para a Caminhada Sinodal 2019/2020

Orientações Diocesanas de Pastoral para a Caminhada Sinodal 2019/2020

Orientações Diocesanas de Pastoral para a Caminhada Sinodal
Programa e Calendário Diocesano Açores, 2019-2020

 

"A beleza de caminharmos juntos em Cristo"

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Sumário ..........................................................................................3
1. Aprovação do Programa Pastoral Diocesano...............................5
2. Programa Pastoral Diocesano 2019/20........................................7
3. Calendário Diocesano 2019/20 .................................................22
4. Notas e Comunicados:...............................................................41
4.1 Sobre o Ano Missionário (CEP)..............................................41
4.2 Do Conselho Presbiteral (2019) ..............................................47
4.3 Da Vigararia para a Formação do Povo de Deus.....................49
5. Temas para a Formação do Povo de Deus:................................51
5.1 Os Sinais dos Tempos na Constituição Pastoral GS ...............51
5.2 Para uma Teologia da Sinodalidade ........................................58
5.3 A Beleza de Caminharmos Juntos ...........................................66
6. Comissão Coordenadora da Caminhada Sinodal .....................74
7. Calendário geral.........................................................................75
4
5
Aprovação do Programa Pastoral 2019 – 2020
«A Beleza de Caminharmos Juntos em Cristo»
A caminhada sinodal a que nos propomos a nível diocesano,
embora se revista de novidade, na verdade prossegue a
dinâmica pastoral que se fundamenta no Concilio Ecuménico
Vaticano II.
Esta metodologia que pretende mobilizar todos os baptizados
a integrarem-se na comunidade cristã e nela participarem
activamente, assenta na realidade da Igreja Povo de Deus, a
viver a Comunhão e a ser corresponsável pela missão da mesma
Igreja.
Neste próximo ano, segundo o que foi pedido pelo Conselho
Presbiteral, iremos ocupar-nos em aprofundar a visão sobre
a realidade da nossa sociedade, da nossa cultura e da nossa
Igreja. Como vamos realizar esta análise da realidade a partir
da nossa fé cristã, chamamos a este dinamismo a Teologia dos
Sinais dos Tempos, através dos quais reconhecemos não só as
interpelações de Jesus Cristo à nossa Igreja mas sobretudo a
edificação do Reino de Deus que o Espirito Santo está a operar
no meio do mundo em que vivemos.
Para este trabalho de reflexão são convocados todos os baptizados
na nossa diocese. Exige-se que em cada paróquia se
renove o Conselho Pastoral e se mobilizem os leigos responsáveis
de grupos, de movimentos ou de instituições católicas.
A par com estes grupos já organizados, deve-se proporcionar
que os leigos que desejem possam agrupar-se para ajudarem
na partilha da sua reflexão.
A seu tempo serão enviados os materiais que servirão de
orientação para a reflexão das temáticas da caminhada sinodal
para este ano pastoral.
Exige-se a participação de todas as paróquias. Para isso,
pede-se que desde já comecem a elaborar o plano de actuação
6
ao longo do próximo ano.
Tendo em conta os objectivos propostos e reconhecendo
que dele poderá advir o incremento de vida cristã para a diocese,
aprovo o programa pastoral para este próximo ano.
Angra do Heroismo, 25 de Julho de 2019
+ João Lavrador, Bispo de Angra
e Ilhas dos Açores
7
A Igreja Diocesana em Caminhada Sinodal
«A beleza de caminharmos juntos em Cristo»
A nossa diocese vai incrementar mais a participação de todos
os fiéis baptizados na vida das comunidades cristãs. A este
desafio chamamos caminhada sinodal.
Há épocas na história colectiva e na vivência das comunidades
cristãs que se exige uma refontalização de modo a adquirir
novas energias, a sintonizar melhor com o ideal evangélico e
a situar a missão evangelizadora como resposta adequada ao
mundo em que vivemos.
Neste sentido, urge continuamente percorrer os caminhos
dos Evangelhos e a inspiração que nos vem das primeiras comunidades
cristãs que de maneira única e singular souberam
professar a fé em Jesus Cristo, o único Salvador, mas também
nos oferecem um modelo notável de diálogo entre a fé cristã e
a cultura da época que serve de permanente guia no compromisso
de evangelizar o mundo.
Mas igualmente é obrigatório para todo o cristão consciente
da sua responsabilidade no ser e no agir como discípulo de
Jesus Cristo conhecer e aprofundar a reflexão Conciliar do
Vaticano II. A ele estamos vinculados pela fidelidade a Deus e
á missão de evangelização do mundo de hoje.
Nestes contextos que deverão merecer a nossa constante
preocupação descobrimos a exigência da caminhada cristã em
estilo sinodal.
1. O que se entende por caminhada sinodal
Passados mais de cinquenta anos da realização do Concilio
Ecuménico Vaticano II, já deveria estar assumido na consciência
da maioria dos cristãos, sobretudo os mais responsáveis
na missão da Igreja, senão a expressão, pelo menos o que ela
significa.
8
Mas infelizmente isto não acontece. Ainda é uma expressão
estranha da qual ouvimos falar quando se refere ao sínodo
dos bispos ou, então, ultimamente nas palavras do Papa Francisco
a exigir uma Igreja em caminhada sinodal.
A palavra sínodo significa caminhar em conjunto, ou melhor,
caminho percorrido em comum. Quando falamos em caminhada
sinodal estão perante uma expressão que repete o
mesmo conceito porque quando referimos «sínodo» já inclui a
caminhada. Porém, fica mais explicito o que se pretende, que
não é tão só um acontecimento mas sobretudo uma caminhada
que manifeste um estilo próprio de ser comunidade na qual
todos os baptizados são chamados a participar activamente.
Neste sentido, pretende-se a nível de cada paróquia, movimento,
organismo, instituição, que integram a diocese, que
todos e cada um dos baptizados se sintam pertença de uma
comunidade cristã concreta e que dela participe activamente,
seja na análise dos problemas, seja nas propostas de solução,
seja no seu compromisso de ser membro activo na missão
evangelizadora nos diversos campos em que esta se desenvolve.
2. A caminhada sinodal exige formação cristã
Não será difícil de reconhecer que um dos entraves à participação
lúcida e activa dos cristãos se deve à deficiente formação
integral onde se inclui a dimensão cristã.
Precisamos de melhorar a catequese das crianças e adolescentes,
formar melhor os catequistas e motivar cada vez mais
os pais para a sua responsabilidade na catequese dos filhos.
Agora que temos a Exortação Pos-sinodal do Papa «Cristo
Vive» que orienta a evangelização dos jovens, urge recolher
dela os dinamismos que ajudem a estruturar uma verdadeira
pastoral de jovens que atenda ao seu protagonismo, à sua inserção
na comunidade cristã, aos modelos de formação pró9
prios da sua idade e ao incentivo à missão que lhes cabe na
vida da Igreja e na sociedade na qual vivem.
Há muito que é referida a urgência da formação cristã de
adultos. A Igreja aponta para uma catequese de modelo catecumenal,
de itinerário de iniciação cristã, cujos conteúdos e
processos estão já bem delineados seja no Ritual de iniciação
cristã de adultos, seja em várias publicações. Aliás, na formação
dos adultos está a relevância de uma comunidade verdadeiramente
evangelizada.
Os leigos são chamados a assumir responsabilidades nas
diversas áreas da vida pastoral das comunidades cristãs. É
uma exigência e uma urgência. Graças a Deus contamos já
com um bom número de leigos que se entregam generosamente
à missão que lhes compete na evangelização seja na
comunidade, seja no mundo. Porém, fica sempre a questão da
formação adequada para tal exercício.
Esta formação não poderá ser tão só de estilo académico,
mas terá de ser de estilo vivencial e de resposta à actividade
e às solicitações com que se deparam os diversos agentes
de evangelização. Terá de pautar por uma formação integral,
intelectual, humana, pastoral, espiritual, sacramental e comunitária.
Neste contexto, exige-se uma formação básica de teologia
que ofereça um conhecimento das verdades fundamentais da
fé cristã e reflexão sobre as problemáticas que se colocam às
ciências teológicas.
Como resposta a esta exigência, a diocese está a caminhar
na promoção das Escolas de Ouvidoria de Formação Cristã
que são coordenadas pela Vigararia da Formação e pelo Instituto
Católico de Cultura.
Caminhar em conjunto na participação activa na missão
da Igreja exige a adequada formação. Urge uma forte sensibilização
para que todos os cristãos se disponibilizem para a
conveniente formação.
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3. Comunidades cristãs a viverem a comunhão e corresponsáveis
na missão
Há já vários anos que temos insistido no facto de as paróquias
e demais comunidades caminharem na edificação da
comunhão e da corresponsabilidade entre todos os baptizados.
É uma exigência do Concilio e absolutamente necessária na
identidade da comunidade cristã.
Passados cinquenta anos da realização do Concilio Vaticano
II e mais de dois mil da proposta cristã de Jesus de Nazaré,
é uma identidade fundamental que está por fazer.
Pelo que vamos verificando, falta espirito de comunhão
nas paróquias e nos diversos organismos da Igreja. Por isso,
toda acção da Igreja, desde a formação, passado pela celebração
dos mistérios da fé, até à exigida partilha fraterna, deve
conduzir à edificação da comunhão eclesial.
Pensar numa Igreja em caminha sinodal é partir do pressuposto
de que desejamos viver em comunhão eclesial. Aliás, a eficácia deste
estilo de ser e de actuar que é definido por caminhada sinodal
terá de contar com a vontade de construir a comunhão.
Esta comunhão eclesial vive-se em diversos círculos. Começa
por ser uma exigência de vida e testemunho dos sacerdotes
que devem primar por um presbitério que sente a alegria
de fortalecer laços de comunhão entre todos os seus membros;
alarga-se à comunidade cristã de modo que seja visível um
núcleo comunitário que testemunhe a comunhão eclesial; ainda
na paróquia, os diversos grupos, movimentos e instituições
devem fortalecer os laços de comunhão cristã entre eles; por
último, o cume de toda a comunhão eclesial está na diocese
que deve ser testemunha de comunhão e de unidade no meio
do mundo onde vive.
Quanto temos de aperfeiçoar, quanto esforço teremos de
despender e quanta graça divina devemos implorar para viver
a comunhão autêntica.
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Na relação com a comunhão eclesial está a corresponsabilidade
de todos os baptizados pela missão da Igreja na evangelização
do mundo.
Deste modo, comunhão e corresponsabilidade são realidades
integrantes da caminhada sinodal. Ou melhor ainda, a
caminhada sinodal exige a vivência da comunhão autêntica e
da corresponsabilidade consciente e activa.
4. A centralidade da Eucaristia na Caminhada Sinodal
É notória a deficiente consciência do lugar da Eucaristia na
vida da Igreja, de cada comunidade cristã e de cada cristão.
Há vários motivos que poderemos apontar, tais como um
novo estilo de vida das pessoas que gera conflito com a participação
na Eucaristia dominical, o laicismo que na dimensão
mais individualista retira o sentido de pertença e de participação
comunitária, a ritualização da Eucaristia, a gestão religiosa
tão só no foro interno, mas sobretudo a deficiente formação
cristã e a falta de uma verdadeira iniciação cristã.
Todos teremos de descobrir a centralidade da Eucaristia na
vida da comunidade cristã e na vivência de cada um, a sua relação
comunitária e a descoberta de Jesus Cristo vivo feito alimento
da vida e da missão do cristão e da comunidade cristã.
Na verdade, como afirma S. João Paulo II, «do mistério
pascal nasce a Igreja»( EdE, 3). Aliás, «a Eucaristia, que é o
sacramento por excelência do mistério pascal, está colocada
no centro da vida eclesial» (ib. 3). De facto, «isto é visível
desde as primeiras imagens da Igreja que nos dão os Actos do
Apóstolos: “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união
fraterna, à fracção do pão, e às orações” (2, 42)» (Ib, 3). Realmente,
«na “fracção do pão”, é evocada a Eucaristia» (Ib, 3).
Reconhecemos, deste modo, que «dois mil anos depois, continuamos
a realizar aquela imagem primordial da Igreja» (Ib,
3). E, assim, «ao fazê-lo na celebração eucarística, os olhos
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da alma voltam-se para o Tríduo Pascal: para o que se realizou
na noite de Quinta-feira Santa, durante a Última Ceia, e nas
horas sucessivas» (Ib.,3).
A Eucaristia é uma experiência que exige o maior cuidado
de quem preside, de todos os que nela têm ministérios e
serviços e de todos os que nela participam. A Eucaristia deve
primar pelo mistério oferecido e acolhido, mas pela beleza e
simplicidade, pela Palavra Sagrada e pela interioridade.
A Eucaristia não serve para tudo e nela não cabe tudo. Ninguém
tem o direito de alterar a Eucaristia que merece o maior
cuidado e respeito, sendo da responsabilidade da Igreja saber
como ela deve ser alimento para os seus filhos.
Colocarmo-nos na actitude de caminhada sinodal exige
uma redescoberta do fundamento e da centralidade da Eucaristia
na vida da comunidade cristã. Sem este propósito ficaríamos
descentrados e sem os verdadeiros fundamentos para
uma caminhada séria e consistente.
Na verdade, o mistério Eucarístico é tão rico e abrangente
que quem se colocar na contemplação e na meditação de tão
excelso mistério e do que Ele contem, floresce nele uma alegria
única e singular que só de Deus pode brotar, reconhece a
Jesus Cristo vivo que se comunica e dialoga, obtém o sentido
novo para a sua existência e sente-se impelido para viver a
comunhão divina com os seus irmãos, participa activamente
na comunidade cristã e abre-se para a missão no meio do
mundo.
Para o cristão baptizado, discípulo de Jesus Cristo, o enfoque
da sua vida está em Jesus Cristo que se quer oferecer
permanentemente na Eucaristia. Desde os primórdios do cristianismo
que os cristãos obedeceram ao mandato de Jesus de
Nazaré reunindo-se ao domingo, dia da ressurreição, a páscoa
semanal, para celebrarem a alegria da vida nova de Jesus Cristo
da qual participavam pelo baptismo e que se alimentava na
Eucaristia.
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É esta realidade sempre nova que somos chamados a viver.
Também hoje, a partir de uma recta formação cristã, somos
chamados a descobrir e a empenharmo-nos na vivência eucarística
que nos conduza à vivência de uma comunidade cristã
que seja testemunha do amor revelado por Deus ao mundo de
hoje.
