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TODOS, TODOS, TODOS: CAMINHAR NA ESPERANÇA
PROPOSTA DE ITINERÁRIO PASTORAL PARA A DIOCESE DE ANGRA
2023-2025
Proposta de itinerário pastoral para a Diocese de Angra
2023-2025
Coloco nas mãos de cada homem e mulher das nove Ilhas do Arquipélago dos Açores este itinerário pastoral 2023-2025, com o lema: “Todos, todos, todos: caminhar na esperança”!
O lema começa por lembrar a palavra “todos”, várias vezes repetida pelo Papa aquando da Jornada Mundial da Juventude. É um convite à unidade (“todos”), à participação (“com todos”) e à missão (“para todos”), reforçando a ideia de que ninguém pode ser mero destinatário, mas todos protagonistas, capacitados para colocar os próprios dons ao serviço do Reino. As contradições e dificuldades que atravessamos, em vez de nos conduzirem ao pessimismo, devem estimular a uma profunda renovação das consciências e das motivações, de modo a conseguirmos ser “alegres semeadores da esperança”. O Concílio Vaticano II recorda que "a Igreja é, em Cristo, de algum modo, o sacramento, isto é, o sinal e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano" (LG 1). Como Cristo, também a Igreja é chamada a ser sinal de unidade e esperança.
Não é tempo de criar estruturas novas ou de olhar apenas para “dentro”. É verdade que vamos continuar a escutar sinodalmente, a partir das bases e “de fora”, sobre como estamos a evangelizar com elas, mas, sobretudo, queremos discernir sobre “como sair” ao encontro dos irmãos, carentes de Cristo e da Sua Boa Nova de Esperança.
Este itinerário conta com o contributo de percursos já feitos: o do Congresso dos Leigos e o da recente escuta sinodal que envolveu toda a Diocese. Num e noutro, está evidente o desejo de renovação na linha do Concílio Vaticano II, mas também o caminho que precisamos percorrer juntos para concretizar as intuições que o Espírito Santo deixou.
Simbolicamente, é apresentado em toda a diocese na Solenidade de Cristo Rei, com que culmina o Ano Litúrgico, e Dia Mundial da Juventude. Fazemos nossas as palavras do Papa aos jovens para este dia: “Vós, jovens, sois a esperança jubilosa duma Igreja e duma humanidade sempre a caminho. Quero tomar-vos pela mão e, junto convosco, percorrer a senda da esperança”. Digamo-lo todos, vivamo-lo todos.
Confiemos à bênção materna de Maria este itinerário da esperança que nos levará ao Jubileu 2025. Que ele apresse a concretização de uma comunhão corresponsável cada vez mais madura e em chave sinodal.
26 de novembro de 2023,
Solenidade de Cristo Rei e Dia Mundial da Juventude
+ Armando, Bispo de Angra
TODOS, TODOS, TODOS: CAMINHAR NA ESPERANÇA
Proposta de itinerário pastoral para a Diocese de Angra
“O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo (…) ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados” (Ef 1, 17, 18) Na mentalidade Judaica do tempo de São Paulo, o coração era considerado a sede da inteligência, da afetividade e de toda a atividade consciente. O Apóstolo dos Gentios pede, pois, à comunidade de Éfeso, que se abra totalmente à esperança. Das três virtudes teologais, talvez seja a esperança aquela que, na teologia e na praxis, tenha merecido menos empenho da parte dos teólogos e dos cristãos em geral. Fé, esperança e caridade caminham juntas, mas a esperança ilumina as outras duas.
Não se pode crer nem amar sem esperança. Na encíclica “Spe Salvi” de 2007, o Papa Bento XVI convidava os cristãos a serem “sinal de contradição” na esperança. Na verdade, “é elemento distintivo dos cristãos o facto de eles terem um futuro” (SS, 2), ou seja, a sua vida não acaba no vazio, como parece hoje acontecer numa civilização entregue ao materialismo, sedentária e desesperançada, cujos horizon-
tes se esgotam no individualismo, no conforto e num imediatismo que fecha os olhos ao amanhã. A esperança cristã não é “alguma coisa”, é “Alguém”, continua o Papa Bento XVI:
Jesus não nos veio trazer uma mensagem socio-revolucionária ou uma libertação política, mas um encontro com o Deus vivo, razão de toda a esperança. É neste sentido que o Papa Bento XVI escreve que a esperança não é uma virtude passiva de apenas esperar a ação de Deus, mas uma virtude que nos leva a agir e caminhar para um Deus que nos espera. É uma permuta de dons: nós esperamos num Deus que nos espera.
Em linha com Bento XVI, o Papa Francisco elegeu, recentemente, a esperança como ponto de convergência para o Jubileu de 2025, afirmando que “O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição de um clima de esperança e confiança, como sinal de um renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos da Esperança.” (Carta ao arcebispo Rino Fisichella por oca
sião do Jubileu de 2025).