5. Caminhada sinodal exige o despertar de ministérios
e serviços
À medida que se cresce numa verdadeira formação cristã,
que aumenta a consciência da participação activa na celebração
Eucaristia e noutros sacramentos, que se edifica uma comunidade
orante e testemunhante, vai crescendo a necessidade
de promover os diversos ministérios que o Espirito de Deus
quer oferecer à Sua Igreja para a edificação da comunidade
cristã e para a evangelização do mundo.
Temos vivido numa Igreja demasiado clerical que, apesar
de todos os apelos do Papa, não se prontifica a avançar por
caminhos decididamente evangélicos.
Esta situação só se alterará quando, nos reconhecermos distintos
nas funções eclesiais, nos ministérios e carismas, mas
na unidade do mesmo baptismo e do mesmo Espirito Santo.
Só quando os leigos ocuparem a responsabilidade que lhes
compete, quando os religiosos e consagrados forem testemunhas
da radicalidade dos valores evangélicos no meio da comunidade
cristã, quando o sacramento da ordem for exercido
nos seus três graus, de Bispo, Presbitero e Diácono, então,
sim, estaremos a edificar uma autêntica comunidade cristã
toda ela ministerial e na diversidade de serviços.
Mais ainda, como exige o Concilio Ecuménico Vaticano II,
aos leigos compete por responsabilidade própria a fermentação
evangélica das realidades do mundo no qual vivem.
Se é uma continua preocupação o despertar as vocações
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sacerdotais, religiosas e consagradas, é igualmente necessário
despertar nas comunidades cristãs a vocação para o matrimónio
cristão e para os diversos serviços em ordem à evangelização.
Já que o sacerdote tem um papel fundamental na paróquia,
a ele compete presidir, orientar, acompanhar, formar, despertar
vocacionalmente e integrar nos adequados serviços eclesiais,
apelamos para um renovado esforço na edificação de
comunidades eucarísticas que primem pela ministerialidade e
diversidade de serviços.
6. Atenção privilegiada aos jovens
Há poucos dias o Papa Francisco, dirigindo-se aos jovens,
dizia: «Vós sois o hoje de Deus, o hoje da Igreja! Não sois tão
só o futuro, não, sois o hoje (…) Hoje a Igreja necessita de vós
para ser plenamente ela mesma. Como Igreja vós sois o Corpo
do Senhor Ressuscitado presente no mundo» (Alocução aos
participantes no Forum Internacional de Jovens, 22 de Junho
de 2019).
Já no papel que os jovens têm na renovação da Igreja, o
Papa Francisco afirma que «são precisamente os jovens que a
podem ajudar a permanecer jovem, não cair na corrupção, não
parar, não se orgulhar, não se transformar numa seita, ser mais
pobre e testemunhal, estar perto dos últimos e descartados, lutar
pela justiça, deixar-se interpelar com humildade» (CV, 37).
E sublinha ainda dizendo que «os jovens podem conferir à
Igreja a beleza da juventude, quando estimulam a capacidade
“de se alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir,
de se renovar e de partir para novas conquistas”» (Ib. 37).
Na verdade a Igreja deve estar interessada nos jovens, cada
comunidade cristã deve saber integrá-los e estes devem ajudar
a paróquia a saber dialogar com eles no contexto da sua cultura
e das suas novas linguagens.
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A caminhada sinodal implica a participação activa dos jovens.
Eles têm de ter um protagonismo relevante dos diversos
movimentos, grupos e comunidades; devem ocupar as responsabilidades
que lhes competem nas estruturas eclesiais; e
sobretudo deve abrir-se-lhes o caminho para a evangelização
dos jovens, companheiros de sonhos e aspirações, a necessitarem
de se encontrarem com Jesus de Nazaré o verdadeiro
amigo dos jovens.
Ligando a pastoral juvenil à caminhada sinodal, o Papa
Francisco diz que «a pastoral juvenil só pode ser sinodal, ou
seja, capaz de dar forma a um “caminhar juntos” que implica
“a valorização – através dum dinamismo de corresponsabilidade
– dos carismas que o Espírito dá a cada um dos membros
[da Igreja], de acordo com a respectiva vocação e missão.
(…) Animados por este espírito, poderemos avançar para
uma Igreja participativa e corresponsável, capaz de valorizar
a riqueza da variedade que a compõe, acolhendo com gratidão
também a contribuição dos fiéis leigos, incluindo jovens
e mulheres, a da vida consagrada feminina e masculina e a de
grupos, associações e movimentos. Ninguém deve ser colocado
nem deixado colocar-se de lado”» (CV, 206).
Mas o nosso olhar coloca já na preparação e na realização
das Jornadas Mundiais da Juventude que em 2022 serão em
Lisboa.
É uma oportunidade única para unirmos a caminha sinodal,
à pastoral juvenil e ao impulso renovador que certamente virá
a partir deste acontecimento que já demonstrou os seus frutos
e que agora nos vem agraciar com a realização em território
português.
7. Caminhada sinodal integradora dos excluídos
Uma das características da sociedade actual é a marginalização
e a exclusão. Esta poderá manifestar-se na pobreza,
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na fome, na delinquência, no analfabetismo, ou na exclusão
cultural ou mesmo religiosa.
Caminhar em comum exige que seja mesmo com todos e
para todos. Cada cristão consciente da sua fé e cada comunidade
cristã a viver autenticamente do Evangelho terão de abraçar
todas as realidades humanas, tocá-las, não para ficarem na
mesma mas com o objectivo de as transformar de modo que a
dignidade humana e o bem comum sejam salvaguardados.
Atendendo às sondagens e ao meio que nos envolve, a nossa
diocese está caracterizada por elevados índices de exclusão.
Já muito trabalho no domínio da pastoral social se tem realizado,
mas parece insuficiente. Neste caminhar em conjunto e
participação activa de todos teremos de equacionar novos modelos
de promoção que vão ao encontro dos excluídos dandolhe
o protagonismo necessário para a sua autonomia.
Mas também, se torna necessário o estudo da melhor forma
de oferecer os meios para que essa autonomia e promoção
sejam salvaguardadas.
Hoje, há a consciência que a comunidade é absolutamente
necessária para uma verdadeira integração e para se ultrapassarem
os estigmas da marginalização. Na verdade temos estado
a trabalhar muito com grupos e serviços e pouco com o
envolvimento da comunidade.
Atendendo ao exemplo singular que nos é dado nas primeiras
comunidades cristãs, a par com o anuncio da Boa Noticia
de Jesus de Nazaré e a celebração dos mistérios da fé, havia o
compromisso da partilha fraterna de modo não havia nenhum
necessitado no seio da comunidade.
Eis o exemplo a seguir que nos servirá de permanente referência
e de adequada concretização na actualidade.
8. A caminhada sinodal deve envolver a família
Ano após ano, temos colocado nos programas pastorais a
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pastoral familiar a desenvolver em cada paróquia, em cada
Ouvidoria, em cada Vigararia e na diocese no seu todo.
Não poderá ser de outra maneira, dada a importância da
família para a Igreja e para a sociedade, e reconhecendo como
a família está num continuo desmoronamento, teremos de forçosamente
colocar todo o empenho numa adequada pastoral
familiar que ofereça resposta evangélica à família de hoje.
De facto a paróquia e cada comunidade cristã deve configurar-
se como família de famílias. Há um dinamismo próprio
entre a família e a comunidade cristã de tal modo que a
família beneficia a comunidade cristã e esta ajuda a vivência
familiar.
Assim, num percurso de caminhada sinodal, teremos de
prestar atenção à família, dar-lhe o protagonismo que a ela
compete, oferecer os dinamismos necessários para a família
seja verdadeiramente a Igreja doméstica e suscitar nas famílias
o seu papel evangelizador.
Desde a auscultação da realidade eclesial, social e cultural
que nos irá ocupar nas reflexão do próximo ano, passando
pelas linhas de actuação pastoral a necessitar de serem implementadas
e renovadas, ter-se-á de implicar as famílias.
Na verdade, «a família é o âmbito da socialização primária,
porque é o primeiro lugar onde se aprende a relacionar-se
com o outro, a escutar, partilhar, suportar, respeitar, ajudar,
conviver» (AL, 276). Aliás, «a tarefa educativa deve levar a
sentir o mundo e a sociedade como “ambiente familiar”: é
uma educação para saber “habitar” mais além dos limites da
própria casa» (AL, 276).
Já que no contexto familiar, ensina-se a recuperar a proximidade,
o cuidado, a saudação, de facto «é lá que se rompe o
primeiro círculo do egoísmo mortífero, fazendo-nos reconhecer
que vivemos junto de outros, com outros, que são dignos
da nossa atenção, da nossa gentileza, do nosso afecto» (AL,
276). Sem dúvida, «não há vínculo social, sem esta primeira
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dimensão quotidiana, quase microscópica: conviver na proximidade,
cruzando-nos nos vários momentos do dia, preocupando-
nos com aquilo que interessa a todos, socorrendo-nos
mutuamente nas pequenas coisas do dia-a-dia» (AL, 276).
Reconhece-se, então, que «a família tem de inventar, todos
os dias, novas formas de promover o reconhecimento mútuo»
(AL, 276).
Está bem patente o entrelaçar da função da família no que
toca à sua vivência, à sua expressão e compromisso social e ao
seu carácter evangelizador.
9. A caminhada sinodal exige a participação dos movimentos
apostólicos
Se estamos perante um caminho em conjunto, ninguém poderá
ficar de fora. Numa Igreja de comunhão todos se devem
sentir a integrar a comunidade cristã.
Os movimentos apostólicos são uma riqueza que o Espirito
Santo oferece à Igreja. Mais ainda, numa sociedade secularizada,
a qual na sua maioria está afastada da prática cristã
e da participação comunitária é importantíssimo o papel dos
movimentos na evangelização do mundo.
Já o Papa S. João Paulo II se referia ao contributo dos movimentos
dizendo que «a agregação dos fiéis leigos por motivos
espirituais e apostólicos brota de várias fontes e vai ao
encontro de diversas exigências: exprime, de facto, a natureza
social da pessoa e obedece ao imperativo de uma mais vasta e
incisiva eficácia operativa» (ChL, 29).
Segundo as suas palavras, «na verdade, a incidência “cultural”
fonte e estímulo e, simultaneamente, fruto e sinal de todas as demais
transformações do ambiente e da sociedade, só se pode alcançar
com a acção, não tanto dos indivíduos, mas de um “sujeito
social”, isto é, com a acção de um grupo, de uma comunidade, de
uma associação, de um movimento» (ChL, 29).
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E, de facto, «isso é particularmente verdade no contexto de
uma sociedade pluralista e fragmentada — como é, em tantas
partes do mundo, a actual — e perante os problemas tornados
enormemente complexos e difíceis» (ChL, 29). Na verdade,
«sobretudo num mundo secularizado, as várias formas agregativas
podem representar para muitos uma ajuda preciosa
em favor de uma vida cristã coerente, com as exigências do
Evangelho e de um empenhamento missionário e apostólico»
(ChL. 29).
Não integrar, não acompanhar, não prestar a devida assistência
e não promover a comunhão eclesial será uma ofensa à
actuação do Espirito de Cristo, uma desvalorização do papel
da comunidade cristã e uma falta grave para com a evangelização
do mundo de hoje.
Muito pelo contrário, os movimentos são absolutamente
imprescindíveis para a evangelização do mundo, da sociedade
e da cultura actual.
10. A beleza de caminhar juntos com Cristo
Este é o lema dos próximos anos. É muito sugestivo e interpelante.
Convida a descobrir a beleza do amor que se entrelaça
com a fé e anima a verdadeira esperança. O cristianismo
é Jesus Cristo vivo que se manifesta e vive numa beleza que
só quem a descobre poderá saborear. Mas este caminho exige
uma caminhada em conjunto, caminhada sinodal.
Neste primeiro ano iremos analisar a realidade que somos:
a nossa sociedade, a nossa cultura e a nossa Igreja.
Vamos todos empenharmo-nos nesta análise que nos faz
descobrir a realidade do hoje em que vivemos. Fazemo-lo com
olhos de crentes. Isto significa que procuramos aprofundar o
que o Concilio Vaticano II chama os sinais dos tempos que a
par com a Escritura, a Tradição viva da Igreja e o Magistério,
são reveladores de Deus.
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Nas palavras do Concilio Vaticano II, para levar a cabo a
missão evangelizadora, «é dever da Igreja investigar a todo o
momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho;
para que assim possa responder, de modo adaptado em
cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido
da vida presente e da futura, e da relação entre ambas»
(GS, 4). De facto, «é, por isso, necessário conhecer e compreender
o mundo em que vivemos, as suas esperanças e aspirações,
e o seu carácter tantas vezes dramático» (GS, 4).
O porquê desta necessidade de investigar os sinais dos tempos
está, segundo o Concilio vaticano II, no facto de que «a
humanidade vive hoje uma fase nova da sua história, na qual
profundas e rápidas transformações se estendem progressivamente
a toda a terra» (GS, 4). Aliás, «provocadas pela inteligência
e actividade criadora do homem, elas reincidem sobre
o mesmo homem, sobre os seus juízos e desejos individuais
e colectivos, sobre os seus modos de pensar e agir, tanto em
relação às coisas como às pessoas» (GS, 4).
Estas atingem tais proporções «que podemos já falar duma
verdadeira transformação social e cultural, que se reflecte
também na vida religiosa» (GS, 4).
È com espirito de fé lúcida, com o intuito de melhor evangelizar
e com o desejo de corresponder à missão da Igreja no
nosso tempo que todos os baptizados são chamados a fazer
esta análise à realidade em que vivemos.
Vamos ser ajudados com alguns textos que nos serão disponibilizados
e que a partir de alguns questões nos pedem a
nossa resposta para a reflexão que será feita nos órgãos próprios
da diocese da qual sairá um conjunto de perspectivas de
acção pastoral que novamente serão lançadas à diocese para
serem discutidas e reflectidas em ordem à elaboração de orientações
pastorais que ajudem a melhor evangelizar no contexto
da nossa diocese.
Para este trabalho de reflexão convocam-se todas e cada
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uma das paróquias nomeadamente através dos Conselhos pastorais
paroquiais; grupos de catequistas; grupos da liturgia;
grupos de pastoral social; confrarias e irmandades; grupos informais
que se juntem para este efeito.
Convocam-se os serviços diocesanos que através da sua estrutura
dinamizarão esta reflexão no sector a que se dedicam.
Convocam-se os movimentos de apostolado para que em
todos os grupos se realize esta reflexão.
Convocam-se os Institutos Religiosos e de Vida Consagrada
para realizarem esta reflexão no âmbito de cada comunidade.
Convida-se, onde for possível, que se organizem debates
abertos a toda a sociedade para escutar todos aqueles que
queiram ajudar a Igreja diocesana a encontrar a melhor resposta
para o diálogo com o mundo de hoje.
Será divulgada um esquema de oração que deve acompanhar
todas as reuniões e celebrações da comunidade cristã e
dos grupos e haverá também alguns subsídios para a liturgia
de modo a centrarmos toda esta acção no coração de Deus.
Colocamos toda a esta nossa caminhada sinodal sob a protecção
do beato João Batista Machado e implorando as bênçãos
de Nossa Senhora Mãe e Rainha dos Açores.
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Calendário Diocesano 2019/2020
Setembro de 2019
01 - Domingo - Festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira –
São Jorge (Santuário Diocesano)
02 - Segunda Feira - (2-4) – Encontro de Formadores dos Seminários
– Bragança
03 - Terça Feira -
04 -Quarta Feira -
05 - Quinta Feira -
06 - Sexta Feira -
07 - Sábado -
08 - Domingo - Festa de Nª. Sª. dos Milagres da Serreta, Terceira
(Santuário Diocesano)
09 - Segunda-feira - Jornada de apresentação do Programa Pastoral
para o clero da Vigararia Centro, Seminário de Angra - 10h00
- Lançamento do novo ano pastoral para os Religiosos e Leigos,
Membros dos Conselhos Pastorais de Ouvidorias, Paróquias
e Movimentos Eclesiais, Seminário de Angra - 20h00
10 - Terça-feira - Lançamento do novo ano pastoral para os
Religiosos e Leigos, Membros dos Conselhos Pastorais de
Ouvidorias, Paróquias e Movimentos Eclesiais (Salão do Bom
Pastor, Horta) 20h00
11 - Quarta Feira - Jornada de apresentação do Programa Pastoral
para o clero da Vigararia do Ocidente (Horta) 10h00
12 - Quinta Feira - Reunião geral do Instituto Católico de Cultura
no Centro Pastoral Pio XII em Ponta Delgada
- Jornada de apresentação do Programa Pastoral para o clero
da Vigararia do Nascente (Centro Pastoral Pio XII – Ponta
Delgada) 10h00
- Lançamento do novo ano pastoral para os Religiosos e Leigos,
Membros dos Conselhos Pastorais de Ouvidorias, Paróquias
e Movimentos Eclesiais (Centro Pastoral do Pio XII)
20h00
23
13 - Sexta Feira - Jubileu de Ouro do P. José Constância -
Relva
14 - Sábado (14-23) - Visita Pastoral à Ouvidoria das Capelas
15 - Domingo -
16 -Segunda Feira - Entrada dos Alunos do Seminário de Angra
17 - Terça Feira - Conselho de Professores do Seminário de
Angra
18 - Quarta Feira - Clero da Ouvidoria de Ponta Delgada –
Centro Pastoral Pio XII
- Início do ano lectivo no Seminário de Angra
19 - Quinta Feira - Responsáveis das Catequeses Paroquias da
Ouvidoria de Ponta Delgada – Centro Pastoral Pio XII
20 - Sexta Feira -
21 - Sábado -
22 - Domingo -
23 - Segunda Feira -
24 - Terça Feira - (24-25) – Sensibilização para novos catequistas
das Ouvidorias de Ponta Delgada e Capelas – Centro
Pastoral Pio XII
25 - Quarta Feira-
26 - Quinta Feira - Conselho Pastoral da Ouvidoria de Ponta
Delgada – Centro Pastoral Pio XII
- (26-27) – Sensibilização para novos catequistas das
Ouvidorias da Ribeira Grande e Fenais de Vera Cruz –
Ribeirinha
- (26-27) - Jornadas Nacionais da Comunicação Social
- (Fátima)
27 - Sexta Feira -
28 - Sábado - Vigília Missionária – Sete Cidades - São Miguel
- Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio XII – Ponta
Delgada
24
29 - Domingo
30 - Segunda Feira - Encontro diocesano de coordenadores
das Pastoral Juvenil - Centro Pastoral Pio XII – Ponta Delgada
Outubro de 2019 (Mês Missionário)
01 - Terça Feira – Início das atividades do Renovamento Carismático
em S. Miguel – Igreja de Nossa Senhora das Mercês
(1-2) – Sensibilização para novos catequistas das Ouvidorias
de Nordeste e Povoação – Nordeste
(1-9) - Visita Pastoral à Ouvidoria de Fenais de Vera Cruz
02 - Quarta Feira - (2-3) - Jornadas de pastoral juvenil na ilha
do Pico
03 - Quinta Feira - (3-4) – Sensibilização para novos catequistas
das Ouvidorias de Vila Franca do Campo e Lagoa – Vila
Franca do Campo
04 - Sexta Feira - (4-6) - Jornadas de pastoral juvenil na ilha
das Flores
05 - Sábado - Encontro dos Religiosos da Ouvidoria de Ponta
Delgada – Colégio de São Francisco Xavier
06 - Domingo - Início do ano pastoral em todas as Paróquias
07 - Segunda Feira -
08 - Terça Feira -
09 - Quarta Feira -
10 - Quinta Feira -
11 - Sexta Feira -
12 - Sábado -
13 - Domingo - Núcleos da LIAM na Matriz de Vila Franca
do Campo
14 - Segunda Feira -
15 - Terça Feira - CPM – Ribeira Grande
16 - Quarta Feira - Aniversário da dedicação da Catedral
17 - Quinta Feira -
18 - Sexta Feira - Dia dos Bens Culturais da Igreja
25
19 - Sábado - Vigília Missionária – Povoação
- Colóquio sobre o Coração de Jesus – Fátima
20 - Domingo - Encerramento do ano missionário – Peregrinação
Nacional (A.O.) a Fátima
- Assembleia geral e encontro dos responsáveis do Movimento
dos Romeiros de São Miguel – Lagoa
21 - Segunda Feira -
22 - Terça Feira - Celebração Eucarística de abertura das
atividades da Pastoral Universitária no início do ano académico
(Ponta Delgada)
23 - Quarta Feira - Celebração de abertura do ano lectivo no
Seminário Maior – Angra
24 - Quinta Feira - (24 e 25) - Jornadas diocesanas da Comunicação
Social – Angra do Heroísmo, Salão do Seminário
Maior
25 - Sexta Feira - (25-27) – Jornadas Nacionais de Catequistas
– Fátima
26 - Sábado - Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio
XII – Ponta Delgada
27 - Domingo -
28 - Segunda Feira - Encontro do Bispo Diocesano com os
Religiosos da Terceira – Casa de São Francisco – Angra
29 - Terça Feira - Conselho Episcopal Diocesano – Angra
30 - Quarta Feira -
31 - Quinta Feira -
Novembro de 2019
01 - Sexta Feira – Solenidade de Todos os Santos
Encerramento do ano Missionário na Ouvidoria de Ponta Delgada
- Igreja do Colégio, 18H00
(1-3) – Encontro Matrimonial na Ilha de S. Jorge
02 - Sábado - Comemoração dos Fieis Defuntos
03 - Domingo - Dia da Diocese
– Jubileu dos 60 anos do Serviço Diocesano da Catequese
26
- Conselho Pastoral da Ouvidoria do Pico
04 - Segunda Feira -
05 - Terça Feira -
06 - Quarta Feira -
07 - Quinta Feira -
08 - Sexta Feira -
09 - Sábado - Aniversário da fundação do Seminário de Angra
- Formação para os Romeiros de São Miguel
10 - Domingo (10-17) - Semana dos Seminários
– Festa de Nossa Senhora da Paz – Vila Franca do Campo
11 - Segunda Feira (11-14) - Reunião da Conferência Episcopal
(Fátima)
(11-15) – Retiro do Prado para Padres Diocesanos – Fátima
12 - Terça Feira -
13 - Quarta Feira - Dia da Memória e da Gratidão (SDECM)
– Salão do Seminário – Angra
14 - Quinta Feira - (14-17) – Curso Geral de Catequistas – Catequética-
Ouvidoria de São Jorge
15 - Sexta Feira - (15-17) – Encontro Shalom 41 – São Miguel
16 - Sábado- Dia do Catequista em Santa Maria
- Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio XII – Ponta
Delgada
- (16 e 17) - Assembleia Diocesana do Renovamento Carismático
– Ponta Delgada, Auditório Camões
(16-17) – Retiro do Prado para Leigos – Fátima
17 - Domingo - Dia do Pobre
- Festa de Santa Cecília – Ouvidoria da Horta
18 - Segunda-feira (18-20) - Encontro dos Padres mais novos
(até dez anos de ordenação) – Pico
(18 – 19) – Assembleia geral da Conferencia dos Institutos
Religiosos de Portugal – Fátima
(18 – 23) – Semana da Ouvidoria – Ouvidoria da Lagoa
27
19 - Terça Feira -
20 - Quarta Feira - (20-27) – Peregrinação à Terra Santa
(SDMH)
21 - Quinta Feira - (21-24) Curso Geral de Catequistas (Psicologia)
– Vila Nova
22 - Sexta Feira - Festa de Santa Cecília em Angra – Sé
23 - Sábado - Reflexão sobre o Advento para os Religiosos da
Terceira – Casa de São Francisco – Angra
- Formação para os Romeiros de São Miguel
24 - Domingo - Domingo de Cristo Rei do Universo
– Dia da Ouvidoria da Lagoa
25 - Segunda Feira- (25-29) - Semana Bíblica. Ouvidoria de
Ribeira Grande sobre o Evangelho de S. João
26 - Terça Feira -
27 - Quarta Feira -
28 - Quinta Feira -
29 - Sexta Feira - Recolecção de Advento para o Clero da Vigararia
do Ocidente (Madalena – Pico)
30 - Sábado – Dia do Catequista de São Miguel –Lagoa
Dezembro de 2019
01 - Domingo - 1º Domingo do Advento
- Ordenações Diaconais e Instituição no ministério de Leitores
– Angra
-Tarde de reflexão sobre o Advento para os Religiosos de São
Miguel – Colégio de São Francisco Xavier – Ponta Delgada
- Retiro de Catequistas da ilha do Pico
02 - Segunda Feira - Recolecção de Advento para o Clero da
Vigararia do Nascente (Centro Pastoral Pio XII – Ponta Delgada)
03 - Terça Feira - Recolecção de Advento para o Clero da Vigararia
do Centro (Seminário Maior - Angra)
04 - Quarta Feira -
05 - Quinta Feira -
28
06 - Sexta Feira -
07 - Sábado -
08 - Domingo - Solenidade da Imaculada Conceição – Angra
(Santuário Diocesano)
- «Jesus na Cidade» - Pastoral Juvenil – Ponta Delgada
09 - Segunda Feira - (9-10) Formação litúrgica para grupos
corais em São Miguel
10 - Terça Feira - Recolecção de Advento para o Clero das
Flores e do Corvo – Santa Cruz das Flores
- (10-15) - Visita Pastoral à Ouvidoria da Povoação
11 - Quarta Feira - (11-13) Jornadas de Pastoral Litúrgica
12 - Quinta Feira - (12-13) - Formação litúrgica para grupos
corais em São Miguel
13 - Sexta Feira -
14 - Sábado -
15 - Domingo -
16 - Segunda Feira -
17 - Terça Feira - Aniversário do Papa Francisco
18 - Quarta Feira -
19 - Quinta Feira -
20 - Sexta Feira -
21 - Sábado - Retiro dos Catequistas de São Miguel – Nordeste
22 - Domingo - Celebração de Natal com Jovens – Pastoral
Juvenil
23 - Segunda Feira -
24 - Terça Feira -
25 - Quarta Feira - Solenidade do Natal do Senhor
26 - Quinta Feira -
27 - Sexta Feira -
28 - Sábado - Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio
XII – Ponta Delgada
- Festa de São Tomás de Aquino – Seminário de Angra
29 - Domingo - Domingo da Sagrada Família de Nazaré
– Festa da Sagrada Família organizada pelo Encontro Matrimonial
29
30 - Segunda Feira -
31 - Terça Feira -
Janeiro de 2020
01 - Quarta Feira - Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e
Dia Mundial da Paz
02 - Quinta Feira -
03 - Sexta Feira -
04 - Sábado - Celebração da Infância Missionária na Ouvidoria
da Praia da Vitória – Fonte do Bastardo
05 - Domingo - Celebração da Infância Missionária na Ouvidoria
de Angra do Heroísmo – São Mateus
06 - Segunda Feira -
07 - Terça Feira -
08 - Quarta Feira (8-15) - Visita Pastoral à Ouvidoria da Graciosa
09 - Quinta Feira -
10 - Sexta Feira -
11 - Sábado -
12 - Domingo - Dia da Infância Missionária em São Miguel –
Lomba da Maia
13 - Segunda Feira - (13-15) - Jornadas Bíblicas sobre as Cartas
de S. João - Ouvidoria de Capelas)
14 - Terça Feira -
15 - Quarta Feira -
16 - Quinta Feira - (16-17) – Jornadas de Formação Cristã –
Instituto Católico de Cultura – Ponta Delgada – Centro Pastoral
Pio XII
(16-18) - Jornadas de Liturgia na Ilha do Corvo
17 - Sexta Feira -
18 - Sábado - (18-25) – Oitavário de Oração pela Unidade dos
Cristãos
19 - Domingo - Dia Diocesano da Palavra de Deus
- Reflexões com o Livro do Apocalipse - Ouvidoria da Povoação
30
- Retiro Espiritual dos Romeiros de São Miguel
20 - Segunda Feira -
21 - Terça Feira -
22 - Quarta Feira -
23 - Quinta Feira - (23-26) Curso Geral de Catequistas na Terceira
(Doutrina) – Vila Nova
24 - Sexta Feira - (24 -26) Início do CPM – Pico
- Encerramento do 1º. Semestre do ano lectivo no Seminário
de Angra
– 18º FDS Açores – Ponta Delgada, Centro Pastoral Pio XII
25 - Sábado - Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio
XII – Ponta Delgada
– Encontro Nacional de Referentes da Pastoral da Cultura
(Fátima)
26 - Domingo – (26-2) – Semana da Vida Consagrada
27 - Segunda Feira (27-31) - 1º Turno de Retiro para o Clero
– Centro Pastoral Pio XII – Ponta Delgada
28 - Terça Feira - (28-30) - Jornadas de Liturgia em São Miguel
29 - Quarta Feira - (29-5) – Peregrinação à Terra Santa
(SDMH)
30 - Quinta Feira -
31 - Sexta Feira -
Fevereiro de 2020
01 - Sábado - Vigília de Oração pelos Consagrados – Casa de
São Francisco – Angra
- Voto da Ilha do Faial ao Senhor Santo Cristo – Praia do Almoxarife
02 - Domingo - Dia do Consagrado e da Universidade Católica
Portuguesa