Num mundo cujo futuro se cobre de sombras, o Papa desafia a Igreja a reinventar a esperança como um encontro com o Deus que promete “cem vezes mais” a quem der a vida pelo Evangelho.
Para um itinerário sinodal Em comunhão com a Igreja Universal, a Diocese de Angra vai celebrar o Jubileu da Esperança como um marco, dentro de uma perspetiva pastoral mais ampla, que terá como ponto culminante a celebração dos quinhentos anos da nossa Diocese, em 2034.
Este tempo que nos separa da meta de 2034 será dividido em duas partes: entre 2025 e 2034 cumpriremos um Plano subdividido em três triénios. O Plano não está – nem pode estar – definido. Para tal, os próximos dois anos, marcados pelo horizonte do Jubileu da Esperança em 2025, farão parte de um itinerário de auscultação, ação, diálogo e trabalho de bases, a partir do muito que até agora foi desenvolvido, até chegarmos, em caminhada sinodal, às etapas de um Plano Diocesano tripartido.
Em carta enviada aos padres, diáconos, religiosos e leigos da nossa Diocese, Dom Armando Esteves Domingues afirmou que este itinerário até 2025 será como “um tempo zero para, depois, olharmos os seguintes nove anos até aos 500 anos da nossa Diocese que procuraremos dividir em planos plurianuais."
A Diocese é convidada, pois, a “continuar – a partir das bases – a esclarecer e a desenvolver o processo sinodal” (Idem), numa linha de continuidade com o que se tem feito no passado recente, mas também de renovação e caminho para uma Igreja mais sinodal e atenta ao mundo e aos sinais dos tempos. Isto significa duas coisas: Em primeiro lugar, ter em conta o que se fez no passado.
Para isso, salientam-se dois marcos importantes na história recente da nossa Diocese, a saber, o Congresso de Leigos, que decorreu entre 1990 e 1992, e cujos trabalhos e conclusões foram publicados em 1995; e também os trabalhos da Caminhada Sinodal da Diocese de Angra (2019-2022), que foram compilados em suplemento do Boletim Eclesiástico dos Açores de 2022. Esses dois documentos encontram-se disponíveis em suporte digital, para consulta de todos.
Em segundo lugar, continuar, sempre a partir das bases, o trabalho de auscultação e estudo, todos juntos. Já muito se auscultou, muito se ouviu, mas resta a ideia de que este período de auscultação ainda não está esgotado, ainda falta muito que fazer e sobretudo é preciso descobrir novas formas de auscultação, nomeadamente junto dos que estão mais afastados da Igreja, uns porque nunca tiveram oportunidade
de se encontrar com a Palavra de Deus, outros porque dela se afastaram. É necessário abrir as portas, porque só com o contributo de todos se pode construir uma Igreja mais abrangente e sinodal. Uma das expressões emblemáticas da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa ressoará ainda por muito tempo nos ouvidos e nos corações dos cristãos como um desafio à mais profunda sinodalidade: “Todos, todos, todos!”
A veemência com que o Papa Francisco repetiu esta expressão soa-nos como um aviso: a sinodalidade depara-se com muitas resistências em superar a imagem de uma Igreja rigidamente dividida entre líderes e subordinados, entre os que ensinam e os que têm de aprender, esquecendo que Deus gosta de inverter posições: “Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes” (Lc 1, 52). A expressão supracitada do Papa Francisco pode até parecer temerária, mas apresenta-se como a solução para uma Igreja missionária, com a imensa coragem de abrir as portas, deixando entrar e saindo, atravessando o limiar da esperança, como escrevia São João Paulo II.
É este o desafio colocado à Igreja, Angra incluída.
Não partimos do zero, mas também temos consciência de que ainda não chegámos ao tempo de dizer que tudo está pronto para começar um plano. Além disso, há fatores que exigem novas abordagens: aproveitar as dinâmicas criadas pela Jornada Mundial da Juventude; preparar e viver o Jubileu da Esperança; acompanhar o Sínodo Universal em Roma.
Ouvir, sem preconceitos, viver um processo eclesial participativo e inclusivo que ofereça a cada um, de maneira particular àqueles que habitam a margem, a oportunidade de se exprimirem e serem ouvidos; reconhecer e apreciar a multiplicidade de carismas e examinar como a corresponsabilidade e o poder são vividos na Igreja, fazendo da comunidade cristã um sujeito credível e um parceiro fiável num percurso de diálogo, reconciliação, inclusão e participação, regenerando as relações com a sociedade civil e as instituições de cultura e piedade populares.
A necessidade de regressar às bases, ao diálogo com os cristãos mais próximos ou mais afastados, a uma auto-compreensão da Igreja também a partir de fora e a uma sinodalidade efetiva são os motivos que levaram a desejar que o processo não seja impositivo mas que venha das paróquias, zonas, ouvidorias, serviços e movimentos, bem como – e não de somenos importância – de toda outra a Igreja, aquela mais afastada da prática sacramental e da vivência cristã.
Partir do trabalho que já foi feito Na base deste itinerário sinodal para os próximos dois anos há questões fundamentais: como é que este “caminhar juntos” se concretiza aqui e agora? Como anunciar o Evangelho de forma simples e sinodal, como simplificar processos de sinodalidade sem acrescentar mais trabalhos e cansaços, sem complicar mais os processos? O objetivo não é, portanto, produzir documentos nem ditar caminhos: é partilhar, dar origem a sonhos, profecias e esperanças, e abrir novos caminhos para a vida cristã e eclesial. Exige-se, portanto, um regresso ao passado, ao trabalho já desenvolvido, num processo de continuidade e renovação.
Ainda bem atuais são as conclusões do Congresso Diocesano de Leigos. Depois desse acontecimento, foi aprovado, em 1994, o primeiro Plano de Pastoral da nossa Diocese que, com programas anuais ou plurianuais, realizou muitas ações apostólicas.
Não obstante tudo o que foi realizado, ainda há muito caminho a trilhar, nomeadamente algumas conclusões do Congresso que ainda necessitam ser implementadas.
Eis algumas dessas conclusões que, entre outras, deverão ser tidas em conta:
1 - Reinventar novas formas de acolhimento paroquial.
2 - Reinventar formas de participação, tais como:
a - Constituir o Conselho Diocesano de Pastoral e, onde não existam, os Conselhos Pastorais de Paróquia, neles participando quantos possam.
b - Tornar mais atrativos e participativos os Conselhos Paroquiais para os Assuntos Económicos.
3 - Fomentar o aparecimento de grupos de análise, reflexão e ação.
4 - Intensificar a pastoral sócio-caritativa com opção preferencial pelos mais abandonados e marginalizados.
5 - Denunciar as injustiças sociais.
6 - Formar catequistas e dinamizar a catequese a vários níveis.
7 - Promover o aparecimento de escolas de leigos.
8 - Dinamizar, reorganizar, atualizar e articular entre si os diversos movimentos de apostolado.
9 - Formar líderes, dinamizadores e agentes de pastoral.
10 - Preparar convenientemente as celebrações dominicais e as dos sacramentos.
11 - Institucionalizar a pastoral interparoquial tanto nas cidades como no meio rural.
12 - Incentivar a uma maior participação dos leigos na vida eclesial e cívica.
13 - Garantir uma maior articulação e interajuda entre Leigos e Clero.
14 - Apontar para a coerência entre fé e vida.
15 - Promover um clima de permanente oração.
16 - Criar uma estrutura diocesana que irradie orientações para a formação permanente dos leigos.
17 - Criar uma ponte que favoreça a ligação entre a catequese do Crisma e da idade adulta.
18 - Incentivar a formação e competência em ordem a uma melhor lecionação da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica nas escolas.
19 - A Pastoral Juvenil deve encontrar formas de respostas claras e inequívocas com vista a cativar o empenhamento dos
jovens.
20 - Valorizar as associações de pais e associações de alunos.
21 - Atualizar, revitalizar e criar, se necessário, organizações paroquiais que sejam espaços abertos de partilha, acompanhados por técnicos bem formados.
22 - Valorizar o que existe, a nível de Igreja, para ajudar a formar as famílias.
23 - Realizar, a médio prazo, uma Assembleia Diocesana de Jovens.
24 - Tornar a transmissão da mensagem cristã mais cativante, mais adaptada às exigências do nosso tempo e melhor preparada.
25 - Dinamizar o Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais.
26 - Apontar critérios concretos de avaliação da mensagem que nos chega através dos meios de comunicação social.
27 - Preferencialmente, ser criado um centro de produção de programas radiofónicos a ser distribuídos pelas rádios locais.
28 - Fomentar um maior empenhamento dos cristãos que trabalham na comunicação social.
29 - Salientar o papel importante que os santuários diocesanos podem desempenhar na formação religiosa dos nossos fiéis.
Por sua vez, o processo da Caminhada Sinodal da Diocese de Angra, mais próximo no tempo e na memória, trouxe-nos achegas fundamentais. É importante frisar uma notória semelhança e continuidade de preocupações, temáticas e propostas entre estes dois documentos. Entre as questões levantadas durante a Caminhada Sinodal e outras elencadas no Relatório Diocesano, aquando da auscultação diocesana do Sínodo
de Roma, destacam-se as propostas de mudança que foram tidas em conta no documento:
1. Continuar, a partir das bases, a esclarecer e a desenvolver o processo sinodal.
2. Acompanhar o pós-sínodo 2023, sabendo das orientações gerais e das conclusões.
3. Haver um esquema de inspiração sinodal na Diocese que
a ative em todas as direções com experiências e práticas atuais.