- Dádiva de sangue dos Romeiros de São Miguel
03 - Segunda Feira (3-7) - 2º Turno de Retiro para o Clero –
Angra (Santa Catarina)
(3-4) – Jornadas Bíblicas do Pico
31
(3-5) – Jornadas Formativas da Catequese – Ponta Delgada –
Centro Pastoral Pio XII
04 - Terça Feira – Início do CPM – Vila Franca do Campo
(4-6) - Jornadas de Liturgia nas Ilhas das Flores
05 - Quarta Feira -
06 - Quinta Feira - Jornada de Pastoral Juvenil – Graciosa
- (6-8) - Jornadas Formativas em Santa Maria
07 - Sexta Feira - (7-9) – III Shalom Diocesano – Graciosa
08 - Sábado -
09 - Domingo - Celebração anual do Cabido da Catedral
10 - Segunda Feira - Conselho Episcopal Diocesano – Angra
- (10-12) – Jornadas Formativas na Ribeira Grande
11 - Terça Feira - Festa de Nª. Sª. de Lurdes
- Dia Mundial do Doente
- Início do 2º. Semestre do ano lectivo no Seminário de Angra
- (11-13) – Jornadas Bíblicas do Renovamento Carismático -
Igreja de Nossa Senhora das Mercês – São Miguel
12 - Quarta Feira - Encontro dos Reitores dos Santuários Diocesanos
(Pico)
13 - Quinta Feira -
14 - Sexta Feira - Retiro quaresmal das Comunidades das Flores
15 - Sábado -
16 - Domingo - Assembleia geral e encontro do Movimento
dos Romeiros de São Miguel – Lagoa
17 - Segunda Feira - 17 – CPM Fenais da Ajuda
18 - Terça Feira - Aniversário Natalício de D. João Lavrador,
Bispo Diocesano
19 - Quarta Feira -
20 - Quinta Feira -
21 - Sexta Feira Recolecção de Quaresma para o Clero da
Vigararia do Ocidente (Horta)
22 - Sábado -
32
23 - Domingo - Encontro do pré seminário – Centro Pastoral
Pio XII – Ponta Delgada
24 - Segunda Feira -
25 - Terça Feira -
26 - Quarta Feira - Celebração do início da Quaresma (Cinzas)
- Recolecção da Quaresma para o Clero da Vigararia do Centro
– Seminário Maior de Angra
27 - Quinta Feira - Recolecção da Quaresma para o Clero da
Vigararia Nascente – Centro Pastoral Pio XII – Ponta Delgada
28 - Sexta Feira - CPM - Fenais da Ajuda
29 - Sábado - Início das Romarias Quaresmais em São Miguel
de São Miguel
Março de 2020
01 - Domingo -1º Domingo da Quaresma
-Tarde de reflexão sobre a Quaresma para os Religiosos de
São Miguel – Casa das Irmãs Hospitaleiras do S. C. de Jesus
– Ponta Delgada
02 - Segunda Feira - (2-4) – Encontros de Reflexão promovidos
pela Ouvidoria da Praia da Vitória
(2-6) - Retiro dos Bispos da Conferência Episcopal (Fátima)
03 - Terça Feira -
04 - Quarta Feira -
05 - Quinta Feira - (5-12) – Peregrinação à Terra santa
(SDMH)
06 - Sexta Feira -
07 - Sábado – Retiro Espiritual da Mensagem de Fátima em
São Miguel – Água de Pau
- Retiro Espiritual de Catequistas em São Miguel – Capelas
(7 – 8) – Retiro do Movimento Carismático – Ponta Delgada,
Centro Pastoral Pio XII
08 - Domingo -
33
09- Segunda Feira -
10 - Terça Feira -
11 - Quarta Feira (11-24) - «Desafios para a Vida religiosa»
para os Consagrados – Casa de São Francisco – Angra
- Visita Pastoral à Ouvidoria de S. Jorge
12 - Quinta Feira -
13 - Sexta Feira -
14 - Sábado -
15 - Domingo - Dia da Cáritas
16 - Segunda Feira - (16-18) - Jornadas de Liturgia na ilha do
Pico
17 - Terça Feira -
18 - Quarta Feira -
19 - Quinta Feira - São José - Dia do Pai
20 - Sexta Feira -
21 - Sábado - (21-22) «24 Horas para o Senhor»
22 - Domingo -
23 - Segunda Feira -
24 - Terça Feira -
25 - Quarta Feira (25- 27) - Jornadas de Teologia no Seminário
de Angra
26 - Quinta Feira -
27 - Sexta Feira -
28 - Sábado -
29 - Domingo - Dia Diocesano do Doente
30 - Segunda Feira -
31 - Terça Feira – Via Sacra promovida pelo Movimento Carismático
– Bairros Novos – Ponta Delgada
Abril de 2020
01 - Quarta Feira -
02 - Quinta Feira - Recolecção de Quaresma para o Clero de
Flores e Corvo – no Corvo
03 - Sexta Feira -
34
04 - Sábado – Noite de preparação para a Páscoa promovido
pelo Encontro Matrimonial – Santuário do Senhor Santo
Cristo
- Vigília de oração pela jornada mundial da juventude
05 - Domingo - Domingo de Ramos
– Jornada Mundial da Juventude
06 - Segunda Feira - Celebração da Eucaristia com a a Renovação
das promessas Sacerdotais para o Clero da Vigararia do
Nascente (Igreja Matriz de Ponta Delgada – 12 horas)
– Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio XII – Ponta
Delgada
07 - Terça Feira - Celebração da Eucaristia com a Renovação
das promessas Sacerdotais para o Clero da Vigararia do Ocidente
(Pico – 12 horas)
08 - Quarta Feira - Celebração da Missa Crismal (Sé de Angra
– 20 horas)
09 - Quinta Feira - Celebração da Ceia do Senhor
- Termo das Romarias Quaresmais em São Miguel
10 - Sexta Feira – Celebração da Paixão e Morte do Senhor
11 - Sábado - Celebração da Vigília Pascal
12 - Domingo - Celebração do Domingo da Ressurreição
13 - Segunda Feira - (13-17) Retiro espiritual para o clero –
São Mateus do Pico (Promovido pela Ouvidoria do Pico)
14 - Terça Feira -
15 - Quarta Feira - CPM – Ribeira Grande
16 - Quinta Feira -
17 - Sexta Feira - «Sentimentos e emoções na vida religiosa»
para os consagrados da Terceira – Casa de São Francisco
18 - Sábado - (18-19) – Aniversário da Ouvidoria dos Fenais
da Vera Cruz
19 - Domingo -
20 - Segunda Feira (20-23) - Reunião da Conferência Episcopal
Portuguesa (Fátima)
21 - Terça Feira -
35
22 - Quarta Feira -
23 - Quinta Feira -
24 - Sexta Feira -
25 - Sábado - Encontro Diocesano de Coordenadores/Animadores
de Pastoral Juvenil – Ilha Terceira
- Vigília de Oração pelas Vocações
(25-26) - Crismas na Ouvidoria do Pico
26 - Domingo - Instituição no Ministério de Acólitos - Angra
- Dia Diocesano da Família - Vila Franca do Campo
- Dia do Romeiro – Vila Franca do Campo
(26-3) Semana de Oração Pelas Vocações
27 - Segunda Feira -
28 - Terça Feira -
29 - Quarta Feira -
30 - Quinta Feira - Conselho Episcopal Diocesano – Ponta Delgada
(30-3) - Conselho Presbiteral e Conselho Pastoral Diocesano
(Centro Pastoral Pio XII) – Ponta Delgada
Maio de 2020
02 - Sábado -
03 - Domingo - Dia da Mãe
(3-14) – Crismas na Ouvidoria da Praia da Vitória
04 - Segunda Feira - Encontro do Grupo Coordenador do
MRSM com os responsáveis dos Ranchos da Ouvidoria das
Capelas – Pilar da Bretanha
05 - Terça Feira - Encontro do Grupo Coordenador do MRSM
com os responsáveis dos Ranchos da Ouvidoria de Vila Franca
do Campo – Água de Alto
06 - Quarta Feira -
07 - Quinta Feira -
08 - Sexta Feira -
09 - Sábado -
10 - Domingo – Festa de São Miguel Arcanjo, padroeiro da
Ilha – Vila Franca do Campo
36
– (10-17) - Semana da Vida
11 - Segunda Feira - Encontro do Grupo Coordenador do
MRSM com os responsáveis dos Ranchos da Ouvidoria de
Ponta Delgada (poente) – Sete Cidades
- Aniversário da Visita do Papa João Paulo II aos Açores
12 - Terça Feira - Vigília de Nª. Sª. da Fátima
– Encontro do Grupo Coordenador do MRSM com os responsáveis
dos Ranchos da Ouvidoria Ribeira Grande – Santa
Bárbara
13 - Quarta Feira - Festa de Nª- Sª. de Fátima
14 - Quinta Feira - Encontro do Grupo Coordenador do MRSM
com os responsáveis dos Ranchos da Ouvidoria da Povoação
– Lomba do Loução
15 - Sexta Feira - Dia Mundial da Família
15 - Sexta Feira (15-17) – Celebrações do Senhor Santo Cristo
dos Milagres (Ponta Delgada)
16 - Sábado -
17 - Domingo - Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres –
Ponta Delgada
18 - Segunda Feira -
19 - Terça Feira - Encontro do Grupo Coordenador do MRSM
com os responsáveis dos Ranchos da Ouvidoria da Lagoa –
Cabouco
(19-30) – Crismas na Ouvidoria de Angra
20 - Quarta Feira - Encontro do Grupo Coordenador do MRSM
com os responsáveis dos Ranchos da Ouvidoria Ponta Delgada
(nascente) – Fajã de Baixo
21 - Quinta Feira -
22 - Sexta Feira - Dia do padroeiro da Diocese (Beato João
Baptista Machado)
- Reunião Geral de Catequistas em São Miguel – Ponta Delgada
Encontro do Grupo Coordenador do MRSM com os responsáveis
dos Ranchos da Ouvidoria Fenais de Vera Cruz – Lombinha
da Maia
37
(22-24) – Retiro andante nas Flores
23 - Sábado -
24 - Domingo - Solenidade da Ascensão e Jornada Mundial
das Comunicações Sociais
– Peregrinação dos graciosenses ao Monte de Nª. Sª da Ajuda
25 - Segunda Feira - Reunião Geral de Catequistas em São
Miguel – Ponta Delgada
– Encontro do Grupo Coordenador do MRSM com os responsáveis
dos Ranchos da Ouvidoria de Nordeste – Algarvia
26 - Terça Feira -
27 - Quarta Feira -
28 - Quinta Feira -
29 - Sexta Feira -
30 - Sábado- Comemoração dos 300 do voto ao Espírito Santo
na Silveira – Pico
– Vigília de Pentecostes – Movimento Carismático – Igreja
Matriz de S. Sebastião Ponta Delgada
– Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio XII – Ponta
Delgada
31 - Domingo - Solenidade do Pentecostes – Crismas na Sé
Junho de 2020
01 - Segunda Feira - Dia da Região Autónoma dos Açores
02 - Terça Feira (2-4) - Encontro Ibérico das Comunicações Sociais
(2-13) - Crismas na Ouvidoria de Angra
03 - Quarta Feira -
04 - Quinta Feira -
05 - Sexta Feira - Encerramento do 2º. Semestre no Seminário
de Angra
- (5 -7) – Crismas na Ouvidoria dos Fenais da Vera Cruz
06 - Sábado -
07 - Domingo -
08 - Segunda Feira -
38
09 - Terça Feira -
10 - Quarta Feira - Solenidade do Corpo de Deus
11 - Quinta Feira – Crismas na Ouvidoria de Vila Franca do Campo
12 - Sexta Feira - Crismas na Ouvidoria do Corvo
13 - Sábado -
14 - Domingo - Crismas na Ouvidoria das Flores
15 - Segunda Feira (15-17) – Jornadas de Estudo da Conferencia
Episcopal Portuguesa (Fátima)
16 - Terça Feira -
17 - Quarta Feira -
18 - Quinta Feira-
19 - Sexta Feira - Sagrado Coração de Jesus
- Jornada de oração pela santificação dos sacerdotes
20 - Sábado - Encerramento do ano lectivo no Seminário de Angra
21 - Domingo - Celebração dos Jubileus Sacerdotais (Sé)
– Crismas na Ouvidoria da Horta
22 - Segunda Feira -
23 - Terça Feira -
24 - Quarta Feira -
25 - Quinta Feira -
26 - Sexta Feira -
27 - Sábado - Encontro do pré seminário – Centro Pastoral Pio
XII – Ponta Delgada
28 - Domingo - Ordenações Presbiterais
29 - Segunda Feira - Aniversário da Ordenação Episcopal de
D. João Lavrador
30 - Terça Feira - Aniversário da Ordenação Episcopal de D.
António Sousa Braga
Julho de 2020
01 - Quarta Feira -
02 - Quinta Feira - Reunião dos Ouvidores da Vigararia do
Ocidente no Faial
03 - Sexta Feira - (3-5) – Crismas na Ouvidoria da Ribeira Grande
39
04 - Sábado -
05 - Domingo -
06 - Segunda Feira -
07 - Terça Feira -
08 - Quarta Feira -
09 - Quinta Feira -
10 - Sexta Feira -
11 - Sábado -
12 - Domingo -
13 - Segunda Feira -
14 - Terça Feira -
15 - Quarta Feira -
16 - Quinta Feira - Festas de Nª. Sª. do Carmo
17 - Sexta Feira -
18 - Sábado -
19 - Domingo -
20 - Segunda Feira -
21 - Terça Feira -
22 - Quarta Feira -
23 - Quinta Feira -
24 - Sexta Feira -
25 - Sábado -
26 - Domingo - Dia dos Avós
27 - Segunda Feira -
28 - Terça Feira -
29 - Quarta Feira -
30 - Quinta Feira -
31 - Sexta Feira -
Agosto de 2020
01 - Sábado -
02 - Domingo -
03 - Segunda Feira -
04 - Terça Feira -
40
05 - Quarta Feira -
06 - Quinta Feira - Festa do Senhor Bom Jesus – Pico (Santuário
Diocesano)
07 - Sexta Feira -
08 - Sábado -
09 - Domingo - Jornada das Migrações
- Dádiva de Sangue dos Romeiros de São Miguel
10 - Segunda Feira -
11 - Terça Feira -
12 - Quarta Feira -
13 - Quinta Feira -
14 - Sexta Feira -
15 - Sábado - Assunção da Virgem Santa Maria
16 - Domingo -
17 - Segunda Feira -
18 - Terça Feira -
19 - Quarta Feira -
20 - Quinta Feira -
21 - Sexta Feira -
22 - Sábado -
23 - Domingo -
24 - Segunda Feira -
25 - Terça Feira - Missa por alma de D. Aurélio Granada Escudeiro
e demais bispos diocesanos falecidos
26 - Quarta Feira -
27 - Quinta Feira -
28 - Sexta Feira -
29 - Sábado -
30 - Domingo - Festa do Senhor Bom Jesus da Pedra – Comemoração
dos 200 anos da primeira procissão em Vila Franca
do Campo
41
“Todos, Tudo e Sempre em Missão”
Sobre o Ano Missionário e o
Mês Missionário Extraordinário
1. Por motivo do centenário da Carta Apostólica Maximum
Illud, de 30 de novembro de 1919, do Papa Bento XV, o Papa
Francisco declarou o mês de outubro de 2019 “Mês Missionário
Extraordinário”, tendo como objetivo despertar para uma
maior consciência da missão e retomar com novo impulso a
transformação missionária da vida e da pastoral.