4. Ligar a caminhada futura com o Ano Santo 2025, no
tema: “Peregrinos da Esperança”.
5. Na linha da celebração futura dos 500 anos da Diocese,
ver qual o texto e contexto da realização de um Sínodo Diocesano frutuoso e atual.
6. Maior participação e celeridade na nomeação de um Bispo, sobretudo numa diocese que durante largos meses se vê
carente dele.
7. Esclarecimento sobre questões morais, como por exemplo, a atualidade da «Humanae Vitae» e algumas ambiguida-
des que a «Amoris Laeticia» deixa em aberto, relativamente à
comunhão sacramental de pessoas em «situações irregulares».
8. Esclarecimento sobre questões sacramentais, como por
exemplo, a absolvição coletiva como forma alternativa e livre
na prática no sacramento da reconciliação.
9. Possibilidade da dispensa de padrinhos nos sacramentos
de batismo e confirmação ou revisão das condições para o ser.
10. Sobre a inclusão na fé e prática da Igreja, ver a situação de casais do mesmo sexo que vivem em união de facto
e pessoas que mudam de sexo, bem como outras formas de
exclusão por razoes éticas.
11. Valorizar o ministério da caridade, tal como já se faz
com os ministérios instituídos da Palavra e da Liturgia.
12. Cuidar da vida espiritual e da conversão ao evangelho como atitude essencial, antes de questões funcionais ou
de organização, levando a não exigir a mudança ao outro sem
perguntar, «que devo eu mudar?».
13. Maior disponibilidade dos párocos para a escuta, acolhimento e acompanhamento.
14. Rever a eficácia de uma catequese para sacramentos
sem que se faça e aconteça uma iniciação cristã efetiva.
15. Atenção à vida fraterna, amizade e proximidade dentro
dos grupos e comunidades.
16. Autoridade partilhada, sobretudo a partir dos conselhos
pastorais e económicos, bem como dos centros sociais paroquiais, não ficando o peso administrativo sobre o pároco.
17. Valorizar a escuta dos fiéis que muitas vezes não é considerada, nem valorizada, ficando os participantes cansados
de fazer diagnósticos e não verem a aplicação das propostas.
18. O lugar do Seminário na Diocese: vocações, formação
espiritual e académica – sua relação com a Universidade Católica Portuguesa.
19. Elaboração de planos pastorais a partir dos «gritos» e
das necessidades das pessoas, com menos objetivos a atingir,
focando-se em algum ou alguns mais prioritários.
20.Acompanhar e aproveitar a dinâmica das Jornadas
Mundiais da Juventude para a evangelização com os jovens.
Com estes dois estudos como ponto de partida, e acrescentando as grandes linhas da atualidade da Igreja a que já foi
feita referência, chega o momento de concretizar o itinerário
diocesano para os próximos dois anos que, convém frisar, serão a base, o ponto de partida para a elaboração do Plano até
2034.
3- Concretizações do itinerário
Agilizar, descomplicar, desburocratizar. Termos sinodais
que refletem a necessidade de concretizar a sinodalidade em
ações e gestos concretos e realistas. Tendo em conta que estes
dois anos serão preparatórios, experimentais e de auscultação,
assenta bem a ideia de organizá-los em laboratórios, tendo em
conta que este termo significa trabalho e experimentação concretos. No Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea
destaca-se uma definição de laboratório: “Lugar onde se preparam ou efetuam grandes transformações, onde se trabalha
com vista à inovação em determinada área”. Os laboratórios
serão os itens onde vão ser organizadas as atividades da Diocese ao longo dos próximos dois anos:
- Laboratório da sinodalidade;
- Laboratório da fraternidade;
- Laboratório da esperança.
- Laboratório da sinodalidade:
Em primeiro lugar, surge a necessidade de encontrar e desenvolver estruturas para que a sinodalidade se desenvolva.
Este laboratório da sinodalidade concretizar-se-á nas bases
para o processo sinodal: as estruturas, os métodos e os processos que agilizem essa caminhada sinodal.
- Cimentar as estruturas pastorais de comunhão.
- Consolidar (ou criar) os Conselhos Pastorais de Paróquia,
de Ouvidoria e Diocesano, bem como, onde for necessário,
interparoquiais ou de zona.
- Procurar integrar, na consolidação dos Conselhos Pastorais, pessoas que, mesmo estando fora da prática sacramental
da Igreja, têm uma ativa participação cívica, de forma a alargar o âmbito da participação da Igreja na sociedade e vice-
-versa.
- Pensar e criar estruturas de acolhimento nas paróquias,
aproveitando especialmente os momentos de procura da Igreja por ocasião dos sacramentos ou outras circunstâncias.
- Criar, onde for possível, grupos de acolhimento e escuta
das pessoas, compostos por leigos mais vocacionados para tal.
- Aproveitar a disponibilidade para a participação e missão
em estruturas socioculturais, recreativas e outras, no sentido
de uma maior intercomunhão entre a Igreja e o Mundo, abrindo espaços de diálogo.
- Fazer uma sondagem pelos cristãos mais afastados, centrada nas razões que os levaram ao abandono e nas razões que
eventualmente os fariam regressar.
- Desclericalizar ou, melhor dito, combater o excesso de
clericalismo de que ainda padece a Igreja. Não transferência
de poderes, mas comunhão. O objetivo é atribuir missões a
cada elemento de acordo com o seu ministério/carisma, criando sentido de responsabilidade por uma determinada tarefa na
Igreja, evitando, sempre que possível, o acumular de funções.
Trata-se, aqui, de pôr em prática uma das maiores exigências
do Concílio Vaticano II: a Igreja não se resume a uma sociedade perfeita hierarquicamente constituída, mas é, essencialmente, Povo de Deus. É este um dos maiores desafios da
Igreja em caminhada sinodal.
Laboratório da fraternidade:
Este segundo espaço será destinado às opções pastorais da
Igreja neste tempo. Tendo em conta os desafios lançados à
Igreja do Açores pelo Congresso de Leigos e pela Caminhada
Sinodal, e tendo também em conta as grandes opções pastorais neste momento da Igreja (JMJ, Jubileu da Esperança e
Sínodo Universal), o laboratório da fraternidade não se debruça sobre as estruturas formais mas sobre as grandes temáticas
que os diversos serviços, movimentos, paróquias, ouvidorias
ou a própria Diocese optarão por desenvolver.
Neste âmbito, seria importante:
- Redimensionar os desafios da Jornada Mundial da Juventude para a nossa Diocese, envolvendo verdadeiramente os
jovens na pastoral.
- Continuar a consolidação da Pastoral Social, desenvolvendo espaços próprios em cada paróquia que sejam respostas
concretas aos problemas sociais. Neste sentido, seria importante continuar a desenvolver um trabalho em rede, integran-
do todos os movimentos relacionados com o exercício da pastoral social.
- Prestar atenção redobrada à família como lugar sacramental, mostrando sempre a beleza do sacramento do matrimónio.
Dar continuidade à implementação da rede da Pastoral Familiar em toda a Diocese, articulando todos os intervenientes.
Neste sentido, é importante aproveitar o carisma de cada um
dos movimentos da pastoral familiar, procurando o diálogo e
a complementaridade da sua ação. Acolher as famílias, criando espaços para outros modelos de família dentro da Igreja.
Neste sentido, nota-se a necessidade de estruturas de acompanhamento de pessoas e famílias que vivem outros modelos
de vida.
- Dinamizar a catequese, harmonizando-a com o novo percurso catequético, implicando mais as famílias na correspon-
sabilidade pela educação da fé.
- Reformular a pastoral vocacional, em diálogo com o Seminário e a Diocese, apostando mais na juventude e na sua
capacidade de doação e de serviço. Tendo em conta que o próximo Conselho Presbiteral se debruça sobre o Seminário e a
pastoral vocacional, é importante que todos se empenhem em
prepará-lo, visando o futuro da instituição e, sobretudo, novos
paradigmas para a pastoral vocacional.
- Organizar a vigararia da formação no sentido do diálogo
com a cultura e na organização da formação permanente de
leigos e ministérios. Prover à criação de escolas de formação
permanente de leigos nas ouvidorias, de modo a promover a
dignidade e ação do laicado.
- Promover o trabalho do Instituto Católico de Cultura nas
suas várias áreas, dando-lhe um cariz mais diocesano e abrangente.
- Redimensionar o Serviço Diocesano de Comunicação
Social, entendendo-o como estrutura fundamental de comunicação e comunhão, dentro e fora da Igreja.
- Apoiar o Serviço Diocesano da Mobilidade Humana:
sendo uma terra de emigrantes, atender também à imigração,
fenómeno que vai certamente crescer no futuro, e uma das
preocupações do Papa Francisco.
Laboratório da esperança:
Mais preparatório e celebrativo, este laboratório terá em
atenção a preparação para o Jubileu da Esperança e para o
Plano Diocesano 2025-2034.
- Criar um grupo de aprofundamento dos trabalhos do Congresso e pós Congresso de Leigos e da Caminhada Sinodal da
Diocese, contribuindo, assim, para melhor preparar o Plano
2025-2034, que recolha todas as achegas para a elaboração do
Plano.
- Criar espaços para aprofundar o conceito de esperança
cristã e as suas concretizações.
- Desenvolver momentos litúrgicos especificamente orientados para o Jubileu da esperança.
- Acompanhar os tempos do ano litúrgico 2024-2025 no
sentido de os orientar para uma melhor vivência da esperança.
- Continuar a desenvolver o projeto DIO 500.
- Na perspetiva do Plano Diocesano 2025-2034, estudar a
caminhada diocesana no sentido da possibilidade de um Sínodo Diocesano como culminar de todo este processo.