Em união com o Santo Padre, queremos celebrar esse centenário
apelando a um maior vigor missionário em todas as
dioceses, paróquias, comunidades e grupos eclesiais, desde os
adultos aos jovens e crianças.
Acolhendo com alegria a proposta do Papa Francisco de um
Mês Missionário Extraordinário para toda a Igreja, nós, Bispos
portugueses, propomo-nos ir mais longe e celebraremos
esse mês como etapa final de um Ano Missionário em todas as
nossas Dioceses, de outubro de 2018 a outubro de 2019.
Encontro pessoal com Jesus Cristo
2. Desde o início do seu pontificado, o Papa Francisco tem
convidado todo o cristão, em qualquer lugar e situação, a renovar
o seu encontro pessoal com Jesus Cristo, a tomar a decisão
de se deixar encontrar por Ele e a procurá-l’O dia-a-dia,
sem cessar. Repetidas vezes, no seguimento dos seus antecessores,
tem lembrado que a ação missionária é o “paradigma
de toda a obra da Igreja”. Assim sendo, não podemos ficar
tranquilos, em espera passiva: é necessário passar de uma pastoral
de mera conservação para uma pastoral decididamente
missionária.
Com o “sonho missionário de chegar a todos”, o Santo Padre
tem incentivado a ir às periferias, a ir até junto dos pobres,
42
convidando os jovens a “fazer ruído”, a não “ficarem no sofá”
a verem a vida a passar. Convida a Igreja a não ficar entre si
sem correr riscos, mas ter a coragem de ser uma Igreja viva,
acolhedora, dos excluídos e dos estrangeiros.
3. No centro desta iniciativa, que envolve a Igreja universal,
estão a oração, o testemunho e a reflexão sobre a centralidade
da missão como estado permanente do envio para a primeira
evangelização (Mt 28,19). Trata-se de colocar a missão de Jesus
no coração da própria Igreja, transformando-a em critério
para medir a eficácia das estruturas, os resultados do trabalho,
a fecundidade dos seus ministros e a alegria que são capazes
de suscitar, porque sem alegria não se atrai ninguém.
Em estado permanente de Missão
4. A preocupação que tinha Bento XV há quase cem anos, e
que o documento conciliar Ad gentes nos recorda há mais de
cinquenta anos, permanece plenamente atual. Lembrando as
palavras de São João Paulo II, “a missão de Cristo Redentor,
confiada à Igreja, está ainda longe do seu pleno cumprimento.
Uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão
está ainda no começo, e devemos empenhar-nos com todas as
forças no seu serviço… A missão renova a Igreja, revigora a
sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações.
É dando a fé que ela se fortalece! A nova evangelização
dos povos cristãos há de encontrar também inspiração e apoio
no empenho pela missão universal” . Só assim nos constituímos
em “estado permanente de missão em todas as regiões
da Terra” .
5. Se Bento XV convidava “cada um a pensar que deve ser
como que a alma da sua missão” , o Papa Francisco diz que é
tarefa diária de cada um “levar o Evangelho às pessoas com
43
quem se encontra, porque o anúncio do Evangelho, Jesus Cristo,
é o anúncio essencial, o mais belo, mais importante, mais
atraente e, ao mesmo tempo, o mais necessário” (EG 127).
Como discípulos missionários, devemos entrar decididamente
com todas as forças nos processos constantes de renovação
missionária, pois, hoje, cada terra e cada dimensão humana
são terra de missão à espera do anúncio do Evangelho.
Viver a Missão
6. O Papa Francisco indica quatro dimensões para prepararmos
e vivermos o Mês Missionário Extraordinário de outubro
de 2019:
Encontro pessoal com Jesus Cristo vivo na sua Igreja: Eucaristia,
Palavra de Deus, oração pessoal e comunitária.
Testemunho: os santos, os mártires da missão e os confessores
da fé, que são expressão das Igrejas espalhadas pelo mundo.
Formação: bíblica, catequética, espiritual e teológica sobre a
missão.
Caridade missionária: ajuda material para o imenso trabalho
da evangelização e da formação cristã nas Igrejas mais necessitadas.
Estas dimensões de oração, reflexão e ação propostas pelo
Santo Padre, assim como o tema do Dia Mundial das Missões
em 2019 – “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão
no mundo” – estarão presentes nas várias iniciativas diocesanas
ao longo de todo o Ano Missionário, sempre centrados na
Palavra e na Eucaristia: “partilhar a Palavra e celebrar juntos
a Eucaristia torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando
pouco a pouco em comunidade santa e missionária” .
7. A missão dada por Jesus aos seus discípulos é impressionante:
uma missão ampla “por todo o mundo” (Mc 16,15), “a
todas as gentes” (Mt 28,19), eficaz nos “sinais” que a acom44
panham (Mc 16,17), profunda e alegre, que só pode realizarse
desde a experiência do Ressuscitado e a sua colaboração
confirmada (Mc 16,20). Do encontro com a Pessoa de Jesus
Cristo nasce a Missão que não se baseia em ideias nem em
territórios, mas “parte do coração” e dirige-se ao coração, uma
vez que são “os corações os verdadeiros destinatários da atividade
missionária do Povo de Deus” .
8. As iniciativas e atividades de cooperação missionária são
dirigidas e coordenadas em toda a parte, por mandato do
Sumo Pontífice, pela Congregação para a Evangelização dos
Povos. Contudo, cabe às Igrejas locais, quer a nível nacional,
através das Comissões Episcopais das Missões, quer a nível
diocesano, na pessoa do próprio Bispo, tarefas semelhantes.
A Congregação para a Evangelização dos Povos serve-se, em
cada país, das quatro Obras Missionárias Pontifícias (OMP)
[Propagação da Fé, Infância Missionária, São Pedro Apóstolo,
União Missionária], que sendo as Obras do Papa, são-no
também do Episcopado e de todo o Povo de Deus, devendo
dar-se-lhes, com todo o direito, o primeiro lugar.
É por isso que apelamos uma vez mais para que em todas
as nossas dioceses surjam “Centros Missionários Diocesanos
(CMD) e Grupos Missionários Paroquiais (GMP), laboratórios
missionários, células paroquiais de evangelização que,
em consonância com as OMP e os Centros de animação missionária
dos Institutos Missionários, possam fazer com que a
missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral
e da vida cristã” , que nos animem a ter a coragem de alcançar
todas as periferias que precisam da luz do Evangelho, numa
missão total que deve envolver Todos, Tudo e Sempre.
Renovação missionária
9. Ao longo deste Ano Missionário, de outubro de 2018 a
45
outubro de 2019, façamos todos – bispos, padres, diáconos,
consagrados e consagradas, adultos, jovens, adolescentes,
crianças – a experiência da missão. Sair. Irmos até uma outra
paróquia, uma outra diocese, um outro país em missão, para
sentirmos que somos chamados por vocação a sermos universais,
ou seja, a termos responsabilidade não só sobre a nossa
comunidade, mas sobre o mundo inteiro.
Paulo VI interpela-nos a “conservar o fervor do espírito e a
suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando
for preciso semear com lágrimas… É que o mundo do nosso
tempo que procura, ora na angústia, ora com esperança, quer
receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes
e desencorajados, impacientes ou ansiosos, mas sim de discípulos
missionários do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois
foram quem recebeu primeiro em si a alegria de Cristo, e são
aqueles que aceitaram arriscar a sua própria vida para que o
reino seja anunciado e a Igreja seja implantada no meio do
mundo” .
Não esqueçamos as novas gerações e o mundo dos jovens, que
nos chamam a construir uma pastoral missionária “para” e “a
partir” dos jovens. No contacto direto com eles, com as suas
esperanças e frustrações, anseios e contradições, tristezas e
alegrias, anunciemos as boas notícias da parte de Deus. Nesse
contacto, à imagem do Senhor Jesus, “o missionário não se irrita,
não desanima, não despreza nem trata com dureza… mas
a todos procura atrair com bondade até aos braços de Cristo, o
Bom Pastor” (MI 43).
10. Que este Ano Missionário se torne uma ocasião de graça,
intensa e fecunda, de modo que desperte o entusiasmo missionário.
E que este jamais nos seja roubado! Nesse entusiasmo,
a formação missionária deve perpassar toda a nossa catequese
e as escolas de leigos, e ser inserida nos currículos dos Seminários
e das Faculdades de Teologia.
46
Celebremos este Ano Missionário “sob a proteção de Maria,
para que sejamos no mundo sentinelas da madrugada que sabem
contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele
que brilhou na Páscoa, e descobrir novamente o rosto jovem
e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora,
livre, fiel, pobre de meios e rica no amor” .
Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa
para o Ano Missionário e o Mês Missionário Extraordinário
47
Comunicado do Conselho Presbiteral 2019
A 44ª Sessão plenária do Conselho Presbiteral da Diocese de
Angra decorreu entre os dias 7 e 9 de Maio de 2019, Ano
Missionário, no Palácio de Santa Catarina, em Angra do Heroísmo,
presidida pelo Bispo Diocesano, Senhor Dom João
Evangelista Pimentel Lavrador.
1. O Prelado Diocesano começou por afirmar a importância do
Conselho Presbiteral e do Presbitério assim como a comunhão
no mesmo, bem como referiu os temas desta sessão, a saber:
A Formação Cristã, a Sinodalidade e a Revisão dos Estatutos
do Conselho Presbiteral.
2. O Conselho reflectiu sobre os temas acima indicados:
a) Formação Cristã: Foi feita a avaliação à aplicação
do itinerário formativo na Diocese em 2018/2019, no que diz
respeito à formação dos presbíteros, à formação básica nos
Conselhos Pastorais assim como a coordenação formativa dos
Serviços Pastorais e movimentos eclesiais.
Apresentada a síntese desta avaliação, feita por Ouvidorias,
os resultados obtidos foram considerados positivos. Depois
de um trabalho realizado em grupos por Vigararias Episcopais
apontou-se para a necessidade de um plano abrangente e integrado
de formação para todos os presbíteros, tendo sido indicada
a equipa da Vigararia para a Formação como a instância
a realizar o referido plano.
Insistiu-se na necessidade de, nos Conselhos Pastorais Paroquiais,
haver uma componente formativa e na consolidação
das Escolas de Formação Cristã das Ouvidorias, recentemente
criadas, como instâncias que na base farão a implementação e
a coordenação da pastoral e da formação.
Na preparação laical formulou-se a necessidade de uma formação
mais exigente e sistemática que habilite leigos como
“Formadores de Formadores.”
A coordenação dos Serviços Pastorais e dos Movimentos Ecle48
siais feita a nível central deve ter também uma coordenação
em toda a Diocese realizada na articulação entre as Ouvidorias,
Vigararias Episcopais territoriais e a Vigararia Episcopal
da Formação.
b) Sinodalidade diocesana: Foram consideradas as
respostas para esta Assembleia Plenária acerca da presença,
participação e corresponsabilidade dos presbíteros num Sínodo
Diocesano.
Neste contexto, assentou-se na seguinte orientação:
Em ordem a uma assembleia sinodal, a realizar em tempo
oportuno, e dentro do caminho que segue a Igreja por todo o
mundo, decidiu-se que no próximo ano entraremos num dinamismo
pastoral que se concretizará numa atitude de ver e
escutar a realidade do mundo dos Açores do ponto de vista
social, cultural e eclesial através de meios, instrumentos e instâncias
que oportunamente serão indicados, envolvendo também
o Conselho Presbiteral e o Conselho Pastoral Diocesano,
por si ou em conjunto.
Foi também assumido que se comece a preparar desde já o jubileu
dos 500 anos da fundação da nossa Diocese que ocorre em 2034.
c) Revisão dos Estatutos do Conselho Presbiteral Diocesano:
Foi considerada a proposta de revisão dos actuais estatutos
do Conselho Presbiteral, a qual depois de votada foi
aprovada por unanimidade.
3. O Conselho, neste ano missionário, sente por um lado a
urgência da evangelização nas nossas ilhas assumindo as realidades
da vida de um mundo em mudança e, por outro, a urgência
da necessidade da transmissão da fé às novas gerações
seguindo a orientação e dinamismo do recente documento do
Santo Padre “Cristo Vive”, na sequência do último Sínodo.
Angra do Heroísmo, 9 de Maio de 2019
49
Vigararia Episcopal para a Formação (2019)
A Equipa da Vigararia Episcopal para a Formação Cristã do
Povo de Deus, à qual se agregou o Secretariado Permanente
do Conselho Pastoral Diocesano, reuniu-se na Cúria da Diocese
de Angra no dia 12 de Junho de 2019.
Tendo em conta as conclusões do Conselho Presbiteral Diocesano,
foram delineadas as seguintes estratégias de acção:
1. Serão elaborados três temas de reflexão destinados à formação
dos presbíteros, à semelhança do que ocorreu no ano
passado. Os mesmos temas deverão também integrar os programas
da formação das Escolas de Formação Cristã das Ouvidorias.
Os tópicos de reflexão serão os seguintes:
a) A teologia da sinodalidade;
b) Os sinais dos tempos;
c) A beleza de caminharmos juntos
2. Cumprindo as disposições da última sessão do Conselho
Presbiteral, será feito o retrato sociológico da diocese. Para
tal, serão aproveitados os estudos já realizados em diversos
âmbitos, bem como os relatórios das visitas pastorais. Em
tempo oportuno, hão-de ser escolhidos especialistas abalizados
para a realização deste trabalho.