- Aproveitar os momentos, os lugares, as tradições e os
grandes gestos que traduzem a esperança na nossa Diocese. A
questão, neste itinerário até ao Jubileu da Esperança, é encontrar espaços e momentos onde a esperança se concretiza no
nosso Arquipélago, cujo enquadramento histórico-geográfico
é tão marcado pela saudade e – correspondentemente – pela
esperança. Estas “circunstâncias de esperança” poderão ser
motivos para a celebração de uma caminhada no sentido de
compreendermos a que esperança fomos chamados: à essência da esperança cristã. Ficam aqui alguns exemplos – não
mais do que isso – como contributo para, neste itinerário, celebrarmos a esperança. Fica a questão: o que se poderá fazer
com esses e outros itens da esperança…
- Convento da Esperança, no Santuário do Senhor Santo
Cristo dos Milagres, bem como todos os outros santuários
diocesanos como lugares de esperança.
- Pico da Esperança, em São Jorge, etc.
- Haver, em cada ilha, uma “igreja jubilar” para celebrar a
esperança.
- Aproveitar a riqueza do folclore açoriano, que nos fala
muito de esperança.
- Olhar as escolas e catequeses como lugares de esperança.
- Desenvolver estratégias de comunicação da esperança
para os lugares “difíceis” (hospitais, lares, estabelecimentos
prisionais, lugares de pobreza e exclusão social, etc.)
- Ter atenção a Igrejas, capelas e ermidas de Nossa Senhora
do Parto, da Esperança, etc.
- A Esperança cristã não se esgota nesta Terra: valorizar, na
esperança da Vida Eterna, a pastoral do fim da vida.
- Toda a devoção ao Espírito Santo é marcada pela esperança.
Devemos ter em atenção que todas estas achegas já são
contributos das bases e este itinerário não é um processo fechado: tudo conflui para um processo – insistimos – que venha
das bases. As comunidades devem definir as suas prioridades,
contribuído, num movimento ascendente, para a formulação
do plano.
Resumindo, podemos ver como os três laboratórios estão
relacionados entre si: sendo concomitantes, estão em função
uns dos outros: o laboratório da sinodalidade, estrutural, estará em função do laboratório da fraternidade, centrado nas
opções pastorais e que, por sua vez, estará em função do laboratório da esperança, celebrativo e de preparação próxima
para o Plano 2025-2034.
4 - Todos, todos, todos
Esta proposta de itinerário com vista a um Plano Pastoral
alargado e sólido só será possível se as ideias e as iniciativas
partirem dos sacerdotes, consagrados e leigos que, em conjunto, deverão desenvolver ideias aqui propostas ou – sobretudo
– apresentar novas ideias e iniciativas, dentro da caminhada
que nos acompanhará até 2034.
Mais importante que tudo, é sempre tempo de renovarmos
o nosso entusiasmo, a nossa fraternidade e a esperança em
nós, na Igreja e na força suave do Espírito Santo. Não vivemos tempos fáceis, sobretudo depois de experimentarmos os
grandes desafios e dificuldades que o século XXI nos vem
apresentando, desde atentados terroristas, crises económicas,
uma pandemia paralisante, guerras injustas e sufocantes, a
emergência climática e uma humanidade desesperançada do
amanhã, ou pior, com medo do futuro, em especial os nossos
jovens. A filósofa espanhola María Zambrano afirmava que
é do fundo da desesperança que o homem consegue sair de
si: quando não encontra a esperança vai, naturalmente, à sua
procura. E é no outro (e no Outro) que a encontra. Deus espera
de nós a melhor esperança.
Neste tempo, a que alguns chamam “era do vazio”, é urgente que a Igreja seja, ela própria, um sinal dos tempos: dar
à esperança o lugar de primeira instância na vida dos homens
e das comunidades.
O Papa Francisco, na referida Carta ao arcebispo Rino Fisichella por ocasião do Jubileu de 2025, exorta a que “o Ano
Santo possa ser preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade operosa (...). Devemos manter acesa a
chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível
para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para
o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente”.
“De facto vós, jovens, sois a esperança jubilosa de uma
Igreja e de uma humanidade sempre a caminho. Quero tomar-vos pela mão e, junto convosco, percorrer a senda da espe-
rança.” Escreve o mesmo Papa Francisco na mensagem para a
XXXVIII Jornada Mundial da Juventude de 26 de Novembro,
convidando os jovens a “partilhar com todos a esperança e
a alegria de Cristo Ressuscitado! A centelha que se acendeu
em vós, conservai-a, mas ao mesmo tempo comunicai-a: dar-vos-eis conta de que ela crescerá! A esperança cristã, não a
podemos guardar para nós, como um belo sentimento, visto
que se destina a todos.”