3. Por fim, serão lançados três temas destinados à formação
e reflexão de todos os diocesanos, particularmente daqueles
que integram os Conselhos Pastorais, Serviços Diocesanos,
movimentos e grupos. Há que deixar claro que estes mesmos
elementos formativos são abertos a todo o Povo de Deus. Os
temas serão os seguintes:
a)A realidade da sociedade;
b)A realidade da cultura;
c)A realidade da Igreja.
Tendo em vista a sensibilização de todos os fiéis para a caminhada
sinodal, serão disponibilizados pelo Serviço Diocesano
de Liturgia alguns subsídios para serem utilizados nas cele50
brações litúrgicas e nas demais formas de oração.
4. Foi sugerido por esta equipa que o lema da caminhada sinodal
fosse o seguinte: “A beleza de caminharmos juntos em
Cristo.” Tal proposta será analisada e discutida pelas instâncias
diocesanas competentes.
Angra do Heroísmo, 12 de Junho de 2019
51
OS SINAIS DOS TEMPOS
NA CONSTITUIÇÃO PASTORAL
GAUDIUM ET SPES
Uma Teologia da História
Introdução
No comunicado final do último Conselho Presbiteral, pede-se
uma caminhada sinodal para toda a nossa Igreja diocesana,
numa dinâmica pastoral que se concretizará numa atitude de
ver e de escutar a realidade dos Açores, do ponto de vista social,
cultural e eclesial. Será nessa atitude de ver e de escutar
que precisamos de uma «chave» teológica que nos ajude a
discernir nos sinais dos tempos, o que o «Espírito diz à Igreja
», que está implantada nestas ilhas há mais de quatrocentos
anos.
A expressão sinais dos tempos entrou oficialmente na linguagem
do Magistério a partir do Papa João XXIII e é consagrada
como categoria teológica na Constituição Pastoral Gaudium
et Spes. Neste documento conciliar os sinais dos tempos designam
a manifestação de valores evangélicos a operar dentro
dos movimentos da história, aspirações e desejos do homem
contemporâneo que, pelas suas características, parecem atestar
a presença do Reino de Deus já em realização no mundo.
A descoberta e a interpretação destes sinais à luz do Evangelho,
constitui uma Teologia da História, porque na perspectiva
judaico cristã a salvação realiza-se em favor da pessoa humana
situada no tempo, com uma existência histórica.
No entanto, os sinais dos tempos, como qualquer outra realidade
humana estão sujeitos a ambiguidades e, por isso «é
dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos
e interpretá-los à luz do Evangelho, para que assim possa
responder, de modo adaptado em cada geração, às eternas
perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e da
52
futura e da relação entre ambas» (GS nº 4).
Vou procurar, através de um pequeno trabalho de reflexão, baseado
no estudo da Constituição Pastoral Gaudium et Spes do
Concílio Ecuménico Vaticano II, apresentar: 1º Os sinais dos
tempos na Constituição Gaudium et Spes, 2º Os sinais dos
tempos como Teologia da História e 3º O discernimento e a
interpretação dos sinais dos tempos à luz da fé.
I Os Sinais dos Tempos na Constituição Gaudium et Spes
Os sinais dos tempos como sinais históricos têm uma contextura
original e um alcance diferente dos sinais naturais e
convencionais. Como sinais históricos tem importância não
apenas, nem sobretudo pelos acontecimentos em si, mas a tomada
de consciência que provocam, captando as energias e as
esperanças de um grupo humano. Como afirmava Chenu, no
seu livro «Sinais dos tempos, in a Igreja e o mundo de hoje –
Gaudium et Spes – comentários, pensamento e vida»: «os sinais
dos tempos, são fenómenos generalizados que englobam
toda uma série de actividades e exprimem as necessidades e
as aspirações da humanidade presente».
A Constituição Gaudium et Spes desde os números quatro a
dez, faz uma análise ao mundo moderno, marcado por uma
profunda transformação cultural, social e económica provocada
pelo progresso. Esta transformação não se faz sem perplexidade
e leva a contradições trágicas. No entanto, a Igreja
reconhece que, no seio da história do mundo em transformação
rápida e profunda, existem fenómenos generalizados que
exprimem as aspirações da humanidade do nosso tempo – os
sinais dos tempos.
Assim: «A insistência com que muitos reivindicam aqueles
bens de que, com uma consciência muito viva se julgam privados
por injustiça ou por desigual distribuição. As nações
em vias de desenvolvimento e as de recente independência
desejam participar dos bens da civilização não só no campo
53
político, mas também no económico e aspiram a desempenhar
livremente o seu papel no plano mundial. Os povos oprimidos
pela fome, interpelam os povos mais ricos. As mulheres
reivindicam para si, onde ainda não a alcançaram, igualdade
de direito e de facto com os homens. Os operários e camponeses
querem não apenas ganhar o necessário para viver, mas
desenvolver, graças ao trabalho, as próprias qualidades; mais
ainda, querem participar na organização da vida económica,
social, política e cultural. Pela primeira vez na história dos
homens, todos os povos têm já a convicção de que os bens
da cultura podem e devem estender-se efectivamente a todos.
Subjacente a todas estas exigências, esconde-se porém, uma
aspiração mais profunda e universal: as pessoas e os grupos
anseiam por uma vida plena e livre, digna do homem, pondo
ao próprio serviço tudo o quanto o mundo de hoje lhes pode
proporcionar em tanta abundância. E as nações fazem esforços
cada vez maiores para chegar a uma certa comunidade
universal» (GS nº9).
Estes fenómenos específicos apresentados pela Gaudium et
Spes, pelas suas características parecem atestar a presença de
Deus no mundo e podem ser identificados como sinais dois
tempos. Ao longo do documento conciliar eles serão iluminados
pela doutrina cristã, decalcada na Sagrada Escritura: a
doutrina da criação e da dignidade da pessoa humana, do pecado
e da redenção ou da recapitulação de todas as coisas em
Cristo. Na perspectiva dos padres conciliares, todos estes sinais
remetem-nos como que intuitivamente para Deus e criam
consenso universal.
II Os sinais dos tempos como teologia da história
Na Constituição Gaudium et Spes, os sinais dos tempos são
considerados como categoria teológica – Teologia da História,
porque o cristianismo é considerado como economia da salvação
que se realiza na história, em favor da pessoa humana
54
situada no tempo. A própria Igreja, Povo de Deus caminha
para a salvação na história temporal e essa peregrinação inclui,
necessariamente, sinais.
Por isso, para a compreensão teológica dos sinais dos tempos,
há duas realidades que são fundamentais: o ser humano
como sujeito da salvação e a salvação realizada na história. É
na sua qualidade de ser histórico que o homem unifica a sua
existência ao ritmo do tempo, vencendo o medo que o divide,
tomando consciência da sua dignidade e responsabilidade, da
sua natureza social e comunitária e vai dominando o universo.
Numa palavra, é no tempo que ele existe verdadeiramente
como ser humano, através de actos e de opções que exprimem
a sua liberdade pessoal. Como afirmava D. José Policarpo, no
seu livro Sinais dos Tempos - Génese Histórica e Interpretação
Teológica: «O ser humano está situado entre um início
que lhe é dado e que tende a desabrochar num fim que será
a sua natureza completamente realizada e que se constrói dia
a dia, no seu presente livre». E, continua o mesmo autor, na
citada obra: «O tempo e a história aparecem-nos assim como
o condicionalismo a que tem de estar necessariamente ligada
toda a acção salvífica de Deus (…) Toda a Bíblia nos testemunha
que Deus se serve do tempo para se revelar e para salvar.
(…) É da caminhada histórica da Igreja para a salvação que
surge a possibilidade de sinais históricos que sejam também
sinais salvíficos: os sinais dos tempos em sentido teológico.
(…) A própria expressão sinais dos tempos é especialmente
sugestiva desta historicidade».
A doutrina da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, ao partir
dos sinais dos tempos, é uma Teologia da História, dado
que tem subjacente uma teologia das realidades terrestres, salvas
em Jesus Cristo e por Jesus Cristo, pois que n`Ele tudo foi
recapitulado. Em Cristo, a Igreja é arrastada neste dinamismo
de recapitulação. Ela deve preparar, significar anunciar e
apressar a última e definitiva consequência da recapitulação
55
pascal: «A Igreja tem diante dos olhos o mundo dos homens,
ou seja a inteira família humana, com todas as realidades, no
meio das quais vive; um mundo que é teatro da história humana,
marcado pelo seu engenho, pelas suas derrotas e vitórias;
mundo que os cristãos acreditam ser criado e conservado pelo
amor do Criador; caído sem dúvida sob a escravidão do pecado
mas libertado pela Cruz e Ressurreição de Cristo, vencedor
do poder do maligno; mundo, finalmente, destinado, segundo
o desígnio de Deus, a ser transformado e a alcançar a própria
realização» (GS 2).
III O Discernimento e a Interpretação dos Sinais dos Tempos
à luz do Evangelho
«Para levar a cabo a missão de salvação é dever da Igreja investigar
os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho
» (GS 4).
Para além deste parágrafo do nº 4 da Gaudium et Spes, existem
na mesma Constituição Pastoral dois outros textos que apelam
à responsabilidade geral do Povo de Deus nesse discernimento
e interpretação (cf. GS 11) e com especial responsabilidade,
os Pastores e os Teólogos (cf. GS 44).
A partir destes textos vemos, claramente, que a Igreja vivendo
inserida na história deve saber ler evangelicamente os acontecimentos
que possuem uma determinada orientação e que,
na sua essência, revelam um progresso histórico, humano e
eclesial. Sendo serva da Palavra, a Igreja tem a responsabilidade
de ser mediadora na história, ajudando-a a descobrir no
seu próprio seio, os sinais salvíficos de Deus e a orientar-se
para Ele.
No entanto, esta tarefa de discernir e interpretar os sinais dos
tempos, à luz da fé, não é fácil. Graça e pecado existem par a
par na construção da história humana. Portanto, a interpretação
dos sinais dos tempos à luz da fé, não consta só em ver os
sinais positivos, mas a interpretação inclui um discernimento
56
do que é valor e do que é mal, pecado. A ambiguidade dos
valores humanos e da história está bem patente sobretudo no
nº 4 da Constituição Gaudium et Spes. Aqui verificamos como
os mais belos valores humanos têm sempre o seu reverso. Tal
como na parábola evangélica de Mt 13, 24-30, neste imenso
campo que é o mundo, misturam-se o trigo e o joio.
Mas, o discernimento e a interpretação dos sinais dos tempos
supõe o conhecimento profundo de Deus e dos seus desígnios
de salvação, próprio dos profetas. O profeta é alguém que
está possuído pela transcendência divina e, em confronto com
os acontecimentos da história, descobre essa transcendência
oculta. É aquele que tem uma intuição profunda do dinamismo
e exigência dos sinais salvíficos de Deus, no tempo, na
história. Assim, ele está alerta para reconhecer tudo o que possa
ser passagem ou presença de Deus na história, no mundo.
Por isso, na oração e na prática da caridade, na familiaridade
com Deus e na união fraterna com todos, o profeta reconhecerá
nos fenómenos e acontecimentos históricos, nos sinais dos
tempos, os desígnios salvíficos de Deus sobre a humanidade
e sobre o mundo. É, sobretudo, na dinâmica celebrativa da
Eucaristia que a Palavra e os sinais proféticos tomam o seu
verdadeiro peso e alcance, como afirmava D. José Policarpo
na sua obra já citada anteriormente: «É nessas reuniões que a
comunidade aprofunda vitalmente o mistério da morte e ressurreição
de Cristo, encontrando a resposta para os problemas,
circunstâncias e acontecimentos da hora que vive. É aí
que o Povo participa verdadeiramente da função profética de
Cristo. Há assim no Povo de Deus uma relação entre Liturgia
e interpretação profética dos sinais dos tempos».
Pistas possíveis para uma reflexão
1. A partir da reflexão sociológica, cultural e eclesial sobre a
realidade açoriana, que sinais dos tempos descobrimos, que nos
ajudam a ver a passagem de Deus pela nossa história actual?
57
2. Nesta caminhada sinodal, que toda a Igreja diocesana é
convidada a percorrer, que temas achamos mais urgentes a
serem refletidos por todos, em ordem a uma resposta pastoral
eficiente e actual?
3. Que caminhos percorrer, para na oração e na caridade fraterna,
podermos numa atitude profética, discernir e interpretar
os sinais dos tempos, à luz da fé?
Observação: Esta reflexão orientada para os presbíteros e
para grupos de leigos integrados ou não na vida eclesial das
nossas comunidades, exige a leitura da Constituição Pastoral
Gaudium et Spes, da sua actualização num contexto histórico
já diferente da década de sessenta do século passado, em que
foi publicada. Os encontros com os leigos exigirão sempre a
presença de alguém que tenha estudado teologia e pastoral.
Como padres, a nossa função principal é formar leigos. Este é
um grande défice na nossa Igreja local.
Algumas obras teológico-pastorais que podem ajudar no nosso
estudo:
- J. TILLARD, «Teologia Subjacente à Constituição: a Igreja e
os valores terrestres», in Comentários em torno da Constituição
Gaudium et Spes do Vat. II, obra colectiva dirigida por G.
BARAUNA, Ed. Vozes, Petrópolis, 1967
- J. DA CRUZ POLICARPO, «Sinais dos Tempos – Génese
Histórica e Interpretação Teológica», Sampedro, Lisboa,1971
- M. D. CHENU, «A Igreja no mundo de hoje – GS. Comentários,
pensamentos e vida», Sampedro, Lisboa, 1969
- CASIANO FLORISTÁN, «Vaticano II, um Concílio Pastoral
», Ed Paulistas, Lisboa, 1990
- RICHARD R. GAILLARDETZ, CHATERINE E. CLIFFORD,
«As Chaves do Concílio – À descoberta do Vaticano II», Paulinas,
Lisboa, 2012
P. Ângelo de Freitas Valadão Eduardo
58
Para uma teologia da sinodalidade
Introdução
Vivemos um tempo em que tudo parece ter a ver connosco:
uma casa comum onde habitamos (Laudato Si), a natureza e a
criação, a mesma condição humana e digna de filhos de Deus,
a globalização para o melhor ou pior, o aquecimento global,
o mar, a água, a poluição, a pobreza, a comunidade europeia,
um país com uma história, língua e identidade próprias, uma
democracia, uma região autónoma ainda sem meio século de
sedimentação, uma Diocese com quase cinco séculos cumpridos,
imensos fatores de conjunto, homogeneidade, comunicação,
mobilidade, alegrias e problemas que nos fazem caminhar
juntos e como que abraçados, como quem vai em marcha, seja
por convicção, seja por necessidade. Ora, a dinâmica sinodal
tem este horizonte de fundo comum.