É também para todos nós esta mensagem. Inundados, assim, pela esperança que não é estática mas cresce quando se
comunica, estaremos então preparados para, com Maria, Mãe
da Esperança, não termos medo nem desânimo: há um caminho que espera os nossos passos.
Calendário 2023-2024
O calendário aqui impresso é necessariamente resumido.
Compreende os grandes momentos litúrgicos, as atividades
de dimensão diocesana e outras, de movimentos, serviços ou
ouvidorias, bem como dos santuários.
Outro calendário, mais abrangente e minucioso, será disponibilizado em suporte digital para consulta de todos. O su-
porte digital permitira a sua constante atualização, uma vez
que ainda falta a calendarização de muitas atividades de movimentos, serviços, ouvidorias e paróquias.
Novembro
1 Q Todos os Santos
2 Q Fiéis Defuntos
5 D XXXI Domingo Comum
12 D XXXII Domingo Comum
19 D XXXIII Domingo Comum - Dia do Pobre
20 S - V Encontros de Ouvidoria da Praia
da Vitória: “A Família nas suas
idades” (até 22 de novembro)
26 D Cristo Rei - Jornada Mundial da Juventude
- Lançamento do Itinerário Diocesano
27 S - Jornadas de Liturgia, Zona Oeste da
Ouvidoria de Angra (até 1 de
dezembro)
Dezembro
3 D I Domingo do Advento - Dia do Catequista: São Miguel
8 S Imaculada Conceição
10 D II Domingo do Advento
17 D III Domingo do Advento 87º aniversário natalício do Papa
Francisco
24 D IV Domingo do Advento
25 S Natal do Senhor
31 D Sagrada Família - Bênção das famílias
15 Janeiro
1 S Mãe de Deus - Dia Mundial de Oração pela Paz
7 D Epifania do Senhor
8 S Batismo do Senhor
14 D II Domingo Comum - Dia da Infância Missionária: São
Miguel
15 S - 1º turno de retiro para o clero: São
Miguel (até 19 de janeiro)
- Curso de formação “Ser Catequista”:
Angra do Heroísmo (até 18 de janeiro)
17 Q - Jornadas de Liturgia: Vila Franca
(até 18 de janeiro)
18 Q - Semana de oração pela unidade dos
cristãos (até 25 de janeiro)
21 D III Domingo Comum
22 S - 2º turno de retiro para o clero:
Terceira (até 26 de janeiro)
- Jornadas de Liturgia: Ouvidoria da
Lagoa (até 23 de janeiro)
- IV Jornadas de Liturgia da Ouvidoria
dos Fenais de Vera cruz (até 26 de
17 Q - Jornadas de Liturgia: Vila Franca
(até 18 de janeiro)
18 Q - Semana de oração pela unidade dos
cristãos (até 25 de janeiro)
21 D III Domingo Comum
22 S - 2º turno de retiro para o clero:
Terceira (até 26 de janeiro)
- Jornadas de Liturgia: Ouvidoria da
Lagoa (até 23 de janeiro)
- IV Jornadas de Liturgia da Ouvidoria
dos Fenais de Vera cruz (até 26 de
janeiro
24 Q Conversão de São Paulo
26 S - Encontro Shalom: São Miguel (até
28 de janeiro)
27 S - Ação de sensibilização do Serviço
Diocesano da Liturgia em Santa Maria
28 D IV Domingo Comum - Retiro dos Romeiros de São Miguel
- Dia do Catequista: Santa Maria
Fevereiro
2 S Apresentação do senhor - Dia do Consagrado
4 D V Domingo Comum
5 S - Encontro de ouvidores: Centro Pio II
(até 8 de fevereiro)
7 Q Cinco Chagas do Senhor
11 D VI Domingo Comum - Dia Mundial do Doente
- Dia do cabido catedral
- Lançamento do projeto “+próximo”
da Pastoral Juvenil
14 Q Cinzas
17 S - Início das Romarias Quaresmais
18 D I Domingo da Quaresma
19 S - Formação para o clero: Quaresma
(até 23 de fevereiro)
22 Q Cadeira de São Pedro
24 S - Retiro de catequistas na ilha
Terceira: Quatro Ribeiras
25 D II Domingo da Quaresma
Março
1 S - Eleições dos Conselhos Pastorais de
ouvidoria (até 15 de março)
2 S
3 D III Domingo da Quaresma - Dia da Cáritas
7 Q
10 D IV Domingo da Quaresma - 67º aniversário natalício de Dom
Armando esteves Domingues
11 S Semana da disciplina EMRC (até 16
de março)
13 Q - 11º aniversário da eleição do Papa
Francisco
16 S - XX Romaria Escolar de São Miguel
17 D V Domingo da Quaresma
19 T São José - Dia do Pai