1. O tempo da sinodalidade na Escritura e Hoje
"Sínodo" é uma palavra antiga muito venerada pela Tradição
da Igreja composta pela preposição σύν, e o substantivo óδός,
indica o caminho que os membros do Povo de Deus percorrem
juntos. Remete ao Senhor Jesus que Se apresenta como "o
Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6), e ao facto de que os
cristãos, seus seguidores, serem originalmente chamados "os
discípulos do caminho” (cf. Act. 9,2; 19,9.23; 22,4, 24,14.22).
«Os Atos dos Apóstolos testemunham que a sinodalidade foi
percorrida pela Igreja nascente já para reconstituir o grupo
dos Doze, mutilado após a traição de Judas. Depois fez-se um
caminho sinodal para resolver o conflito entre judeus e helenistas
na repartição e partilha dos bens, e o mesmo aconteceu
perante a ameaça de um cisma na comunidade cristã entre
missionários evangelizadores dos pagãos e a comunidade dos
judeo-cristãos de Jerusalém» (E. Bianchi).
59
Na língua grega usada na Igreja aplica-se o termo aos discípulos
de Jesus convocados em assembleia, e em alguns casos é
sinónimo de comunidade eclesial. São João Crisóstomo, por
exemplo, escreve que a Igreja é o "nome que indica caminhar
juntos”. Com um significado específico, desde os primeiros
séculos designam-se pela palavra "sínodo" assembleias reunidas
a vários níveis (também diocesano) para discernir, à luz
da Palavra de Deus, e escutando o Espírito Santo, as questões
doutrinais, litúrgicas, canónicas e pastorais que se vão apresentando
histórica e periodicamente.
Na literatura teológica e pastoral das últimas décadas, tornouse
comum o uso de um substantivo derivado do termo, ou
seja, "sinodalidade", correlativo ao adjetivo "sinodal" e derivado
da palavra "sínodo". Fala-se assim da sinodalidade
como a "dimensão constitutiva" da Igreja ou simplesmente da
"Igreja sinodal". Esta nova linguagem testemunha uma aquisição
que vem amadurecendo na consciência eclesial a partir
do magistério do Concílio Vaticano II e da experiência vivida
nas Igrejas locais até hoje.
2. A sinodalidade na Tradição e na História Local
A sinodalidade, neste contexto eclesiológico do Vaticano II,
indica o modo específico de viver e trabalhar (modus vivendi
et operandi) da Igreja Povo de Deus que manifesta e realiza de
maneira concreta a sua comunhão na caminhada em conjunto,
no encontro em assembleia e na participação ativa de todos os
seus membros na missão evangelizadora.
De acordo com o ensinamento da Lumen Gentium, o Papa
Francisco destaca que a sinodalidade "oferece a estrutura interpretativa
mais adequada para a compreensão do ministério
hierárquico" e, com base na doutrina do sensus fidei fidelium,
todos os membros da Igreja são sujeitos ativos da evangeli60
zação. Daqui resulta que a definição de uma Igreja sinodal é
a premissa indispensável para um novo impulso missionário
que envolve todo o Povo de Deus.
Já o concílio de Trento estabeleceu a norma de que periodicamente
se celebrariam sínodos diocesanos. Recorde-se que
os «sínodos tridentinos», não tinham como objeto suscitar a
coresponsabilidade ativa de todo o Povo de Deus, mas transmitir
e pôr em prática normas e disposições para contribuir
para o impulso da reforma em toda a Igreja, chegando-se a
identificar os pastores com a Igreja docente e o resto do Povo
de Deus com a Igreja discente. É com este fundo que podemos
ler as «Constituições Sinodais do Bispado d’Angra feitas
pelo Exmº. e Revmº. Sr. Bispo D. Jorge de Santiago e aprovadas
em Sínodo Episcopal celebrado na Sé Catedral no ano
de 1559».
Na aplicação do concílio Vaticano II (1965) nos Açores, temos
experiencias de marca sinodal como sejam o Conselho Presbiteral
(1967), com 44 sessões plenárias realizadas, o Conselho
Diocesano de Leigos (1981), o Congresso Diocesano de
Leigos (1992), 25 programas/orientações diocesanas de pastoral
de conjunto (1994) e o Conselho Diocesano de Pastoral
(2000), com 13 sessões plenárias cumpridas.
3. Para uma teologia da sinodalidade
A Comissão Teológica Internacional, vendo a importância
desta dinâmica nas Igrejas Locais, publicou recentemente um
estudo sobre «A sinodalidade na vida e na missão da Igreja»
(2.3.2018), onde nos inspiramos. A sinodalidade manifesta
o carater peregrino da Igreja e é a expressão da eclesiologia
de comunhão. Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa
e corresponsável. No exercício da sinodalidade a Igreja está
chamada a articular a participação de todos, segundo a vo61
cação de cada um, com a autoridade conferida por Cristo ao
Colégio dos Bispos. Assim, a consulta e a autoridade são elementos
correlativos na construção do sínodo.
Na Igreja sinodal toda a comunidade, na rica e livre diversidade
dos seus membros é convocada para rezar, escutar, analisar,
dialogar, discernir e aconselhar para que se tomem as
decisões pastorais mais conformes com a vontade de Deus.
Para formular as próprias decisões os Pastores devem escutar
com atenção os desejos (vota) dos fiéis. Na diocese, há um
processo para elaborar uma decisão, mediante um trabalho comum
de discernimento, consulta e cooperação. A elaboração
é uma competência sinodal, a decisão é uma responsabilidade
ministerial. O método sinodal corresponde a três verbos: escutar,
discernir e escolher.
A sinodalidade designa o estilo peculiar que qualifica a vida e a
missão da Igreja expressando a sua natureza como o caminhar
juntos e reunir-se em assembleia do povo de Deus convocado
pelo Senhor Jesus no poder do Espírito Santo para proclamar
a Evangelho. Também se manifesta na liturgia. Esta também é
sinodal. Deve ser expresso no modo comum de viver e trabalhar
da Igreja. Este modus vivendi et operandi é feito através
da comunidade na escuta da Palavra e na celebração da Eucaristia,
na fraternidade de comunhão e co-responsabilidade
e participação de todo o Povo de Deus, nos seus diferentes
níveis e na distinção dos diversos ministérios e papéis, na sua
vida e missão.
4. Um tempo para a escuta
Num recente texto «O futuro da Igreja está na sinodalidade»
(15.05.19), o monge Enzo Bianchi ensina-nos que, se no princípio
era o Verbo, também no início está a escuta: «escuta
da Igreja, escuta na Igreja, escuta do mundo entendido como
62
humanidade. Emergem sempre necessidades, desafios, crises,
conflitos que devem em primeiro lugar ser lidos e escutados,
não negligenciados nem removidos. Todo o povo de Deus
deve exercitar esta vigilância e estar à escuta. (…) Trata-se,
por isso, de saber ler e escutar a realidade com os seus inesperados
níveis de crítica. Escutar torna-se, consequentemente,
escutar-se um ao outro, na vontade de aprender algo do outro
e acolherem-se reciprocamente: a escuta de todos, membros
fortes ou frágeis, justos ou pecadores, inteligentes ou simples,
judeus ou gregos, homens ou mulheres, é uma confissão prática
e uma celebração da unidade dos batizados em Cristo».
E continua Bianchi: o caminho sinodal «é o caminho desta
realidade que quer percorrer o mesmo caminho, permanecer
unida numa comunhão real, para chegar à mesma meta: o reino
de Deus. Tomar a palavra é por isso essencial na vida da
Igreja, porque significa comunicar, entrar num debate, num
diálogo que plasma quantos se escutam reciprocamente, e cria
neles solidariedade e corresponsabilidade. Assim a sinodalidade
é geradora de uma consciência eclesial, de uma fé pensada
e motivada que torna todo o batizado protagonista da vida e da
missão da Igreja. Nesta escuta “horizontal” deve estar sempre
presente a escuta do Evangelho, daquilo «que o Espírito diz
às Igrejas». (…) Em todo o caso, é verdade que este primeiro
passo da escuta recíproca e da tomada da palavra é hoje mais
difícil e árduo, porque a sinodalidade requer obediência ao
Evangelho, pertença eclesial, formação contínua, disponibilidade
para a mudança e para a criatividade».
5. A conversão para uma sinodalidade renovada
A sinodalidade está ordenada a animar a vida e a missão evangelizadora
da Igreja, em união com e sob a orientação do Senhor
Jesus que prometeu: "Onde dois ou três estiverem reunidos
em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mt 18, 20).
63
Aceitar entrar em dinâmica sinodal implica a formação para a
espiritualidade da comunhão e a prática da escuta, do diálogo
e do discernimento comunitário; a relevância para o caminho
ecuménico e para uma diaconia profética na construção de um
ethos social fraterno, solidário e inclusivo.
O grande desafio para a conversão pastoral que hoje se apresenta
à vida da Igreja é intensificar a colaboração mútua de
todos no testemunho evangelizador, a partir dos dons e dos
papéis de cada um, sem clericalizar os leigos nem secularizar
os clérigos, evitando em todo caso a tentação de "um clericalismo
excessivo que mantém os fiéis leigos à margem das
decisões" (EG 102).
A conversão pastoral para a implementação da sinodalidade
exige que alguns paradigmas sejam superados, tal como
a concentração da responsabilidade da missão no ministério
dos Pastores; a insuficiente valorização da vida consagrada
e dos dons carismáticos; a escassa avaliação da contribuição
específica qualificada, na sua esfera de competência, dos fiéis
leigos, e entre eles, das mulheres.
O diálogo sinodal tem valor tanto no falar como no escutar.
Não se trata de um debate em que um interlocutor procura
impor aos outros ou refutar as suas posições com argumentos
fortes, mas para expressar com respeito o quanto, em consciência,
se percebe que foi sugerido pelo Espírito Santo como
útil em vista do discernimento comunitário, ao mesmo tempo
que aberto a quanto, nas posições dos outros, é sugerido pelo
mesmo Espírito "para o bem comum" (1Cor 12,7).
O discernimento da comunidade envolve a escuta atenta e corajosa
dos "gemidos do Espírito" (Rm 8,26), que fazem o seu
caminho através do grito, explícito ou mudo, que vem do Povo
64
de Deus. Os discípulos de Cristo devem ser contemplativos da
Palavra e também contemplativos do povo. O discernimento
deve ser realizado num espaço de oração, meditação, reflexão
e estudo necessário para ouvir a voz do Espírito; através de
um diálogo sincero, sereno e objetivo com os irmãos e irmãs,
atendendo às reais experiências e problemas de cada comunidade
e de cada situação.
Conclusão
"Caminhar juntos", ensina o Papa Francisco, "é o caminho
constitutivo da Igreja; a figura que nos permite interpretar a
realidade com os olhos e o coração de Deus; a condição de
seguir o Senhor Jesus e ser servos da vida neste tempo ferido.
A respiração e o passo sinodal revelam o que somos e o dinamismo
da comunhão que anima as nossas decisões. Somente
neste horizonte podemos verdadeiramente renovar o nosso
cuidado pastoral e adaptá-lo à missão da Igreja no mundo de
hoje”.
O que se pede ao Povo de Deus no caminho sinodal é a confiança,
a franqueza e coragem para entrar na amplitude do horizonte
de Deus para "garantir que no mundo há um sacramento
de unidade e, portanto, a humanidade não está destinada ao
extravio ou à destruição. A experiência vivida e perseverante
da sinodalidade é para o Povo de Deus fonte de alegria prometida
por Jesus, fermento de vida nova, plataforma de lançamento
para uma nova fase de compromisso missionário.
Maria, Mãe de Deus e da Igreja, que "com os discípulos invocou
o Espírito Santo” (Act.1,14), e assim tornou possível
a expansão missionária, que ocorreu no dia de Pentecostes,
acompanhe a caminhada sinodal do Povo de Deus nos Açores,
indicando o percurso, a meta e o destino, e ensinando um
estilo formoso desta nova etapa da evangelização.
65
Questões para reflexão:
1 - Que atitudes pessoais e dinâmicas comunitárias devemos
adotar ou adquirir no processo de conversão pessoal e pastoral
que somos chamados a fazer em Igreja neste tempo?
2 - Seguindo o método de escutar, discernir e escolher, que aspetos
ou situações do Mundo e da Igreja podemos traduzir em
apelos, gritos ou prioridades para a transformação da nossa
realidade cultural, social e eclesial?
P. Hélder Fonseca Mendes
66
A beleza de caminharmos juntos
Não é possível estar ao serviço da comunhão na comunidade
cristã sem se exercitar continuamente a arte da comunhão
dentro do presbitério. Esta baseia-se na colegialidade, mas
especialmente partindo de uma lógica de sinodalidade, caminhando
juntos (syn-odós) na história. Caminhar juntos é o
nosso desafio, a nossa dificuldade maior, mas também a nossa
maior beleza. Caminhar juntos como cristãos, caminhar juntos
leigos e ordenados, presbíteros e bispo... Só uma Igreja
sinodal será uma autêntica comunhão à imagem da comunhão
divina trinitária, na qual a unidade e a diferença não são contraditórias,
mas essenciais. Perspetivando uma autêntica espiritualidade
de comunhão, é também necessário chegar a ver o
outro como um “dom de Deus para mim”. Rejeitando toda a
lógica individualista, dever-se-ia chegar a dizer: “Vede como
eles se amam”.
1. Fundamentação Bíblica
Atos 11, 19-26
Fundação da Igreja de Antioquia - 19 Entretanto, os que se
tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada por
causa de Estêvão, adiantaram-se até à Fenícia, Chipre e Antioquia,
mas não anunciavam a palavra senão aos judeus. 20
Houve, porém, alguns deles, homens de Chipre e Cirene que,
chegando a Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando-
lhes a Boa-Nova do Senhor Jesus. 21 A mão do Senhor
estava com eles e grande foi o número dos que abraçaram a fé
e se converteram ao Senhor. 22 A notícia chegou aos ouvidos
da igreja de Jerusalém, e mandaram Barnabé a Antioquia. 23
Assim que ele chegou e viu a graça concedida por Deus, regozijou-
se com isso e exortou-os a todos a que se conservassem
unidos ao Senhor, de coração firme; 24 ele era um homem
bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Assim, uma grande mul67
tidão aderiu ao Senhor. 25 Então, Barnabé foi a Tarso procurar
Saulo. 26 Encontrou-o e levou-o para Antioquia. Durante
um ano inteiro, mantiveram-se juntos nesta igreja e ensinaram
muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos
começaram a ser tratados pelo nome de «cristãos.»
O nosso texto mostra-nos o papel de Barnabé como elo de
união entre a igreja mãe de Jerusalém e a comunidade de Antioquia.
Apresentou Paulo às comunidades de Jerusalém e de
Antioquia garantindo a conversão à fé cristã daquele que todos
conheciam e temiam como terrível perseguidor. Fê-lo seu
companheiro de missão, apesar de se separarem mais tarde.
A História de Barnabé e Paulo é paradigma de cada discípulo
entusiasmado pela beleza da missão!
2. O que diz a Igreja?
Não à guerra entre nós
Dentro do povo de Deus e nas diferentes comunidades, quantas
guerras! No bairro, no local de trabalho, quantas guerras
por invejas e ciúmes, mesmo entre cristãos! O mundanismo
espiritual leva alguns cristãos a estar em guerra com outros
cristãos que se interpõem na sua busca pelo poder, prestígio,
prazer ou segurança económica. Além disso, alguns deixam
de viver uma adesão cordial à Igreja por alimentar um espírito
de contenda. Mais do que pertencer à Igreja inteira, com a
sua rica diversidade, pertencem a este ou àquele grupo que se
sente diferente ou especial.
O mundo está dilacerado pelas guerras e a violência, ou ferido
por um generalizado individualismo que divide os seres humanos
e põe-nos uns contra os outros visando o próprio bemestar.
Em vários países, ressurgem conflitos e antigas divisões
que se pensavam em parte superados. Aos cristãos de todas as
68
comunidades do mundo, quero pedir-lhes de modo especial
um testemunho de comunhão fraterna, que se torne fascinante
e resplandecente. Que todos possam admirar como vos preocupais
uns pelos outros, como mutuamente vos encorajais,
animais e ajudais: «Por isto é que todos conhecerão que sois
meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35).
Foi o que Jesus, com uma intensa oração, pediu ao Pai: «Que
todos sejam um só (…) em nós [para que] o mundo creia» (Jo
17, 21). Cuidado com a tentação da inveja! Estamos no mesmo
barco e vamos para o mesmo porto! Peçamos a graça de
nos alegrarmos com os frutos alheios, que são de todos.
Para quantos estão feridos por antigas divisões, resulta difícil
aceitar que os exortemos ao perdão e à reconciliação, porque
pensam que ignoramos a sua dor ou pretendemos fazer-lhes
perder a memória e os ideais. Mas, se virem o testemunho de
comunidades autenticamente fraternas e reconciliadas, isso é
sempre uma luz que atrai. Por isso me dói muito comprovar
como nalgumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas
consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão,
calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as
próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem
uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar
com estes comportamentos?
Peçamos ao Senhor que nos faça compreender a lei do amor.
Que bom é termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo
amar-nos uns aos outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de
nós é dirigida a exortação de Paulo: «Não te deixes vencer pelo
mal, mas vence o mal com o bem» (Rm 12, 21). E ainda: «Não
nos cansemos de fazer o bem» (Gal 6, 9). Todos nós provamos
simpatias e antipatias, e talvez neste momento estejamos chateados
com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: «Senhor,
estou chateado com este, com aquela. Peço-Vos por ele e por
69
ela». Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo
passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização. Façamo-lo
hoje mesmo. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor
fraterno!
Evangelii Gaudium (98 -101) Papa Francisco.
3. Reflexão de São Cipriano de Cartago
A unidade da Igreja Católica, 6-8
A esposa do Cristo não suporta o adultério, ela é incorrupta
e púdica. Conhece uma só casa; guarda, com casto pudor, a
santidade de um único tálamo. Ela nos conserva para Deus,
entrega ao Reino os filhos que gerou. Quem se aparta da Igreja
e se junta a uma meretriz separa-se também das promessas da
Igreja; quem deixa a Igreja do Cristo não alcançará os prémios
do Cristo. É um estranho, um profano, um inimigo. Não pode
ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por Mãe.
Quem estiver fora da Igreja só se salvaria se alguém dos que
ficaram fora da arca de Noé tivesse escapado! O Senhor nos
admoesta e diz: “Quem não está comigo está contra mim; e
quem não junta comigo, dispersa”. Torna-se adversário de
Cristo quem rompe a paz e a concórdia do Cristo; ajuntar fora
da Igreja é dispersar a Igreja de Cristo.
O Senhor diz: “Eu e o Pai somos um”; está ainda escrito do
Pai, do Filho e do Espírito Santo: “E estes três são um”; quem
crê nessa verdade fundada na certeza divina e adere aos mistérios
celestiais não abandona a Igreja ou dela se afasta por
causa da diversidade das vontades que se entrechocam. Quem
não mantém esta unidade não mantém também a lei de Deus,
a fé no Pai e no Filho, não conserva nem a vida nem a salvação.
Este sacramento da unidade, este vínculo da concórdia, que
une inseparavelmente, se mostra no evangelho pela túnica de
Nosso Senhor Jesus Cristo, que não foi nem dividida nem rasgada:
dentre os que disputavam por sorte a veste do Cristo,
70
vestiria o Cristo quem a recebesse íntegra e a possuísse como
túnica incorruptível e indivisível. A Escritura divina declara
isso dizendo: “Quanto à túnica porém, como era toda sem costura,
tecida em uma só peça, disseram entre si: ‘Não a rasguemos,
decidamos por sorte para ver de quem será’”. Ela trazia
a unidade vinda do alto, isto é, do céu, do Pai, e que não pode
ser quebrada por quem a recebe ou a possui, mas ganhada
inteira e inseparavelmente radicada em sólido fundamento.
Quem rasga ou divide a Igreja do Cristo não pode possuir a
veste do Cristo.
Por outro lado, enfim, quando Salomão estava para morrer e
seu reino havia de ser dividido, o profeta Aías dirigiu-se no
campo ao rei Jeroboão com suas vestes cindidas em doze trapos
dizendo: “Tira para ti dez destes trapos, pois diz o Senhor:
‘Eis que divido o reino nas mãos de Salomão; dar-te-ei dez
cetros, dois hão de ficar com ele em vista de David meu servo,
e de Jerusalém, cidade santa onde colocarei meu nome’”. O
profeta Aías rasgou suas vestes porque deviam ser divididas
as doze tribos de Israel. Como, porém, o povo de Cristo não
pode ser dividido, a sua túnica tecida e coerente não é dividida
pelos que a possuem; uma, conjunta e indivisível, mostra a
concórdia coesa do nosso povo que vestiu o Cristo. No mistério
e no sinal da veste a unidade da Igreja foi manifestada.
Quem há de tão ímpio e perverso, tão tresvariado pelo delírio
da discórdia que julgue poder, que ouse dividir a unidade de
Deus, a veste do Senhor, a Igreja do Cristo?
4. Pistas de Reflexão
A partir do discurso do Papa Francisco na abertura do Sínodo
dos Jovens, 3 de Outubro de 2018:
1. O Sínodo que estamos a viver é um momento de partilha.
Assim, no início do percurso da Assembleia sinodal, a todos
desejo convidar a falarem com coragem e parresia, isto é,
aliando liberdade, verdade e caridade. Só o diálogo nos pode
71
fazer crescer. Uma crítica honesta e transparente é construtiva
e ajuda, ao contrário das bisbilhotices inúteis, das murmurações,
das ilações ou dos preconceitos.
2. À coragem de falar deve corresponder a humildade de escutar.
(...) É esta escuta que abre espaço ao diálogo. O Sínodo
deve ser um exercício de diálogo, antes de mais nada entre os
que participam nele. E o primeiro fruto deste diálogo é cada
um abrir-se à novidade, estar pronto a mudar a sua opinião
face àquilo que ouviu dos outros.
3. O Sínodo é um exercício eclesial de discernimento. Franqueza
no falar e abertura na escuta são fundamentais para que
o Sínodo seja um processo de discernimento. (...) O discernimento
é o método e, simultaneamente, o objetivo que nos
propomos: baseia-se na convicção de que Deus atua na história
do mundo, nos acontecimentos da vida, nas pessoas que
encontro e me falam. Por isso, somos chamados a colocar-nos
à escuta daquilo que nos sugere o Espírito, segundo modalidades
e direções muitas vezes imprevisíveis. O discernimento
precisa de espaços e tempos próprios. Esta atenção à interioridade
é a chave para se efetuar o percurso reconhecer, interpretar
e escolher.
4. Deixemos para trás preconceitos e estereótipos. Um primeiro
passo rumo à escuta é libertar as nossas mentes e os
nossos corações de preconceitos e estereótipos: quando pensamos
já saber quem é o outro e o que quer, então teremos
verdadeiramente dificuldade em escutá-lo seriamente.
5. Por conseguinte, é preciso, por um lado, superar decididamente
o flagelo do clericalismo. De facto, a escuta e o abandono
dos estereótipos são também um forte antídoto contra o
risco do clericalismo, ao qual uma assembleia como esta, independentemente
das boas intenções de cada um de nós, está
inevitavelmente exposta. O clericalismo nasce duma visão
elitista e excludente da vocação, que interpreta o ministério
72
recebido mais como um poder a ser exercido do que como um
serviço gratuito e generoso a oferecer; e isto leva a julgar que
se pertence a um grupo que possui todas as respostas e já não
precisa de escutar e aprender mais nada. O clericalismo é uma
perversão e é raiz de muitos males na Igreja: destes devemos
pedir humildemente perdão e sobretudo criar as condições
para que não se repitam.
6. Mas, por outro lado, é preciso curar o vírus da autossuficiência
e das conclusões precipitadas de muitos jovens. Diz
um provérbio egípcio: «Se não houver um idoso na tua casa,
compra-o, porque ser-te-á de proveito». Repudiar e rejeitar
tudo o que foi transmitido ao longo dos séculos leva apenas
àquele perigoso extravio que está, infelizmente, a ameaçar a
nossa humanidade; leva ao estado de desilusão que invadiu os
corações de gerações inteiras. A acumulação das experiências
humanas ao longo da história é o tesouro mais precioso e fiável
que as gerações herdam uma da outra; sem nunca esquecer
a revelação divina, que ilumina e dá sentido à história e à
nossa existência.
7. Esforcemo-nos, pois, por procurar «frequentar o futuro
» e por fazer sair deste Sínodo não só um documento – que
geralmente é lido por poucos e criticado por muitos – mas
sobretudo propósitos pastorais concretos, capazes de realizar
a tarefa do próprio Sínodo, que é fazer germinar sonhos, suscitar
profecias e visões, fazer florescer a esperança, estimular
confiança, faixar feridas, entrançar relações, ressuscitar uma
aurora de esperança, aprender um do outro, e criar um imaginário
positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações,
restitua força às mãos e inspire aos jovens – a todos os jovens,
sem excluir nenhum – a visão dum futuro repleto da alegria
do Evangelho.
Que estas advertências sirvam para um diálogo orientado e
fecundo.
73
Oração dos Padres Conciliares
Ficai connosco, Espírito Santo,
derramai a Vossa bênção no nosso coração.
Ensinai-nos o que fazer,
mostrai-nos o que pensar, mostrai-nos como atuar.
Vós que amais a verdade acima de tudo,
não permitais que desorganizemos o que Vós organizastes.
Que a ignorância não nos conduza ao erro,
que os aplausos não nos iludam,
que o suborno e as falsas cortesias não nos corrompam.
Deixai-nos ficar em Vós e não nos afastemos da verdade.
Amém.
Pe. Hélder Miranda Alexandre
74
Comissão Coordenadora da Caminhada Sinodal
Atendendo que a Diocese vai iniciar uma nova etapa de vida
pastoral que denominamos de caminhada sinodal;
Atendendo que a caminhada sinodal exige a participação de
todo o Povo de Deus da diocese através de paróquias, conselhos
pastorais, concelhos pastorais, conselhos económicos,
sectores diocesanos da vida pastoral, movimentos, organismos
católicos, centros sociais paroquiais, escolas de formação
cristã de ouvidoria, e grupos informais;
Atendendo que a caminhada sinodal exige uma comissão que elabore,
por si ou solicitando a outros, os textos que servirão de guião
para a reflexão, que coordene as diversas acções que a integrarão,
que proporcione os meios necessários para a sua dinamização de
modo que se concretizem os seus objectivos, que recolha as respostas
vindas dos diversos grupos e prepare o texto de propostas
a submeter à reflexão de cada Assembleia, que proporcione subsídios
para a oração e liturgia que coloque todo o povo de Deus
em atitude de escuta dos apelos que vêem de Deus;
O Bispo de Angra nomeou em 22 de julho de 2019 a Comissão
Coordenadora da Caminhada Sinodal constituída por:
Cónego Hélder Manuel Cardoso da Fonseca de Sousa Mendes,
Vigário Geral – Coordenador
Cónego Hélder Miranda Alexandre
Cónego Ângelo de Freitas Valadão Eduardo
Cónego José Medeiros Constância
Cónego João Maria Borges da Costa de Sousa Mendes
Cónego Jacinto Alberto Meneses Bento
Eng.ª Anabela Ferreira Rafael Silveira de Borba
Irmã Júlia Gomes Fernandes
Dr. Aurélio Henrique Silva Franco da Fonseca
Prof. Doutor Alfredo Emílio Silveira Borba
Padre Marco Luciano da Rosa Carvalho
Padre Jacob Fernando Nóia Vasconcelos
75
CALENDÁRIO 2019 / 2020
S E T E M B R O
D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7
9 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30
O U T U B R O
D S T Q Q S S
1 2 3 4 F
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31
N O V E M B R O
D S T Q Q S S
F 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
D E Z E M B R O
D S T Q Q S S
F 2 3 4 5 6 7
F 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 N 26 27 28
29 30 31
J A N E I R O
D S T Q Q S S
F 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
26 27 28 29 30 31
M A I O
D S T Q Q S S
F 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
31
F E V E R E I R O
D S T Q Q S S
1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
J U N H O
D S T Q Q S S
R 2 3 4 5 6
7 8 9 F F 12 13
14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27
28 29 30
M A R Ç O
D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31
J U L H O
D S T Q Q S S
1 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
26 27 28 29 30 31
A B R I L
D S T Q Q S S
1 2 3 4
5 6 7 8 9 F 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 F
26 27 28 29 30
A G O S T O
D S T Q Q S S
1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 F
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30 31
76
Coordenação:
Vigário Geral da Diocese de Angra
Paginação e Design:
União Gráfica Angrense Unipessoal, Lda.
Desenho de capa:
Gonçalo Brum
3.500 exemplares
Angra do Heroísmo – Terceira – Açores
Julho