24 D Domingo de Ramos
25 S - Missa de Renovação das Promessas
sacerdotais: Ponta Delgada
26 T - Missa Crismal e Jubileus sacerdotais:
Sé de Angra
28 Q Ceia do Senhor
29 S Paixão do Senhor
30 S Vigília Pascal
31 D I Domingo da Páscoa
Abril
1 S 3º turno de retiro para o clero: Pico
(até 5 de abril)
5 S - Assembleia Diocesana de Jovens (até
7 de abril)
7 D II Domingo da Páscoa
8 S Anunciação do Senhor
14 D III Domingo da Páscoa - Domingo do Bom Pastor
- Semana de oração pelas vocações
(até 21 de abril)
- Dia do Romeiro
15 S - Conselho Presbiteral: Angra do
Heroísmo (até 18 de abril)
21 D IV Domingo da Páscoa
25 Q - Dia do catequista na ilha Terceira:
Posto Santo)
28 D V Domingo da Páscoa
29 S - Curso de Formação “Ser Catequista”:
ilha do Pico (até 3 de maio)
18
Maio
1 Q São José, Operário
5 D VI Domingo da Páscoa - Senhor Santo Cristo dos Milagres
- Dia da Mãe
12 D Ascensão do Senhor
13 S Senhora de Fátima - Semana da Vida (até 19 de maio)
- Dia Mundial das Comunicações
Sociais
19 D Pentecostes
22 Q Beato João Batista Machado
26 D Santíssima Trindade
30 Q Corpo e Sangue de Cristo
31 S Visitação da Virgem Maria
Junho
1 S - Dia da Criança
2 D IX Domingo Comum
3 S - Encontro dos padres novos: São
Jorge (até 5 de junho)
7 S Sagrado Coração de Jesus
8 S Imaculado Coração de Maria - Conselho Pastoral Diocesano (até 10
de junho)
9 D X Domingo Comum
16 D XI Domingo Comum
23 D XII Domingo Comum
24 S São João Batista
29 S S. Pedro e S. Paulo
30 D XIII Domingo Comum
Julho
7 D XIV Domingo Comum
11 Q Encontro Diocesano de Acólitos: S. Jorge
14 D XV Domingo Comum
21 D XVI Domingo Comum
22 S CNE: ACANUC em São Miguel (até
29 de julho)
28 D XVII Domingo Comum - Dia Mundial dos Avós e dos Idosos
19
Agosto
2 S - Encontro sobre a “Laudato Sì”: ilha
das Flores (até 4 de agosto)
4 D XVIII Domingo Comum - Bom Jesus Milagroso
6 T Transfiguração do Senhor
11 D XIX Domingo Comum - Semana Nacional da Mobilidade
Humana (até 18 de agosto)
15 Q Assunção Virgem Maria
18 D XX Domingo Comum
25 D XXI Domingo Comum
Setembro
1 D XXII Domingo Comum - Dia Mundial de Oração pelo Cuidado
da Criação
- Festa do Santo Cristo da Caldeira:
São Jorge
8 D XXIII Domingo Comum - Festa da Senhora dos Milagres:
Serreta
14 S Exaltação da Santa Cruz
15 D XXIV Domingo Comum
22 D XXV Domingo Comum
29 D XXVI Domingo Comum - Dia Mundial do Migrante e
Refugiado
Outubro
6 D XXVII Domingo Comum
13 D XXVIII Domingo Comum
18 S - Assembleia Geral dos Romeiros de
São Miguel
19 S
20 D XXIX Domingo Comum - Dia Mundial das Missões
27 D XXX Domingo Comum
20
Coordenação:
Vigararia para o Clero e Formação Paginação e Design:
União Gráfica Angrense Unipessoal, Lda.
2.000 exemplares
Angra do Heroísmo – Terceira – Açores
Novembro 2023
Jesus
dizer o Teu nome é uma bênção:
é dizer Paz em dias de guerra,
dizer Fé em dias de desânimo,
dizer Amor em dias de medo.
É dizer Esperança hoje.
Na Tua beleza interior, Jesus,
proclamaste bem-aventurados
os pobres de coração e os que choram,
os humildes e os que têm sede de justiça,
os misericordiosos e os puros de coração,
os que promovem a paz e os perseguidos,
porque é aí que está a Esperança no Teu Reino.
Esperar em Ti dá sabor
à nossa pobreza e às nossas lágrimas.
Esperar em Ti dá sentido
à nossa humildade e sede de justiça.
Esperar em Ti dá frutos
de misericórdia e pureza de coração.
Esperar em Ti dá confiança
Para levar a Paz, mesmo na perseguição.
A Ti erguemos as nossas mãos vazias,
esperando em Ti, que nos esperas:
concedei à nossa Igreja nos Açores
a Graça de esperar fazendo,
a beleza de contemplar caminhando,
a certeza de que só Tu és a grande Esperança.
E, por Maria, mãe da Esperança,
possamos, contigo,
fazer tudo o que Tu disseres.
Em Ti, com o Pai, no Espírito Santo.